O gol de Ismael para o Rio Branco contra o Luverdense, ontem, aos 40 minutos do primeiro tempo, pode vir a ter importância capital na definição do grupo A da Série C. Até então, pela lei das probabilidades, imaginava-se que até com 14 pontos seria possível garantir classificação na chave. Com isso, o Paissandu – que tem 11 pontos e uma parada mamão-com-açúcar contra o Araguaína – podia dormir em berço esplêndido. A partir da surpreendente vitória acreana em Lucas do Rio Verde, a história mudou por completo.
Para o Paissandu, que fez bom amistoso com o Independente na sexta-feira, a semana de preparativos passa a ser decisiva. O empate será suficiente para garantir a vaga (acreditando sempre numa vitória sobre o Araguaína na última rodada), mas, pelas circunstâncias que devem cercar o jogo, seria uma imprudência se apresentar com postura defensiva na Arena da Floresta.
Roberto Fernandes, que pareceu ter gostado da movimentação do time no primeiro tempo contra o Independente, pode extrair boas opções para o confronto decisivo em Rio Branco. E algumas perguntas merecem ser respondidas de imediato. A principal é: Héliton, por exemplo, que fez um jogo impecável na Curuzu, vai continuar fora de seus planos?
Outra questão que sempre foi deixada em segundo plano por Fernandes terá que ser reavaliada: o aproveitamento de Sandro no meio-de-campo, como um misto de volante e meia. Contra o Independente, ao lado de Robinho e Potiguar, o veterano capitão passou segurança e voltou a ser o ponto de equilíbrio do time.
Com a experiência que tem em situações decisivas e a gana que demonstra de acertar as contas com a torcida, Sandro pode ser uma alternativa para domingo. Como a partida foi remarcada para um horário humano (17h de lá, 19h aqui), sua escalação pode dar à meia-cancha alviceleste a consistência necessária para encarar um adversário que irá todo à frente.
Um terceiro aspecto precisa ser bem pesado pelo treinador alviceleste: a titularidade de Josiel. Fixo na área e sem inspiração para buscar jogo, o atacante virou um estorvo lá na frente. Héliton e Tiago Potiguar têm mais mobilidade e entrosamento com Rafael Oliveira.
São decisões importantes, que podem tornar a missão do Paissandu menos ou mais angustiante contra o Rio Branco, adversário que há muito tempo não perde em casa para times paraenses.
O novo cenário do grupo A remete, de imediato, ao grande prejuízo que foi o empate do Paissandu contra o próprio Rio Branco, no Mangueirão. Aqueles dois pontinhos perdidos devem fazer uma brutal diferença na classificação final.
Apesar do aperreio para dobrar o lanterna Araguaína, sábado à noite, o Águia fez o dever de casa e continua dependente apenas de suas forças para passar de fase. O interessante é que a vitória do Rio Branco facilitou também as coisas para a equipe marabaense em Lucas do Rio Verde na última rodada. De negativo, a perda de três jogadores importantes: Mendes, Danilo Goiano e Alan Taxista, todos suspensos.
Um problema extra no caminho do Águia é a bronca do técnico Lisca e dos jogadores do Luverdense com a derrota sofrida no Zinho Oliveira. Consideram, com certa razão, que o time foi prejudicado pela arbitragem.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 5)