Guilherme Alves é o novo técnico do Papão

Guilherme Alves foi anunciado nesta manhã de sábado como novo treinador do Paissandu. O anúncio foi feito pela Assessoria de Comunicação do clube nas redes sociais. Segundo a nota, a Diretoria acertou na manhã deste sábado (14) a contratação de Guilherme Alves para comandar a equipe, substituindo a Dado Cavalcanti, demitido na quinta-feira. Além do treinador de 44 anos, o auxiliar-técnico Jorge Raulli também foi contratado. Ambos serão apresentados oficialmente à imprensa na manhã da próxima segunda-feira (16), na Curuzu.

Ex-atacante de clubes como São Paulo, Atlético-MG, Cruzeiro-MG, Corinthians-SP e Botafogo-RJ, Guilherme Alves tem currículo vitorioso no cenário nacional como jogador, com conquista de Copa Libertadores da América, Copa Conmbebol, além de premiações individuais de artilharia, inclusive do Brasileirão de 1999, quando marcou 28 gols na campanha do vice-campeonato do Galo e quase igualou a marca de Edmundo.

Guilherme tem mais de uma década de experiência como técnico, com passagens por Marília-SP, Atlético-MG, Vila Nova-GO, Portuguesa-SP, entre outros. Guilherme Alves fez estágios com alguns técnicos no Brasil, entre eles Vanderlei Luxemburgo, Muricy Ramalho, Adilson Batista, Paulo Silas, Vagner Mancini e Alexandre Gallo.

Terceiro lugar serve de alento à seleção mais superestimada da Copa

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A Bélgica encerrou sua campanha na Copa do Mundo de 2018 de forma honrosa neste sábado, em São Petersburgo. Enfrentando a Inglaterra pelo terceiro lugar da competição, os Red Devils foram cirúrgicos logo no início da partida, assim como já haviam sido contra o Brasil, nas quartas de final, e acabaram vencendo os adversários por 2 a 0, graças aos gols de Meunier, aos três minutos de jogo, e Hazard, já no final do segundo tempo.

Com o resultado, o time comandado pelo técnico Roberto Martínez entrou para a história do futebol belga. Nenhuma geração do país chegou tão longe quanto essa de 2018 em uma Copa do Mundo. Em 1986, a Bélgica também foi eliminada na semifinal, porém, na disputa pelo terceiro lugar acabou derrotada pela França.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra

POR GERSON NOGUEIRA

A coluna abre espaço para a manifestação oportuna de um craque das letras, fino observador refinado da cena boleira, sobre a Copa do Mundo.

Com vocês, Edyr Augusto Proença:

