Coluna: Vítima da superstição

O Remo anuncia a contratação do goleiro Lopes e parece manter vivo interesse em trazer Max. Ambos são ex-goleiros do Botafogo e, por uma questão natural, acompanhei atentamente suas passagens pelo clube da Estrela Solitária. São arqueiros de nível mediano, como tantos outros que militam no futebol paraense. Ambos, por sinal, bem inferiores tecnicamente a Adriano, que fez carreira no próprio Evandro Almeida, virou ídolo da torcida e se encontra em disponibilidade.
Vamos ser sinceros. A superstição, tão influente no futebol de antanho como no atual, é a principal responsável pelo veto a Adriano. Debaixo dos três paus e como profissional do clube sua conduta foi sempre irrepreensível. Mais que isso: assumiu a condição de torcedor remista, fator que o aproximou ainda mais do torcedor.
Há algum tempo, passou a ser apontado como “pé frio” por dirigentes e parte da imprensa esportiva. Nada mais injusto. Apesar de bicampeão estadual pelo clube, Adriano é associado a jornadas negativas do Remo nos últimos anos porque era um de seus mais destacados jogadores.
Ocorre que, apesar de campanhas impecáveis no arco remista, cumprindo seu papel com eficiência, arrojo e segurança, o goleiro tinha pouco a fazer se o restante do time apresentava deficiências sérias, como ausência de criação no meio-campo e centroavantes que simplesmente não faziam gols.
Foi o que ocorreu nesta temporada, quando o Remo fracassou rotundamente no campeonato estadual e na Série D, em face da baixa qualidade dos times montados e do caótico comando técnico de Giba. Duvido que o torcedor remista culpe o experiente goleiro pelos maus passos da equipe. Pelo contrário, a maioria reconhece que o Remo contava com Adriano e mais dez. A rigor, o guardião também teria motivos para queixar da infelicidade de compor times tão medíocres durante a maior parte do período em que serviu ao clube.      
Pela vinculação à má fase do Remo, o goleiro teria sido riscado da lista de opções da nova comissão técnica. Paulo Comelli e Armando Bracalli, principalmente o segundo, entendem do assunto, mas soa pouco profissional que descartem Adriano sem ao menos vê-lo em ação.
 
Sérgio Cabeça Braz é, desde ontem, presidente do Remo de fato e de direito. Assume e ganha, como “presente” natalino, a notícia do segundo empréstimo contraído por Amaro Klautau junto à CBF. Desta vez, a entidade liberou R$ 1 milhão. O primeiro, inferior a R$ 200 mil, ainda não foi pago pelo presidente que sai. Resulta dessa confusa operação financeira de AK que a nova diretoria não contará com a verba do contrato de patrocínio do governo do Estado.  
O dinheiro serviria para pagar salários atrasados. AK esteja deixando um rastro de quatro meses sem pagar jogadores e funcionários. Agora, a quantia será usada para sustar o leilão da área do Carrossel e reabrir entendimentos com a Justiça do Trabalho, depois que a atual gestão descumpriu todos os acordos de conciliação. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 14) 

18 comentários em “Coluna: Vítima da superstição

  1. Há pessoas de boa vontade, mas não dão sorte. A paredão do reboco oco no time fúnebre é reconhecidamete eficiente, mas é aquela estória, está no lugar errado, na hora errada e pior é que vai ficando, Chega a ocasião que os supersticiosos jogam pedra na Madalena e esquecem seus melhores momentos. Bom frisar que se o pé de gelo após essa tempestade ainda desejar continuar é porque merece o presente do papai noel dos gregos.

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  2. Já começa errado. Se o crediário é para pagar salários atrasados, desviar para evitar o leilão do foco da dengue é desconsiderar os seres humanos que trabalharam e merecem receber. Impressionante é que após tantos desmandos, nenhuma punição para maus dirigentes. AK e RR deveriam estar com bens bloqueados pelos grandes prejuízos causando a instituição Clube do Remo.

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    1. Culpa do Cláudio dos Santos que confunde a cabeça do Gerson com essas teses benéficas do AK . Vai acabar confundido, também, a cabeça do Cabeça Brás.

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      1. É mesmo, é Berlli. rsrs. Agora nunca vi dizer, que vc devendo um empréstimo, consegue outro e de valor bem superior, na mesma entidade(sem essa ter a certeza, se vc ainda deve, que será pago o débito). Seria muito bom se comparar a vida de Amaro Klautau com a do Sérgio Cabeça, para se ter umaidéia de quem seja o mais confiável. Ah, mas como eu ía rir muito. Te dizer.

