Paraense de Conceição do Araguaia, o atacante Jóbson foi indiscutivelmente o grande nome da rodada anotando dois gols e participando decisivamente de todos os lances ofensivos do Botafogo no clássico com o São Paulo, ontem, no Engenhão.
Ao passar a vista no currículo do jogador de 21 anos, disponível no site do Brasiliense, onde foi revelado, dá para perceber que é um daqueles muitos jogadores do sul do Pará que chegam a outros centros sem fazer escala no futebol de Belém.
Do mesmo jeito que o arisco Jóbson vários outros valores da região já percorreram o mesmo trajeto, quebrando a tradição de batismo obrigatório na dupla Re-Pa. Foi assim com o volante Marabá, que defendeu o Goiás e só no final da carreira estreou no futebol papachibé, e do meia Jeda (Jedaías Capucho Neves), santareno que é titular absoluto do Cagliari no Campeonato Italiano há três temporadas.
Jóbson, que alterou a maneira de jogar do ataque botafoguense e se destaca pela facilidade para o drible, é signatário de um acordo de risco com o Botafogo. Recomendado pelo técnico Estevam Soares, retornou do Jeju United (Coréia do Sul) e firmou contrato até dezembro deste ano, com uma cláusula curiosa: qualquer deslize extra-campo significará a rescisão automática do acerto.
Tudo isso porque, quando defendeu o Brasiliense, esteve envolvido em algumas “barcas” pouco recomendáveis, talvez pela inexperiência própria da idade. Tecnicamente, como tem demonstrado, é um atacante diferenciado e que se sobressai no insosso futebol ofensivo praticado hoje no país.
Como o futebol é pródigo em ressuscitar carreiras, Jóbson tem boas chances de apagar o passado polêmico e recomeçar pelo ponto certo. É jovem e tem estilo que une velocidade e ousadia, qualidades cada vez mais valorizadas no futebol atual. Só precisa ter a cabeça no lugar – e este talvez seja seu maior desafio.
Pelas atuações na rodada inaugural da primeira fase do Parazão, quatro times confirmaram o favoritismo para conquistar o acesso à etapa principal do campeonato. Tuna, Cametá, Independente e Ananindeua são os times que mais se reforçaram para a disputa e os resultados referendam o esforço feito. Do grupo, somente o Ananindeua teve algum embaraço, vencendo o Bragantino por 2 a 1, em jogo que chegou a estar empatado, no Baenão.
Cametá e Independente ganharam seus jogos em campo inimigo, contra Castanhal e Time Negra, respectivamente. A Tuna disparou uma goleada sobre o Sport Belém, aproveitando a fragilidade da defesa adversária, mas apresentando boa presença de ataque, com a dupla Cássio e Ari.
O Santa Rosa também venceu na estréia (3 a 1 sobre o Vila Rica) e também se habilita a brigar por uma das quatro vagas em disputa.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 23)
