“Você já imaginou ser o PIOR profissional da sua área em todo o planeta? Olha que tem muuuuita gente, hein! Mas já pensou?? Não seria uma baaaaita vergonha?? Pois é. Temos o PIOR presidente da república de todo o planeta. Tem que se esforçar muito pra ganhar essa taça. Ganhamos!”.
O movimento é até surpreendente, se comparado ao fosso existente entre a direção de clubes e representante de atletas das séries A e B, os capitães de 16 times que disputam a Série C se engajam na mobilização para reivindicar recursos junto à CBF para que os clubes da Terceira Divisão consigam pagar os salários dos elencos.
Vinícius, goleiro e capitão do Remo, e Micael, zagueiro e capitão do PSC, representam a dupla paraense. O texto do documento encaminhado à confederação é direto: “Nos apresentamos diante da CBF com a intenção de solicitar a doação de recursos para os clubes da Série C, com destinação exclusiva de manter em dia o pagamento dos salários e imagens dos seus atletas”.
Além da assinatura de Vinícius e Micael, o apelo à CBF é subscrito por representantes de Volta Redonda, Imperatriz, S. José, Vila Nova, Ferroviário, Remo, Manaus, Ypiranga, Brusque, Jacuipense, Treze, Botafogo, Ituano, Santa Cruz e S. Bento. O documento não foi assinado por Boa Esporte, Londrina, Criciúma e Tombense.
A situação dos clubes é aflitiva em função da paralisação de atividades em todo o país. No Pará, a situação torna-se mais preocupante em função da realidade financeira da dupla Re-Pa. Já faz tempo que os dois gigantes do nosso futebol dependem da receita mensal para sobreviver. A
Ambos não conseguem manter um fundo de reserva para situações emergenciais. Nesse cenário, a pandemia da Covid-19 pegou todos desprevenidos. O Remo receia uma situação de pré-insolvência, caso as competições não sejam retomadas a partir de maio. No PSC, o quadro não é tão diferente, visto que o clube já enfrentava dificuldades para manter salários e encargos desde 2018, ano do rebaixamento à Série C.
O reinício do campeonato estadual – aliado à possível ajuda financeira da CBF – representará uma espécie de maná dos céus para os velhos rivais. Ao mesmo tempo, os dirigentes dos demais clubes do Parazão desenham cenários possíveis para o caso de a quarentena continuar.
Florescem teses sem sustentação prática – como a de encerramento do Parazão com declaração de campeão, vice e rebaixados – e outras mais racionais, como a que prega a anulação pura e simples, sem campeão e sem rebaixamento, com repetição de classificados de 2019 à Copa do Brasil e Copa Verde de 2021.
A proposta defendida pela FPF é de esperar pelas deliberações da CBF e pelo estágio da doença no Estado. Serve de alento a possibilidade de o Parazão ser encaixado em datas alternativas à tabela da Série C. Em favor da tese, há o fato de que o campeonato precisa de apenas seis datas – duas da fase de classificação, duas para as semifinais e duas para a decisão.
Os debates, ainda sem chancela oficial, vêm se desenvolvendo nos bastidores. Terceiro colocado, o Castanhal defende que se valorize o posicionamento dos quatro primeiros, propondo que nenhum time seja rebaixado e que o campeonato de 2021 tenha 12 participantes. Papão e Leão não defendem oficialmente nenhum plano, por enquanto.
Mata-mata na Série A volta à mesa de discussões
Com os temores e dúvidas sobre o calendário do futebol pós-pandemia , ressurge a tese de adoção do mata-mata ao invés do sistema de pontos corridos, em vigor desde 2003. Caso isso aconteça, a primeira divisão nacional pode mergulhar na mais séria crise financeira de sua história, agravando a penúria da maioria dos clubes.
O problema é que as empresas (Globo e Turner) que adquiriram os direitos de transmissão não irão aceitar a redução no número de jogos. Ambas pagam cerca de R$ 1.2 bilhão aos clubes disputantes da Série A. O combinado é entregar 380 partidas por temporada.
Caso a competição abrace o velho formato de mata-mata, apenas 19 partidas ficariam no sistema de pontos corridos. Ficariam 204 partidas neste modelo. A TV perderia um terço do campeonato, o que pode acarretar um prejuízo de R$ 600 milhões.
