POR GERSON NOGUEIRA
A notificação extrajudicial encaminhada à FPF pela diretoria do Tapajós, propondo que o Campeonato Estadual seja complementado somente no final do ano e defendendo o não rebaixamento de clubes, dá bem a medida da situação aflitiva dos clubes do interior que participam da competição. Todos estão de pires na mão e persiste uma divisão quanto à retomada: alguns já desistiram do Parazão e outros contam com a volta dos jogos para compensar o déficit causado pela paralisação.

Sem receita, dependendo exclusivamente da verba de patrocínio pela participação no Parazão, os clubes convivem com problemas para manter os elencos. Além do Tapajós, Paragominas (4º colocado no campeonato), Águia e Carajás tiveram que liberar jogadores para reduzir despesas.
Ao mesmo tempo, há a preocupação com os custos de testes para o novo coronavírus, necessários para o reinício do campeonato, e o dinheiro necessário para a realização dos jogos com portões fechados. O teste custa cerca de R$ 200,00, o que acarreta gastos em torno de R$ 6 mil para testar elenco e comissão técnica.
É provável que o Parazão seja retomado no final de julho, mas os treinamentos exigirão cuidados extremos pelo menos duas semanas antes da disputa de jogos. O Remo preparou um protocolo de providências, prevendo testes e obediência às normas de distanciamento entre os atletas. O PSC segue na mesma direção.
Enquanto não se define a quem caberá bancar as despesas, os atletas revelam preocupação, pois serão os mais expostos nas disputas de campo. O Sindicato dos Jogadores Profissionais, através do presidente Oberdan Bendelac, cobra a inclusão das famílias na programação de testagem.
Na Alemanha, referência para todos por ter sido o primeiro país a retomar atividades, o controle tem sido severo e abrange familiares dos jogadores quanto a testes e confinamento. As providências incluem também a hospedagem em hotéis para todas as equipes.
Como é impraticável seguir à risca o exemplo alemão, o futebol do Pará vai depender do achatamento do contágio e a consequente diminuição dos riscos para que as competições possam voltar sem maiores transtornos. O certo é que o pós-pandemia é fonte de preocupação geral, tanto para os grandes da capital como para os emergentes do interior.
Olimpíada 2020: exemplo oriental de contenção de gastos
O tema andava meio esquecido, mas na sexta-feira o conselho executivo dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 informou que vai monitorar a situação do coronavírus até o final do ano, antes de uma decisão sobre a realização ou não da Olimpíada. Foi a primeira vez que um executivo do comitê organizador refere-se a um prazo de decisão sobre os Jogos.
Em decisão inédita, o Comitê Olímpico Internacional (COI) adiou os Jogos em março. A maior competição esportiva do planeta estava prevista para julho. Um novo adiamento, para além de 2021, foi descartado.
Mais importante, porém, foi a afirmação da governadora de Tóquio, Yuriko Koike. Ela declarou que os organizadores buscam maneiras de simplificar os Jogos, o que significa que não haverá um evento grandioso e caro para divulgar a Olimpíada. Tudo em função da pandemia de covid-19.
Os organizadores trabalham para cortar custos relacionados ao adiamento e seguem atentos aos riscos e circunstâncias da pandemia. Não há chance de ocorrer um evento entusiasmado e vibrante enquanto a doença deixa milhares de vítimas pelo mundo – cerca de 390 mil mortos.
Responsabilidade e respeito pautam as ações extremamente cautelosas e ponderadas do comitê organizador dos Jogos. Um exemplo para tantos aloprados que insistem em ignorar os riscos da covid-19.
Jogos Memoráveis mexem com sentimentos da galera
Três partidas inesquecíveis para os torcedores integram a pauta do programa deste domingo, na Rádio Clube. Começa pela vitória do Remo sobre o Botafogo, por 3 a 2, no Mangueirão, valendo pela Série B. Em seguida, será reconstituída a vitória do São Raimundo sobre o Macaé (RJ), por 2 a 1, valendo a conquista da primeira edição da Série D, em 2009. Por fim, o categórico triunfo do Papão sobre o Sport, no Recife, por 4 a 1, Copa do Brasil 2012, com atuações destacadas de Héliton e Pikachu.
Bola na Torre
Lino Machado apresenta o programa, a partir das 21h15, na RBATV, com a presença de Mariana Malato e Saulo Zaire. Participações de Guilherme Guerreiro, Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião, em sistema de home office.
Direto do blog campeão
“A FPF arrecada 10% da renda bruta de todos os jogos do Campeonato Paraense, essa cobrança é feita direto nos borderôs das partidas, a título de ‘Taxa da Federação’, procedimento autorizado pela CBF, no seu RGC – Regulamento Geral das Competições, estabelecendo o piso de 5%, com teto de 10%. Por décadas, essa taxa vem sendo cobrada pelo teto, sem contrapartida. Não existe a obrigação de pagar um único jogador ou membro de equipe técnica, para contribuir com o espetáculo, apenas a formulação da tabela e a ‘organização’ da competição. Seria até uma obrigação, neste momento difícil, onde os clubes vêm fazendo malabarismos financeiros para manter seus compromissos em dia, que a FPF se responsabilizasse pelo custeio do protocolo de segurança e demais despesas necessárias para a realização dos jogos. Fica a sugestão”.
André Carim, um desportista atento aos humores do futebol paraense
(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 07)
Obrigado, amigo Gerson, pelo generoso espaço.
Abraços fraternos.
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