Coluna: Perdas e possibilidades

Alguns dos 40 mil presentes ao Re-Pa, que irão ao Mangueirão na expectativa de ver um grande jogo, certamente irão lamentar a ausência de dois jogadores tecnicamente importantes. Praticamente descartados da festa por contusões, Tiago Marabá (Remo) e Claudio Allax (Paissandu) são peças de grande utilidade para seus times e teriam muito a contribuir para a qualidade geral do embate.
Tiago não guarda posicionamento fixo e, graças a isso, garante mobilidade ao ataque, revelando-se uma importante alternativa tática para o Remo. O lateral-direito Cláudio Allax defende com eficiência e apóia melhor ainda. Representa um ponto de equilíbrio pelo lado direito.
No esquema adotado por Paulo Comelli, Tiago é fundamental. Enfeixa funções táticas de grande utilidade, ora aparecendo como atacante de área, ora como ponta avançado. Allax fez um grande campeonato estadual em 2010, formando com Tiago Potiguar e Moisés um trio de extrema eficiência ofensiva. Neste ano, sob o comando de Sérgio Cosme, começa a recuperar o prestígio, mesmo sob a sombra de Sidny.  
Sem essas peças estratégicas, Comelli e Cosme terão que refazer seus planos, redefinir os esquemas. O maior desafio é certamente o do treinador remista, que perde seu principal atacante. E, como se sabe, substituir um homem de frente é sempre mais complexo do que repor peças defensivas.  
Ró e Léo Franco devem entrar jogando, mas o desentrosamento pode atrapalhar. Ró acaba de chegar e Léo só jogou (bem) alguns minutos em Castanhal. Outro problema: um especialista na área cria a obrigação de produzir jogadas específicas para ele. Quando Max Jarí entrou em Cametá, não recebeu nenhum passe ou cruzamento preciso.
O que pode salvar a situação é a disciplina da equipe, que, na falta de uma linha de especialistas, mostra ter descoberto as vantagens de atacar em bloco. Os laterais Elsinho e Marlon atacam o tempo todo, cobertos pelo volante San, que vai à área adversária para o cabeceio em lances de bola parada. O volante Luís André também avança e surge como elemento surpresa quando os demais estão marcados. O desafio é fazer com que Ró e Léo Franco se unam à tropa sem atravessar o samba.  
 
 
Não é menor a dor de cabeça de Sérgio Cosme para ajeitar sua zaga, que já apresentava buracos no centro e sofria críticas desde o apagão diante do Cametá. Marquinhos é o mais provável substituto de Allax. No último Parazão, o meia foi improvisado na função e não comprometeu. O diabo é que o jogo é um Re-Pa e aí qualquer mexida pode ser fatal.
Por sorte, Cosme tem um meio-de-campo cada vez mais ajustado e um ataque explosivo. Ao todo, são três duplas de respeito. Vânderson e Billy, Sandro e Tiago Potiguar, Rafael Oliveira e Mendes. Não há dúvida: a partir do meio-de-campo, o Paissandu é o grande favorito.   

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 13) 

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