Por Gerson Nogueira
As negociações de começo de temporada têm se revelado extremamente tímidas na Série A, se comparadas aos investimentos da temporada passada, quando só o Internacional respondeu por várias extravagâncias, além de Grêmio, Atlético-MG e Corinthians. Desta vez, em pleno ano da Copa do Mundo, os clubes estão indo às compras com extrema parcimônia, evidenciando um claro período de contenção de gastos.
Por enquanto, não se tem notícia de nenhuma contratação de vulto, a não ser as negociações entre Santos e Nápoli para aquisição do atacante Vargas e o interesse declarado em repatriar Robinho, hoje no Milan.
O Fluminense, que escapou por milagre (ou algo que o valha) do rebaixamento à Segunda Divisão, recontratou o argentino Conca, que estava no Guangzhou Evergrande, da China. Não satisfeito, foi buscar Renato Gaúcho para comandar o time pela sexta vez. Mais que isso: deve ter acenado com reajuste salarial para que o artilheiro Fred permaneça nas Laranjeiras, apesar do anunciado interesse do Cruzeiro.
Ocorre que o Flu não conta para efeito comparativo, pois é um oásis entre os clubes mais tradicionais, pois desfruta do mais generoso contrato de patrocínio, propiciado por um mecenas poderoso, que dirige uma grande cooperativa médica e, mais que empresário, é torcedor fanático do Tricolor carioca.
É provável, com base nos dados das consultorias especializadas, que os grandes clubes estejam com o pé no freio, estimulados em copiar o exemplo do Flamengo, cuja austeridade nos gastos foi premiada com a conquista da Copa do Brasil. Graças ao dinheiro economizado (inclusive com técnico), será possível investir em reforços para a Libertadores deste ano.
Não há, obviamente, qualquer correspondência entre o aperto de cintos vigente na elite do futebol brasileiro com o que se vê nos gigantes europeus, que não cansam de investir e reforçar seus elencos a cada temporada.
Bem administrados, voltados essencialmente para a rentabilidade, os clubes alemães, ingleses, espanhóis funcionam como empresas, de fato. Custos são cuidadosamente mensurados a cada ano, avaliando riscos e oportunidades. Nada é feito de afogadilho ou ao sabor da pressão dos torcedores.
O futebol por lá, atraente e espetaculoso em campo, é tratado como um negócio. Precisa, acima de tudo, ser rentável. Por aqui as coisas ainda engatinham nesse sentido. Ainda prevalecem os negócios por impulso, tão ao gosto das arquibancadas e longe da frieza técnica exigida no mundo dos empreendedores.
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Mãos de Deus e pés de Dieguito
Em doze toques, passando por sete desarvorados súditos da Rainha, Diego Maradona mandou a Inglaterra mais cedo para casa na Copa de 1986, no México, e colocou definitivamente a Argentina como candidata ao título mundial. Essa vertiginosa arrancada de El Pibe em direção ao gol de Shilton até a bola beijar as redes é apontada, com justiça, como uma das mais geniais jogadas da história do futebol, ao lado do gol de Jairzinho contra mesma Inglaterra e do capitão Carlos Alberto diante da Itália, em 70. Além da importância do lance havia a questão histórica, as feridas abertas pela guerra das Malvinas, quatro anos antes.
A cena foi reexibida ontem à noite no VT das quartas-de-final exibido pela ESPN. A peleja foi disputada na Cidade do México, sob o sol do meio-dia. Maradona era apontado por muitos como o melhor do mundo, mas nesse dia tornou-se mito. Antes do golaço citado, já havia marcado outro gol, tocando com as mãos e enganando o goleiro, aos 5 minutos do 2º tempo. Foi a mão de Deus, dizem até hoje os argentinos. O árbitro tunisiano comeu mosca, os ingleses chiaram, mas o lance foi validado.
Um dia histórico, um erro absurdo e um craque consagrado.
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No blog, revelações de Davino
Em entrevista exclusiva, concedida a Cláudio Santos, colaborador do blog campeão, o técnico Roberval Davino relembra a alegria pela conquista da Série C 2005 e admite a vontade de um dia voltar a dirigir o Remo. Revela também que o clube lhe deve até hoje R$ 15 mil. Depois de tantas promessas furadas, cansou de cobrar.
Vale a leitura.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 03)
Penso, Gerson e amigos, que clubes de futebol, só se tornam grandes, se tiverem grandes jogadores e com isso montarem grandes times para conquistar títulos nacionais e internacionais, por isso não podem abrir mão de investirem nesses jogadores.. Agora, concordo com a coluna, tudo tem que ser planejado, pensado, para que ão se gaste dinheiro à toa, como fez o Fluminense, este ano, por exemplo…
– Rendeu e ainda tá rendendo muito esse gol de mão do Maradona… Faz parte da esperteza do jogador e da vacilada do auxiliar, que tinha um ângulo bem melhor que o árbitro… Né amigo Edmundo?
– Bate Papo com o professor Davino, me rendeu muitas ligações, DM’s, e-mails.. de amigos… O que prova que o blog, do primeiro ao quarto ano, só tem crescido… Grato ao amigo Gerson, dono do blog, a todos que participam e aqueles que leem, apenas, pela força. Vamos logo pra 5 milhões, pois 4 milhões, já está praticamente sacramentado..
Valeu.
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Ah, um dos leitores, foi o próprio Roberval Davino, que fez a seguinte observação:
Roberval Davino
11h
Boa noite…..parabéns acredito que ficou legal e com um conteúdo bem equilibrado.
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Será que os clubes estão começando a entender o conceito de orçamento ?
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O mal é que na pressão das torcidas os clubes em busca de dar uma resposta estas acaba por contratar gato por lebre e se endividando todo!
O planejamento estratégico não é mais o segredo do sucesso é, de fato, a receita para este, porém, exige critério e tempo de execução, mas vai explicar isto ao torcedor mais apaixonado!
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Mas, não é só o torcedor que pressiona. Neste particular, a imprensa cumpre um papel até mais poderoso, inclusive porque não raro insufla a torcida a dobrar a pressão que normalmente já faz. Agora, me parece que o fator imbatível nesta inflacionada ciranda de contratações é o próprio interesse de muitos dirigentes e empresários em fazer girar esta roda financeira.
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Parece-me que os Clubes estão começando a entender que o futebol brasileiro não tem como contratar estrelas reservas como Pato.
Novamente Parabéns Cláudio. Sugestão para entrevista. Ivo Wortman.
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Bom nome, amigo Celira… Amigo Gerson tá de olho… Quem sabe?
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