Algumas observações sobre os jogos – que consegui ver, mesmo de relance – e os principais artistas desta super quarta-feira:
No Maracanã, o campo enlameado não permitia futebol nos primeiros 45 minutos. Depois disso, a má forma de Ronaldo e Adriano não permitiu que seus times criassem grandes chances de gol. Jogo muito feio, estética e tecnicamente falando, do começo ao fim.
Quem tinha dúvidas sobre o aproveitamento do Imperador na Copa, certamente não tem mais. Dunga só convoca se acreditar nas fantasias da narração global.
Quanto a Ronaldo, uma apresentação (?) digna de comédia pastelão. Um desrespeito à sua própria biografia de craque.
Ainda sobre o clássico das multidões, sei que vou contrariar a opinião de muitos, mas não vi pênalti no lance em que Juan desaba na área – como, aliás, faz umas 20 vezes ao longo de qualquer jogo, na condição de melhor ator de sua geração.
Causa espanto que rigorosamente nenhum dos jogadores dos dois mais populares times do país demonstre técnica suficiente para pleitear uma vaga na Seleção de Dunga.
No jogo do S. Paulo no Peru o que mais chamou atenção foi a desvairada valentia de Richarlyson por uma expulsão corretíssima. Há uma tendência entre os boleiros nacionais de tentar se impor perante árbitros sul-americanos, copiando um velho hábito argentino. O problema é que ainda não aprendemos todos os macetes.
Caso tivesse um pouco mais de insistência ofensiva, o S. Paulo teria vencido o jogo. Só nos minutos finais, com 10 homens, a equipe criou coragem para arriscar uma meia pressão junto à área peruana.
Pelo coleção de melhores lances de Atlético e Santos, ficou claro que o embate do Mineirão foi o mais interessante de toda a rodada. Como o Santo André já havia feito parcialmente domingo, o Galo soube cercar os moleques da Vila e Ganso só apareceu mais no tempo final.
Está provado que times que enfrentam esse jovem e veloz Santos não podem entrar muito atrás, sob pena de serem atropelados.
Deixei o match mais badalado para as considerações finais. No Camp Nou engalanado, com quase 100 mil torcedores presentes, Barcelona e Internazionale frustraram todas as expectativas. Foi samba de uma nota só. Catalães atacando o tempo todo, sem criatividade, mas com perseverança. Italianos na espera, rebatendo bolas e deixando o tempo passar.
O gol, a 12 minutos do fim, foi o único momento de vibração no estádio. A platéia, que certamente pagou uma nota preta para estar ali, merecia coisa melhor.
Detalhe importante: Messi, melhor do mundo, não fez absolutamente nada e nem sequer foi marcado em cima. Fato: o mundo não produz melhores craques como antigamente.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 29)





