Por Rodrigo Dominguez
Há 70 anos, vinha ao mundo um miúdo negro.
Filho de Laurindo, um ferroviário angolano e Elisa, uma moçambicana, ficou órfão de pai aos 8 anos. Como todos os outros cachopos, faltava as aulas para correr descalço pelas ruas de Lourenço Marques, hoje Maputo.
Tendo sido “leão” em Moçambique, em Portugal seria “águia”, aos 18 anos, em 1960, pelas mãos de Béla Guttmann. Mesmo com problemas no joelho na juventude, sua velocidade e agilidade eram impressionantes.
Criado com muita coragem pela mãe, chegava a Lisboa para encantar tudo e todos. Vestiria o “encarnado” que seria a sua imagem no imaginário dos amantes do futebol.
O Mundial de 1966, em Inglaterra, foi o esplendor do Pantera Negra. Seus 4 golos contra a Coreia do Norte ficaram eternizados, assim como o seu choro na derrota para a Inglaterra nas meias-finais.
Eusébio é tão definidor da identidade portuguesa, da alma lusa, quanto o Mosteiro dos Jerónimos, Amália Rodrigues, o Pastel de Belém, o vinho do Porto ou o Fado.
O esférico hoje celebra e agradece. Obrigado, Pantera!