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“Sabe, Gerson,

Depois de ler aquele texto escrito pelo Paulo César Caju, fiquei pensando em qual seria a escola brasileira de futebol, hoje. Não podemos citar quase nenhuma das nossas equipes. Algumas fazem algo interessante como Grêmio, o Corinthians de Tite, e sei lá quem mais. Mas eles atualizaram a forma de jogar a partir da revolução de Guardiola na Espanha. Compactação, jogo no campo do adversário, passes rápidos e curtos, você sabe. E como nossa seleção mostraria esse “futebol brasileiro” que o Caju pede? Todos os jogadores, com uma ou duas exceções jogam na Europa. Enfim. Claro que tenho assistido a todos os jogos. Também acho que Tite foi endeusado, acho que ele cometeu erros. Qual a razão para nossos técnicos levarem sempre jogadores que ‘confiam’, que já passaram por suas mãos, mesmo que sem qualidade suficiente? Tantos corintianos. E os rapazes da Ucrânia, sempre convocados, nunca escalados. Nem quero me meter por esse caminho que é nebuloso. E convocações por merecimento, digamos. Renato Augusto jogou bem em momentos importantes, durante as Eliminatórias. Depois, como todos os que vão para a China, sumiu. Paulinho, que já havia ido para a China, com a seleção foi parar no Barcelona, onde foi pro banco e agora, novamente despachado para a China. Qual a razão de convocar atletas que não estão no seu ápice? Houve outros erros, todos estão comentando. Quem perde, sabe que tudo o que disse será usado contra si. Mas, com tudo isso, tendo em vista o que tenho assistido, acho que tivemos contra a Bélgica, sobretudo, um mau dia. Não deu certo. Sim, Tite bancou Marcelo, o grande craque, sabendo de um espaço às suas costas. Estava sem Casemiro que costuma fazer cobertura no Real. Houve o primeiro gol. Aconteceram outros, iguais, cabeçada no primeiro pau, batendo ou não no braço, cabeça ou qualquer outra parte do defensor. Sim, os brasileiros gelaram, não sei como. Quase todos atuam como destaque em grandes clubes, acostumados a grandes momentos. Sim, o tal Lukaku conseguiu passar em contra-ataque para De Bruyne. Se fosse Neymar, não se contentaria com aquele chute seco e forte que foi gol. Tentaria passar espetacularmente pelos beques e goleiro antes de chutar, com desprezo, para o gol. A partir daí, os belgas fizeram um castelinho à frente da área, que orgulharia Joel Santana. Homens altos, pouca distância entre si, enfim, difícil. Aí vêm os erros. Vejo os croatas com Modric e Rakitic, cada um de um lado, armando, tendo mais atrás um ic qualquer que não lembro o nome. Nós não temos. Coutinho é atacante. Marcelo, ele e Neymar de um lado, fizeram grandes jogadas. A bola não entrou. Mas como voltar para combater, no caso de Coutinho, se tinha de penetrar no castelinho belga? O cara cansou. E então falam que William nem devia estar na seleção. Sim, é verdade que o Douglas entrou com toda a flama. Concordo. Mas a seleção, há muito, é capenga. Se do lado esquerdo temos Marcelo, Neymar e Coutinho, do outro lado, temos apenas William. Fagner não podia subir por conta da velocidade de Hazard, e Paulinho – bem, onde estava Paulinho? Algumas vezes William enveredou pelo meio à procura de uma jogada. Tentou poucas vezes a linha de fundo. Não tinha apoio. Sim, não estava inspirado, mas a seleção é capenga. O pior caso é do Gabriel de Jesus. Coitada, sua mãe e o patrocinador ficaram esperando ele fazer uma ligação e nada. O garoto não estava bem. Firmino, ao contrário, estava na decisão da Champions. Tite bancou Gabriel tipo ele vai deslanchar e eu vou rir da cara de vocês. Será? Foi um risco calculado escalar Marcelo ou foi surpreendido por Lukaku na ponta-direita?

Mas a bola não entrou. Perdemos chances. Eles perderam menos. Num dia melhor passaríamos. Se você lembra, Gerson, nossas seleções costumam melhorar durante a Copa, como se a primeira fase servisse para entrosamento. Não falo de Neymar? Acho que foi um dos momentos mais ridículos que o mundo já viu sua entrada em campo com aquele topete louro. Pô, ninguém avisa? Aí, irmão, estás ridículo, para com isso. Queria ser o rei do mundo e agora é ridicularizado. Mas diga-se, passou três meses parado, com fratura, pino colocado. Ninguém volta inteiro. Nos outros jogos, veio de cabelo normal e até passou a bola. Estava subindo de produção. Agora, fica mais uma temporada se enganando e ficando milionário no PSG e aquele campeonato francês, fraquinho. E a idade, ih, acho que passou a hora. Foi um dia ruim. A bola podia ter entrado, mesmo com aqueles gigantes, até Lukaku dando bicão pra longe. Depois, a Bélgica foi se queixar que a França ficou na retranca, Giroud dando bico dentro da área.

Não vi nas outras seleções tanta coisa melhor que a nossa. Acho que perdemos no meio campo. Em Paulinho e em empurrar Coutinho para dentro da área. A seleção belga tem dois beques ruins, que, nervosos, chutam para qualquer lado. Os laterais não são superiores aos nossos. E olha que era o carniceiro Fagner. Na frente, o trio Hazard, De Bruyne e Lukaku funcionou. Hazard, no mínimo é igual a Neymar. DeBruyne, no mínimo é igual a Coutinho. Quanto a Lukaku, bem, Gabriel nem existiu, mas é um rompedor com alguma categoria. Me chamou a atenção desses times todos mantendo um centroavante poste. Lembrei até do Henrique Dourado do Flamengo vendo o Giroud da França. O Kane é bom, mas não deu. O Mandzukic é bom e na hora do vamos ver funcionou. E o Brasil com o Gabrielzinho… Está bem, era a proposta de um jogo rápido, mas não rolou. A passagem de bola foi lenta. Até chegar à intermediária, todos os belgas já estavam lá. Foi um bate e volta sem parar. A bola podia ter entrado, mesmo assim. Paciência. Não foi dia.