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  3. Amigo Cláudio, juro que eu queria saber a técnica desses espertalhões para conseguir conta tanta facilidade dinheiro e não é pouco. RR aprontou e hoje está sossegado. AK fez da suas e sairá sem ser questionado e o cabeça pelo visto não será diferente e a bola de neve azulina cada vez maior. Você já pensou nisso para ficar servindo de escudo a quem não merece. No bicolor eu não ponho a mão no fogo e olha que neste quisito LOP parece ser mais racional.

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  4. O engraçado dessa historia do Adriaano é que é um baita de goleiro e os caras não querem nem observa-lo.
    E querem afastar ele do REMO,tem é que afastar e culpar pelos fracassos,GIBA RR,AK e outros perebas de jogadores que vieram de fora só para enganar aqui no pará.
    Más como a corda sempre arrebenta para os mais fracos,querem culpar o ADRIANO que é mil vezes melhor que esses mãos de lajotas que estão anunciando,e daqui a alguns meses estão na JT,querendo grana.
    MAIS UMA VEZ VAMOS FAZER O MOVIMENTO FICA ADRIANO,para que o maios jogador dos ultimos 4 anos fique no REMO.;

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  5. O problema, Gerson, não é nem a atuação de Adriano no Remo, é o fato de que todos os outros times que ele ousou defender fracassaram. Lembro quando ele foi para Macapá e o Santana (acredito que seja esse o clube) estava prestes a colocar a mão na taça, precisava só de um empate. Adriano foi chamado para reforçar a equipe e eis que a mesma perdeu por 3 a 0. Foi a mesma coisa no Pinheirense, Águia, São Francisco e outros do parazinho.

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    1. Pergunto a vc, amigo Diogo: O que faz um time que está a um empate de conquistar o título, trazer um goleiro, para substituir o outro que vinha jogando, que não sejapor contusão, o que não foi o caso? Nesse episódio, Adriano não foi contratado para jogar uma partida. É bom, na maioria das vezes, as pessoas pesquisarem, ao invés de se apegarem, apenas ao que ouvem ou lêem.

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  6. Gerson discordo de vc quando acha que o Adriano é mais goleiro do que o Max. Ele nunca disputou uma primeira divisão, salvo engano, e o Max disputou algumas vezes, apesar de não ser realmente um grande goleiro. Agora veja, se o Max que já jogou torneios mais importantes do que o Adriano, não presta, imagine o Adriano. O problema é que o Adriano é igual a goleiro de pelada, as difíceis ele pega mas as fáceis! !

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  7. Eu prefiro o “PAREDÃO OCO”, lembro que em uma única semana ele levou 11 gols. Com ele no gol é vitória certa para o adversário. Aliás, chamam de paredão por que ?

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  8. O poblema do Adriano e que ele nao sabe sair jogando
    e so chutão pra cima não tem combate também a permanença
    do Marlon um jogador sem recurso só tem uma perna a outra
    e só pra subir onibus.
    Um comentario sobre o presidente do Paissandú ele diz que
    gasta dinheiro do bolso dele no clube mas não que sair da pre-
    sidencia vai gostar de gastar dinheiro assim no inferno.
    obrigado Gerson sou seu fan por sua honestidade e sinceridade.

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  9. Momento de renovação, nada de Adriano, Velber, Gian, Rogério Belém e etc. É passado, é história.

    Deixem o Bracali e o Comeli escolherem, são pagos para isso.

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  10. É esse tipo de raciocínio que está levando os clubes paraenses a esse buraco. É um tal de “Adriano Azarado”, “Zé Augusto terçado”, “risadinha”, ou seja, coisas do futebol da década de 30. Afirmar que Adriano é azarado é igual àquela história da cadela do Botafogo. Que o torcedor de Remo e PSC levem a sério isso, é compreensível pela sua média cultural, afinal, torcedor é um “bom selvagem” (nada mais apropriado para um torcedor amazônico), agora dirigente e gerente de futebol de onde se espera racionalidade e bem senso! Pelo visto, ainda teremos mais um bom tempo de ostracismo nacional. Uma sugestão para o novo governo: terceirizar o nosso belo Mangueirão a clubes da Série A que estejam momentaneamente sem estádios. Seria uma boa fonte de renda para a SEEL e daria ocupação ao estádio olímpico. Sem contar que o torcedor paraense pelo menos sairia da mesmice do futebol bereré local e o perfil do futuro govertno ser coerente a esse tipo de concepção terceirizante.

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