Coluna: Última chance para os dinossauros

Luciano Henrique, Ruy Cabeção, Tuta, Aloísio Chulapa, Carlinhos Bala, Leo Medeiros, Ramon, Sandro e Acosta são alguns dos dinossauros que já experimentaram fama e sucesso e hoje estão meio esquecidos nas divisões secundárias do futebol brasileiro. Todos estão na faixa acima dos 30 anos e estão em fase descendente na carreira. Alguns nem titulares mais conseguem ser em times de Série C e D.
O próprio Sandro é um exemplo. Apesar da qualidade técnica, contusões sérias fizeram com que perdesse espaço para outros jogadores. Luciano Henrique, ex-campeão pelo Sport-PE, também não conseguiu se encaixar no Paissandu. Carlinhos Bala virou nômade pelo Nordeste. Acaba de ser dispensado pelo Fortaleza, depois da eliminação na Série C.
O Brasiliense virou um principal reduto dos renegados. Tuta, ex-Fluminense, e Acosta, ex-Náutico e Corinthians, são os nomes mais reluzentes do elenco, embora não consigam fazer o time pontificar no torneio. Ramon, meia que fez sucesso no Vasco, agora empresta seu indiscutível talento ao meio-campo do Joinville na Série D. Ruy Cabeção, ex-Botafogo e Fluminense, também se refugiou no Jacaré.
Na lista há espaço até para um campeão mundial. Aloísio Chulapa, titular do S. Paulo na conquista do Mundial Interclubes de 2005, agora defende o CRB, que será adversário do Paissandu nesta fase da Série C. Tem ainda goleador de Campeonato Brasileiro, como Josiel, ora no Paissandu.
São jogadores que lutam contra o tempo, os limites físicos e o jogo mais bruto das divisões inferiores para seguir na ativa. A maioria não tem muitas chances, nem pretensões, de voltar à Primeira Divisão.
A história mostra que os veteranos só retornam à ribalta quando conseguem subir de divisão junto com os times emergentes. Caso de Fábio Júnior, no América-MG. E é aí que a coisa pode ficar interessante para clubes como o Paissandu, que tentam a todo custo retornar à divisão de elite. É o caso de juntar a fome com a vontade de comer.
 
 
A Seleção Brasileira, cuja convocação sai hoje, visita o Pará na condição de 7ª no ranking da Fifa. É a pior colocação dos últimos anos. Retrato eloquente do momento de baixa qualidade vivido pelo futebol pentacampeão. Não adianta ficar se enganando. No cenário mundial, a Seleção perdeu espaço pelos maus passos nas últimas Copas e a ausência de grandes craques. O recomeço pode estar nos pés de Neymar, que vem jogar no Mangueirão.
O encanto, porém, continua intocado. Tanto que centenas de torcedores certamente estarão hoje, às 9h, no Mangueirão, para trocar alimentos não perecíveis (2 quilos) por ingressos para assistir o treino do escrete na próxima segunda-feira.
 
 
“Uma das coisas ótimas sobre estar no R.E.M. foi o fato de que essas músicas e discos significavam muito pra gente tanto quanto pros nossos fãs. E ainda são. Ser parte de várias vidas é um dom inacreditável. Obrigado. Nós ainda somos grandes amigos. Eu sei que os verei no futuro, assim como sei que verei cada um que nos apoiou ao longo dos anos. Mesmo se for só alguém na loja de discos, ou em um clube, vendo um grupo de garotos de 19 anos tentando mudar o mundo”.
 
De Peter Buck, guitarrista do R.E.M., cravando ontem o epitáfio da grande banda, num dia de luto para o rock.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 22)

25 comentários em “Coluna: Última chance para os dinossauros

  1. Essa de dinossauros, égua da implicação com velhinhos! Se formos esperar por Neymar pra melhorar a cotação, estamos lascados. E a banda R.E.M. morrendo, também com esse nome, tá explicado!

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    1. Camarada, vamos deixar de melindres bobos. Quando refiro-me a dinossauros é exatamente para descrever veteranos. Que desonra ou ofensa há nisso? As sensibilidades andam muito afloradas. Muita calma nessa hora.

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      1. Caro Gerson, nada de milindres, o que quis dizer é que existem muitos veteranos que ainda dão muito caldo, não só no Brasil como no mundo todo, por isso não acho legal o termo dinossauro, acho desrespeitoso no mínimo. Jogar até uma certa idade deveria ser até resaltado e não servir de escárnio. No ano passado o Paysandu aventou contratar o Fabio JR, e serviu de galhofa, no final do ano deu no que deu FJr na elite do brasileiro. Ok camarada!

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      2. Compreendo sua posição, Otávio, mas não há escárnio, pelo menos de minha parte. Por isso, vejo de fato melindres em excesso aqui no blog e nas discussões normais de rua, o que é lamentável. O torcedor mais fanático tem mania de perseguição, reclama de tudo que diz respeito ao seu clube e isso é compreensível. Aquele humor tão sadio que cerca as competições esportivas só é aceito e praticado quando se refere aos rivais. Quando atinge nosso clube de coração a coisa muda por completo e é vista sempre como ofensa. Aqui neste espaço sempre esperei encontrar uma capacidade maior de tolerância, mas a coisa descamba quase para o mesmo nível. Acredito que se o texto não citasse o Luciano Henrique, o Sandro e o Josiel a reação teria sido normal – ou melhor, não haveria qualquer reparo à palavra empregada. Ah, quanto ao Fábio Jr., fazendo gols ou não, é um dinossauro, sim.

