A fúria consumista do Papão

A menos de dois meses do começo do Campeonato Paraense 2010, o Paissandu se prepara para bater todos os seus próprios recordes de contratações dos últimos anos. Já passaram pela Curuzu pencas de treinadores generosos na aquisição de reforços. Mário Felipe, Tata. Joãozinho. Heron Ferreira. Zaluar. Edson Gaúcho.

Nenhum, porém, chegou perto da impressionante marca de Nazareno Silva, ex-treinador do Fluminense de Feira de Santana e do Brusque (SC): em menos de dois meses no clube, já importou 16 “reforços”.

Com os cortes previstos pela diretoria, insatisfeita com o fraco desempenho de alguns jogadores, logo chegarão outros nomes. Robert foi o primeiro a sair (garante que rompeu com o clube). Outros devem segui-lo nos próximos dias. Garantidos, por enquanto, somente Naldo, Josemar, Carlos Eduardo, Julian, Bruno Lança, Dudu e Eanes. Os demais correm perigo.

Na próxima semana, o presidente Luiz Omar e o diretor de futebol Antonio Louro irão observar, no Rio, três jogadores oferecidos ao Paissandu. Estranho é que Nazareno Silva ficará em Belém, aparentemente afastado do processo decisório sobre os jogadores. Ao mesmo tempo, a cartolagem procura desmentir as notícias de que o treinador e a legião de reforços teriam em comum o mesmo empresário.

11 comentários em “A fúria consumista do Papão

  1. “Estranho é que Nazareno Silva ficará em Belém, aparentemente afastado do processo decisório sobre os jogadores”.
    Gerson, essa sua frase, diz tudo, é amadorismo de verdade. O Treinador fica e quem vai avaliar é o Diretor e seu Presidente.Brincadeira?

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    1. Cláudio,
      Também fiquei espantado – apesar de não me surpreender muito com as lambanças da cartolagem – com essa ideia infeliz. Se o técnico não tem capacidade de avaliar jogador deve ser imediatamente reavaliado também, ou dispensado.

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  2. Esse presidente é um louco, quem deve avaliar as contratações é o treinador e não a diretoria.

    É por causa dele, e só dele que o Paysandu está nessa situação.

    Enquanto ele estiver na presidência e decidindo tudo, o Paysandu não vai sair dessa situação.

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    1. A impressão, Antonyo, é que a diretoria já decidiu limar o Nazareno e não tem coragem de avisá-lo. Por isso, acho que o Re-Pa do dia 13 vai servir principalmente para que os dois grandes se livrem de seus atuais treinadores. É um palpite.

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  3. Gerson, não sei o que é pior: deixar a critério do Nazareno a escolha/indicação dos “reforços” ou a cargo do tresloucado LOP e “Sancho Pança” Louro.
    Costumo dizer que LOP é, ao mesmo tempo, refén e executante do status quo bicolor. Herdou problemas das administrações anteriores (dentre os quais as graves e quase insolventes dívidas trabalhistas), agiu como bombeiro durante boa parte do tempo, mas mostra-se, paradoxalmente, extremamente inábil para com o futebol profissional. Suas idéias são de uma mesquinhez talvez jamais vista em um presidente bicolor. É intempestivo, não age com sobriedade e não tem visão holística (termo muito em voga atualmente) do universo do futebol a ponto de, recentemente, declarar que o Paysandu não precisa de academia de musculação, necessária à preparação dos jogadores e às necessidades do clube, além da óbvia constatação de que seria um incremento ao patrimônio do clube.
    LOP também gosta de desrespeitar a torcida (fez declarações depreciativas sobre ela durante a Série C) e de jogar na cara de quem quer que seja que coloca dinheiro do próprio bolso no Paysandu. E aí talvez esteja a origem de todos os nossos males (não só do Paysandu, mas do futebol paraense de maneira geral): a figura do dirigente-torcedor-mecenas, que causa invariavelmente nos mesmos a falsa impressão de serem os donos dos clubes, alimentando suas vaidades e suas pretensões de outra ordem (principalmente as pretensões políticas) quando na verdade deveriam servir ao mesmo. A continuar assim, RE X PA’s como o do dia 13 serão a tônica do nosso calendário e a contratação de 15 jogadores e a dispensa dos mesmos 15, dois meses depois, serão o paradigma da condução do futebol profissional.

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    1. Perfeitas colocações, Daniel. Concordo principalmente quanto à figura do dirigente mecenas, que sonha em virar a figura do “grande pai”, tão cara à moral cristã latino-americana. Tenta ser, ao mesmo tempo, feitor e benfeitor; ditador e protetor; déspota e amigo. Não pode dar certo. LOP me parece muitas vezes bem-intencionado, mas tropeça na própria desinformação sobre o negócio futebol. Ao contrário de Tourinho, que conhecia como poucos esse mercado, o atual gestor é presa fácil de espertalhões diversos. Pior para o Paissandu.

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  4. Senhor,
    Estou encaminhando-lhe email convite do Sec.Paulo Roberto, em nome da Governadora Ana Júlia para café da manhã, “Diálogo Aberto” dia 23, segunda-feira no às 8:30, Palácio dos Despachos, na Augusto Montenegro. Desculpe fazê-lo através de seu blog, mas até o momento não consegui outra forma de contato . Por gentileza poderia acusar o recebimento deste para o email:simonemachado@agenciapara.com.br.
    Obrigada
    Simone Machado
    Secom/3202-0910

    Convite
    Você é nosso convidado para um café da manhã com a governadora Ana Júlia Carepa, na próxima segunda-feira, 23, às 8:30, no Palácio dos Despachos. Na pauta os assuntos de interesse do estado e da população e as ações do governo voltadas para o desenvolvimento do Pará.
    Este encontro, exclusivo para blogueiros, é o primeiro da série Diálogo Aberto que a governadora terá com representantes da mídia em nosso estado.
    Será um prazer recebe-lo.

    Paulo Roberto Ferreira
    Secretário de Estado de Comunicação

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  5. A “fúria consumista” citada na manchete torna-se ainda mais grave quando se sabe que o clube não tem recursos para tantas contratações.

    LOP está viajando ao RJ na tentativa de negociar uma antiga dívida do clube com a CBF. De 400 mil emprestados, o Bicolor ainda deve cerca de 260 mil. Como pagar? Ninguém fala, mas existe a possibilidade de o clube ser suspenso das competições em 2010.

    O episódio dos diretores que viajam para “ver” jogadores enquanto o treinador fica em Belém é, no mínimo, cômico. Ilustra o despreparo dos que comandam o clube. Fica claro que não confiam no treinador.

    O Paysandu elegeu um cidadão despreparado para a presidência. Além de não conhecer futebol e ser extremamente vaidoso e arrogante, LOP não dispõe de tempo para sua administração caótica. Durante suas longas ausências, é comum ver diretores e funcionários aflitos, sem saberem o que fazer diante da falta de comando. Muitas vezes nem sequer conseguem contato com ele. Aí está o reflexo.

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  6. É uma sopa de incompetência! Mas, acredito que, o Sr Nazareno foi, pelo menos no episódio: reformulação do time atual. A gênese deste que poderá ser o mais profundo, caos a que poderá passar o Paysandu. A incompetência somada a falta de coragem para mandar embora o treinador, fez surgir na curuzu uma mentalidade desconexa à prática da sistemática do futebol. Presidente, avaliando jogadores para contratá-los e treinador ficando na sede do clube. São atitudes demonstrando falta de confiança naquele que foi contratado para tal. Qual é a multa recisória do contrato do Nazareno?

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