Fenômeno treina, mas pança é a notícia

Ronaldo participou nesta quinta-feira do jogo-treino entre os reservas do Corinthians e a equipe sub-18 do clube, no Parque São Jorge. Sem atuar desde 9 de maio, o Fenômeno entrou em campo visivelmente fora de forma, com uma pança respeitável. O garoto encarregado de marcá-lo revelou depois que recebeu orientação para “pegar leve” com o atacante, quase um ex-jogador em atividade. A presença do jogador na partida contra o Avaí no próximo domingo, pelo Brasileirão, ainda não está confirmada, mas o técnico Adilson Batista planeja utilizá-lo. Mas, se jogar, deve ser apenas 45 minutos.

A pergunta é: até quando Ronaldo vai queimar a imagem de fora-de-série?

Coluna: Vivendo e não aprendendo

Nossos clubes vivem tomando sustos a todo instante. Melhor dizendo: nossos grandes clubes, pois broncas trabalhistas só atormentam as duas maiores forças, Remo e Paissandu. Nos últimos dias, a aflição dominou os arraiais bicolores, com o imbróglio envolvendo o atacante Moisés, que reivindica pagamento de pendências diversas e o não recolhimento do INSS – prática, aliás, corriqueira nos clubes de futebol em todo o país. Além de Moisés, o Paissandu ainda se debate com uma dívida antiga, de R$ 279 mil, com o goleiro Alexandre Fávaro.
São situações que exprimem a balbúrdia contábil e administrativa das duas agremiações. Sempre que alguém fala em modernidade, marketing ousado, salto para o futuro e outros delírios, costumo pedir que os clubes comecem pelo bê-a-bá, cumprindo suas obrigações básicas, que é respeitar contratos e pagar seus compromissos em dia.
Enquanto não houver a preocupação em cuidar desses deveres primários, dificilmente o futebol do Pará sairá da era da pedra lascada. O caso de Moisés, bem emblemático da caótica gestão – de agora e sempre – dos clubes, chama atenção porque envolve uma daquelas jóias surgidas quase que por acaso na Curuzu.
Garoto humilde, morador da periferia de Belém, Moisés se destacou num grupo que tinha vários outros bons valores – Jênison, Japonês, Billy. Só foi valorizado, porém, com a chegada do técnico Luís Carlos Barbiéri, que o promoveu ao elenco principal, depois de ter sido praticamente descartado.
Sob o comando de Charles Guerreiro seu futebol finalmente explodiu, foi artilheiro do time no campeonato estadual e passou a ser tratado com o devido reconhecimento pelos torcedores. A partir daí, passou a ter seus ganhos aumentados, com a respectiva ampliação da multa rescisória, para resguardar os interesses do clube. 
Veio, então, a proposta tentadora do Santos, time mais badalado do país no momento. O encantamento do garoto com a idéia de jogar com Ganso e Neymar é natural. O clube teve dificuldades de compreender essa aspiração e simplesmente repeliu a investida santista. Com isso, descontentou seu jogador, que passou a alimentar sonhos legítimos de independência.
Assessorado por advogados e procuradores, Moisés decidiu pelo rompimento da relação. Foi à Justiça do Trabalho denunciar o clube. Pelas regras não escritas do futebol, buscou um caminho sem volta. A própria torcida, que o venerava, já o hostiliza nos treinos e o presidente não economizou grosserias para desqualificar o que seria um gesto de suprema “ingratidão” para com o clube. 
Até prova em contrário, Moisés não cometeu nenhuma heresia. Reivindica seus direitos, o que é inteiramente legítimo. A Justiça, no próximo dia 26, deve decidir quem tem razão, mas a sentença já está dada. O Paissandu já não quer ficar com o atacante, que talvez tenha pecado na dose do remédio usado. Já o clube, na figura de seus dirigentes, deve aproveitar o episódio para se organizar e evitar dissabores (e prejuízos) tão dolorosos. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 13)

Verón rompe silêncio e critica Maradona

O volante Juan Sebastian Verón rompeu o silêncio nesta quinta-feira, mais de um mês depois da eliminação da Argentina na Copa do Mundo, e alfinetou Maradona, que deixou o comando da equipe recentemente. O jogador questionou as opções do ex-técnico, que o tirou do time titular durante o Mundial, e pediu que o novo treinador seja escolhido por méritos e não somente pelo reconhecimento nacional. “Temos que abrir a mente, avaliar as pessoas que trabalham na seleção. Tem que ser alguém da elite do futebol argentino e tem que ser escolhido pela capacidade”, declarou Verón, sem citar nomes de possíveis candidatos ao cargo de técnico da Argentina. O volante disse temer que se repita a situação de 1986, quando os campeões mundiais de 1978 foram chamados para comandar a equipe. Em relação à conduta de Maradona à frente da seleção, Verón evitou críticas diretas, mas mostrou ressentimento por ser preterido durante a Copa. “Diego é muito efusivo em suas declarações e se mete em questões que depois são difíceis de levar adiante. Em um momento ele disse que queria que eu fosse o Xavi (da Espanha) na nossa seleção. Em seguida, ele te tira do time. Isso dói”, disse Verón. (Com informações da ESPN)