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      1. Vale Lembrar que a banda não incluiu a letra “O” para pura e simplesmente, diferenciar do instrumento de barco que empresta o nome à um quase extinto time de futebol local.

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    1. Não, Douglas, engano seu. As informações do Yahoo foram pinçadas de informes variados da Ag. FI e de uma matéria extensa (e bem escrita) pela Placar de dois meses atrás. Melhor você dizer que me inspirei, sim, no texto inicial da Placar.

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  2. Amigo, Gerson, ainda seguindo a linha da coluna, tem-se:
    1)Luis Mário: ex. Corinthians, Grêmio, Paysandu. Está no Bragantino (SP)na disputa da série B;
    2)Túlio Maravilha: ex. Botafogo, Corinthians. Está no Bonsucesso na disputa da 2° divisão do carioca;
    3)Iranildo: ex. Flamengo, Brasiliense. Foi contratado pelo Luziânia para disputa da 2° divisão do DF;
    4)Valdson: ex. Botafogo, Paysandu. Está no River Plate (SE).

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  3. É verdade que o Sandro está em fim de carreira ,mas por outro lado não há nenhum demérito tanto para ele , Luciano Henrique ,quanto aos outros jogadores citados estarem disputando a série c… O problema é que muitos tomam como base,times de Rio-SP para fazer qualquer tipo de análise… Temos de ter a consciência de que nós do norte não devemos em nada pra qualquer outra região do país em todos os âmbitos,apesar do preconceito notório que sofremos…

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    1. Charles é claro que ficamos devendo e muito para o futebol do sul e sudeste.
      ou vc quer nos comparar com o são paulo, santos, flamengo, vasco, gremio, internacional, coritiba, cruzeiro e etc…
      O futebol de lá é bem melhor que o nosso, e isso é fato.
      deixemos um pouco o bairrismo de lado.

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  4. 5)Paulo Musse: ex. Vitória, Paysandu. Está no no Oeste (SP) na disputa da 4º divisão;
    6)Júlio Santos: ex. São Paulo, Paysandu. Está no São Caetano (SP) na disputa da série B;
    7)Jadilson: ex. Goiás, São Paulo. Está na Anapolina (GO) na disputa da 4° divisão;
    8)Luciano Ratinho: ex. Corinthians, Paysandu. Está no Tupi (MG) na disputa da 4° divisão;
    9)Finazzi: ex. Corinthians, Remo. Está na Anapolina (GO) na disputa da 4° divisão.

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      1. Pega aí Gerson:
        Revelado pelo São Paulo em 2001, Júlio Santos ficou no clube paulista até 2003, transferindo-se por empréstimo ao Paysandu, do Pará, em 2004. No ano seguinte, assinou contrato com o Goiás, onde acabou destacando-se e permaneceu até 2006. Em 2007, o jogador foi ao Rio de Janeiro para defender o Vasco da Gama. Depois, em 2008, teve uma rápida passagem pela Portuguesa e, no mesmo ano, acertou sua ida para o Tours, da França, e em 2011 acertou sua ida para o São Caetano. E foi da seleção brasileira de juniores.
        Júlio César dos Santos, mais conhecido como Júlio Santos (Osasco, 12 de dezembro de 1981), é um futebolista brasileiro que atua como zagueiro. Atualmente, joga pelo São Caetano

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  5. Carlos Júnior,não me referi ao nível técnico que na verdade estamos a quem ,sem dúvida…porém eu não sou baba ovo de times de fora da nossa região,até porque os mesmos não demonstram qualquer simpatia e respeito por nossas agremiações,mas vivemos numa democracia em que todos tem sua concepção e livre arbítrio para saber o que fazem,mas que havendo seriedade ,planejamento e mais engajamento de nossos dirigentes podemos ,sim ,enfrentar qualquer time de igual a para igual em qualquer modalidade,área,seja de que região for,pois não somos inferiores a ninguém…

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    1. Charles eu penso que dificilmente vamos conseguir enfrentar times como o são paulo de igual para igual. podemos até ganhar um ou outro jogo, mas no final eles sempre vão levar a melhor.

      E eu lhe explico pq: por causa do poder financeiro que eles tem. lá em baixo os torcedores estão acostumados a pagar 40, 50, 60 paus por um ingresso na boa. sem falar que os caras tem acesso a grandes anunciantes e patrocinadores.
      é muita grana que permite que eles tenham como formar elencos muito mais qualificados.
      sem falar que eles sempre tem uma base de jogadores melhor que a nossa.

      mas por outro lado, como torcedor e apaixonado pelo meu papão, sempre tenho aquiele otimismo que me faz acreditar que no improvável. e assim vamos levando.

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