A Croácia é melhor que o Brasil? Não. Modric e Rakitic realmente são ótimos. Para mim, Modric é o melhor da Copa. Mas, um por um, entre os outros jogadores, sou mais Brasil. A zaga da França é tão boa quanto a do Brasil. Kanté é tão bom quanto Casemiro. O Mbappe é muito bom, mas ainda precisa comer muita farinha. Pogba é excelente. Mais um meio de campo que nos supera em qualidade. O Brasil, com todos os seus erros, podia estar lá. Podia, sim. Jogando da maneira europeizada, como quase todos, mas podia. Acho que faltou dizer isso, sabe, Gerson.

Mandzukic jogou mal o jogo inteiro contra os ingleses, mas fez aquele gol. A bola entrou. Não há no Brasil um técnico melhor que Tite, no momento, mas volto ao Caju. Haveria uma maneira brasileira de jogar? Com todos os jogadores estando fora e a situação local tão ruim? A gente podia estar na decisão. É o que acho.”

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Belgas e ingleses no jogo menos charmoso da Copa

Por tradição, a disputa de terceiro lugar é quase que uma tortura para os envolvidos. São aqueles enjeitados no bale principal, que ficaram a um passo do Olimpo e acabaram deixando escapar a chance.

Quis o destino que os preliantes sejam duas seleções que tiveram brilho fugaz na Copa. Os belgas, um pouco mais. Os ingleses impressionaram contra times menos e sucumbiram ante os heroicos croatas.

Por ironia, na primeira fase, as seleções se enfrentaram numa espécie de pelada com grife. Classificadas, fizeram um jogo opaco, que valia apenas pelo primeiro lugar da chave. Têm a chance de fazer hoje o que não fizeram naquele dia.

(Coluna publicada no Bola deste sábado, 14)

Base da seleção croata joga nos principais clubes do mundo

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A presença da Croácia na decisão da Copa do Mundo de 2018 é considerada uma surpresa, no entanto, o nível técnico dos jogadores que o treinador Zlatko Dalic tem à disposição é digno de um time finalista de um Mundial. Luka Modric, Ivan Rakitic e Mario Mandzukic são apenas três dos atletas que defendem grandes clubes do futebol europeu e com a bagagem trazida dessas agremiações tentam levar o antigo território pertencente à Iugoslávia à glória máxima existente no futebol.

Camisa 10 do Real Madrid e cotado para vencer o prêmio de melhor jogador do mundo em 2018, caso a Croácia conquiste a Copa do Mundo, Luka Modric é o principal líder da equipe quadriculada. Neste Mundial, o jogador foi crucial em diversas partidas. Na vitória sobre a Argentina por 3 a 0, por exemplo, anotou um golaço de fora da área, gingando na frente de Otamendi e acertando em cheio no canto esquerdo, sem chances para Caballero.

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Mas a Croácia não se resume apenas a Modric. Além do camisa 10, o meio-campo da equipe também conta com outros nomes de peso. Ivan Rakitic, titular do Barcelona, Kovacic, outro atleta do Real Madrid, e Ivan Perisic, da Inter de Milão, ajudam a ditar o ritmo do time comandado por Zlatko Dalic. No ataque, Mario Mandzukic vem se mostrando tão decisivo quanto é na Juventus. Foi dos pés do grandalhão, inclusive, que saiu o gol da classificação à final, contra a Inglaterra, na prorrogação.

Até mesmo nas posições menos glamurosas a Croácia dispõe de grandes atletas. Vrsaljko, por exemplo, é lateral-direito do Atlético de Madrid. Dejan Lovren (foto acima), por sua vez, é zagueiro titular do Liverpool que chegou à final da última Liga dos Campeões. Aliás, justamente por conta do desempenho croata neste Mundial, os Reds cogitam contratar outro jogador da Vatreni: Domagoj Vida, atualmente no Besiktas, da Turquia.

Independentemente do resultado da decisão do próximo domingo, esta geração croata já pode ser considerada a melhor da história. Nunca antes a seleção do país havia chegado tão longe em uma Copa do Mundo. Antes da campanha na Rússia, o melhor resultado da Croácia em Mundiais havia sido um terceiro lugar em 1998, quando venceu a Holanda após ser eliminada na semifinal para a França. (Da Gazeta Esportiva)