Sob desconfianças gerais antes da peleja, o Remo arrancou vitória importantíssima em Santarém, comportando-se com autoridade e reagindo na hora certa frente a um adversário sempre difícil de ser superado. O triunfo foi garantido na etapa final, quando Giba abriu mão dos cuidados defensivos e pôs em campo um ousado 4-2-4, que, em certos momentos, transformava-se em 3-2-5 porque um dos laterais (Levy ou Marlon) sempre se apresentava para reforçar as ações ofensivas.
Foi bem mais ousado do que este escriba pedia na semana passada, quando cheguei a levantar a possibilidade de um trio no ataque, com Landu, Marciano e Samir (Héliton). Técnicos, de maneira geral, costumam resistir à idéia de times assumidamente ofensivos, preocupados principalmente em preservar o equilíbrio dos setores. Só se mexem e decidem arriscar quando o resultado é adverso.
Ontem, Giba começou a alterar o time para melhor quando mudou a escalação no intervalo, trocando Gian e Patrick por Marciano e Didão. A partir desse momento, o Remo passou a jogar com três atacantes de ofício – Landu, Marciano e Samir. Ao sofrer o gol de Filho, aos 7 minutos, arriscou ainda mais: Vélber substituiu o apagado Otacílio. Foi o que bastou para o Remo dominar as ações e criar seguidas oportunidades de gol, como não havia feito no primeiro tempo.
Marlon, ao empatar a partida em inspirado lance individual, já se postava mais como meia-atacante do que lateral. Depois de estabelecer a igualdade, o Remo rapidamente construiu o desempate em manobra que, não por coincidência, começou com um lançamento do outro lateral, Levy, para Vélber e deste até Marciano, que finalizou com a trave escancarada.
Ao final da partida, Giba comentou na Rádio Clube que o Remo havia se portado como um time grande, indo buscar o resultado que lhe interessava. Cabe esperar que, a partir dos acertos do segundo tempo, o técnico se comporte também com a segurança própria dos técnicos de times grandes.
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O Paissandu dos primeiros 15 minutos, sábado, em Cametá, lembrou bastante o Paissandu dos 6 a 1 sobre o Águia uma semana antes. Disposto a fazer quantos gols fosse possível, atento na defesa e produtivo no meio-campo. A partir da metade do primeiro tempo, a coisa azedou. Repentinamente, o dono da casa cresceu em campo, empurrado pelos volantes Wilson e Dudu. Sumidos no começo do jogo, Jaílson e Torrô se lançaram à batalha como se não houvesse amanhã. De fato, não havia. A derrota em casa eliminaria o Cametá do campeonato.
Quando Sandro fez 3 a 1 em outra falha da patética defesa cametaense ficou a quase certeza de que tanto esforço tinha sido em vão. Lego engano. A segunda etapa mostrou um Cametá ainda mais tinhoso. Fez três gols e virou uma partida inteiramente perdida. Balão, Torrô e Jaílson foram fundamentais. Corajoso, o técnico Vítor Jaime, ao ver que não tinha zaga, investiu no ataque. Com justiça, alcançou seus objetivos.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 26)