Ex-bicolor parabeniza azulinos pelo acesso

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Em seu perfil no Facebook, o atacante Bruno Veiga, ex- jogador do Paissandu, postou mensagem de parabéns ao futebol paraense e ao Clube do Remo depois da vitória sobre o Operário-PR. “Parabéns ao futebol paraense. Clube do Remo está de volta à Série C”, escreveu Bruno.

Com raça e categoria

POR GERSON NOGUEIRA

O placar foi de 3 a 1, mas podia ter sido de 4 ou 5 gols, levando em conta as oportunidades perdidas pelo ataque do Remo no segundo tempo, quando o Operário resolveu arriscar um pouco mais e sair da cautela com que entrou em campo. A conquista do acesso, emoldurada pela vitória categórica, reflete a excelente campanha do time de Cacaio na competição e consagra alguns heróis – Eduardo Ramos, Ilaílson, Levy e os zagueiros Max, Henrique e Ciro Sena. Acima de tudo, premia o amor incondicional e o apoio permanente da apaixonada torcida azulina, não por acaso apelidada de Fenômeno Azul.

Nervosa no começo, como toda decisão, a batalha do acesso se revelaria depois bem tranquila para o Remo. O Operário entrou recuado, como se tivesse a vantagem e ficou a esperar pela subida ao ataque dos paraenses. Isso só aconteceria com mais intensidade a partir dos 15 minutos de bola rolando. Aí o Remo soltou seus laterais, principalmente Levy pela direita, e concentrou o jogo esticando lançamentos para Aleilson e Welton.

Bem vigiados, ambos não conseguiam levar a melhor contra os defensores paranaenses. Eduardo Ramos, pouco avançava, procurando centralizar o jogo e evitar a correria que interessava aos visitantes.

Quando, aos 20 minutos, saiu o primeiro gol, depois de escanteio batido por Ramos e desviado para o fundo do barbante por Welton, o Remo já estava mais presente no campo de ataque. Beneficiava-se da luta incessante de Ilaílson e Chicão na marcação aos meio-campistas do Operário. Graças a isso, várias jogadas nasceram a partir da recuperação de bolas na meia-cancha.

Esta seria a tônica do jogo por parte do setor de combate azulino, mesmo quando o Remo estabeleceu vantagem no segundo tempo. Deu certo porque o Operário custou a entender que, apesar da gritaria infernal da torcida, cantando os hinos do clube o jogo inteiro, a equipe estava focada em não permitir qualquer descuido.

Quando no segundo tempo o Operário decidiu abrir mais suas linhas, pois não adiantava ficar atrás perdendo por 1 a 0, o esquema de Cacaio mostrou sua face agressiva. Em escapada rápida, Aleilson cruzou para o centro da área, Levy amorteceu para a finalização certeira de Eduardo Ramos no canto direito do gol de Paulo Sérgio, aos 10 minutos.

Logo em seguida, aos 16, o próprio Ramos bateu falta na cabeça de Aleílson, que desviou para as redes, decretando ali o acesso azulino. Com 4 a 0 no placar agregado, o Operário teria que marcar cinco gols em menos de 20 minutos.

O Remo então se dedicou a controlar as ações, porém veio a expulsão de Levy, que obrigaria Cacaio a ter que recompor seu sistema de marcação. Mas, apenas dois minutos depois, Capa acertou pontapé sem bola em Eduardo Ramos e também foi excluído da partida.

O jogo caminhava para o final, com Rafael Paty já em campo no lugar de Welton, com o Remo desperdiçando duas chances, com Mateus e o próprio Paty. Numa subida rápida, aos 34, o Operário marcou o gol de honra, em cabeceio de Alemão.

Quase ao final, Ramos enfileirou marcadores pelo lado direito e entrou na área, mas o toque final acabou saindo pelo lado da trave. Seria um golaço, coroando a atuação quase perfeita do camisa 10.

Nada que refreasse o entusiasmo do time e a imensa alegria do torcedor remista nas arquibancadas do Mangueirão, soltando o grito que estava preso há pelo menos sete anos. (Fotos: MÁRIO QUADROS)

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Ramos, destaque do jogo e da campanha

Na temporada, são nove gols. Ao longo de sua permanência no Remo, foram 14 gols e 16 assistências em 56 partidas. Números que confirmam a importância de Eduardo Ramos para o time azulino.

Ontem à noite, ele voltou a ser o regente da companhia. Foi à frente quando a situação se mostrou favorável, fez um gol e deu passes para os outros dois.

Acima de tudo, Ramos é o líder que o Remo há muito tempo não tinha. Há dois anos, quando chegou sob desconfianças ao Baenão ninguém imaginaria que seria o jogador utilíssimo de agora.

Mostrou disposição e gana de vencedor. Merece todos os aplausos.

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Empate põe o Papão na encruzilhada

Quem viu o Papão jogar contra o Macaé no sábado à noite teve a impressão de que o time parecia conformado. Com a boa colocação na Série B e com o fato de não conseguir envolver o modesto adversário. Ficou mais patente ainda depois que, aos 35 minutos, Leandro Cearense fez o gol, cobrando pênalti. Além de fazer 1 a 0, o time ganhou o bônus extra da expulsão do zagueiro Ramon no lance que originou a penalidade.

Sem jogar rigorosamente nada até aquele momento, o Papão não aproveitou o gol que lhe caiu no colo para partir e definir a situação de uma vez. Pelo contrário, continuou errando quase todas as saídas de bola, com Fahel, Roni e Paulo Otávio, com forte contribuição de Djalma, também hesitante pelo lado direito.

O Macaé se recolhia às suas limitações, mas mostrava mais lucidez na distribuição de jogadas. Acima de tudo, errava poucos passes. Com isso, mesmo inferiorizado no marcador, conseguiu equilibrar as ações e de vez em quando dava uma pontada mais perigosa.

Enquanto isso, Cearense perdia duas chances seguidas e Jonathan mandava um chutaço, que o goleiro Rafael espalmou para o meio da área, mas Misael chegou tarde.

Na etapa final, o Papão trocou Roni por Edinho e continuou mal nas articulações. Everaldo entrou no lugar de Misael e a situação só se agravou. O meio-de-campo não existia e a lateral esquerda era uma verdadeira avenida. O golpe, porém, viria aos 42 minutos, pela direita. Djalma foi envolvido e o cruzamento rasteiro foi nos pés de Gedeil, que estufou as redes.

Pareceu um castigo doloroso para o Papão, mas o fato é que o bravo Macaé também não merecia sair derrotado.

Ainda colado no G4, o Papão precisa definir suas prioridades. Se ainda quer realmente subir ou se já jogou a toalha.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 19)

Poster do acesso do Leão

Detalhe do super poster do Remo, que sairá na edição desta segunda-feira do caderno Bola. (Foto: MÁRIO QUADROS)