A parte leonina do dinheiro vem do serviço de pay-per-view da Globo, que já sofreu perdas substancial no ano passado em função da crise econômica. A emissora pagou cerca de R$ 550 milhões pelos direitos de transmissão.
Para 2020, a previsão era de alcançar R$ 700 milhões, mas a pandemia já alterou todas as planilhas. Clubes como Flamengo, Palmeiras, Grêmio e Corinthians constituem exceção em meio ao aperreio geral. O quarteto conta com um valor mínimo garantido.
O grande nó da questão é que, segundo o regulamento do Brasileiro, a TV terá direito de renegociar o mínimo garantido aos clubes “mais rentáveis” a um valor proporcional ao número de jogos. É, portanto, desinteressante para todos os clubes a ideia de ressuscitar o mata-mata.
Daniel Alves e o desafio de chegar inteiro à Copa 2022
Boleiros costumam ser condescendentes e corporativos. Roberto Carlos, lateral esquerdo campeão mundial em 2002, esbanjou boa vontade ao defender ontem que o veterano Daniel Alves seja convocado para todos os jogos da Seleção Brasileira, independentemente de sua condição técnica atual e da posição que ocupa no time do São Paulo.
Para Roberto, Dani Alves é um “fenômeno” em campo e uma liderança entre os jogadores, capaz de atuar tanto no meio-campo como pelo lado. Só não falou sobre o rigoroso desafio físico que a próxima Copa do Mundo vai exigir de atletas quarentões como o são-paulino.
Bola na Torre
Lino Machado apresenta o programa, a partir das 19h30, na RBATV, com a presença de Saulo Zaire e Mariana Malato no estúdio. Participações de Guilherme Guerreiro, Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião em ritmo de home office.
(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 29)
Por desobedecer normas sanitárias do decreto do governador Helder Barbalho, que proibiu aglomerações no Estado, 11 pessoas foram autuadas e levadas à Seccional Urbana da Cremação neste domingo (29). O grupo, formado por cerca de 15 veículos, iniciou uma carreata ilegal em favor do presidente Jair Bolsonaro e contra a indicação de isolamento social, recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o combate ao novo coronavírus.
Segundo o Detran, dois veículos, uma caminhonete e uma moto, também foram recolhidas por não cumprirem as normas legais. Em coletiva à imprensa no início da tarde deste domingo (29), o secretário de Segurança Pública, Ualame Machado, e os chefes da Polícia Civil, Polícia Militar, Detran e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) trataram do ocorrido na Delegacia Geral da Polícia Civil, na Avenida Magalhães Barata.
O delegado geral da Polícia Civil, Alberto Teixeira, afirmou que cada uma das 11 ocorrências passa por averiguação e pode resultar em liberação – caso seja assinado um termo de compromisso – ou prisão por formação de organização criminosa, em hipótese mais grave, para os líderes do movimento.
“As pessoas foram detidas por desobediência ao decreto e por infringir norma sanitária. É um crime de baixa periculosidade, por isso as pessoas serão liberadas assim que assinarem um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), que afirma que não cometerão mais a mesma infração. Caso não assinem, serão presos imediatamente. Para os que forem identificados como líderes, que incitaram o movimento, e portanto são mais responsáveis do que aqueles que apenas entraram no ‘oba-oba’, podem ser enquadrados até no crime de organização criminosa”, afirmou.
O secretário Ualame Machado relatou que a ação conjunta das instituições de segurança teve como objetivo inicial impedir o início da carreta, que foi divulgado para às 7h, na escadinha do Cais do Porto, na avenida Marechal Hermes. O começo foi bloqueado, no entanto, os manifestantes deram prosseguimento ao movimento a partir de ruas transversais da avenida Presidente Vargas.
“Em um momento grave como o que estamos vivendo, um movimento como esse é um atentado à vida. Não iremos negociar, pois estamos em um estado de exceção. Continuaremos fiscalizando para que não haja nenhuma aglomeração em todo o Estado. As pessoas podem fazer denúncias pelos números 181, que é o disque-denúncia, e o 190 para flagrantes”, declarou.
O comandante geral da Polícia Militar, tenente coronel Dilson Júnior, informou que a operação contou com 288 policiais nas ruas. “Infelizmente, tivemos que destacar esses profissionais para essa missão, por culpa das pessoas que ainda não entenderam a gravidade do momento que vivemos em nosso Estado, no Brasil e em todo o mundo. Nossos agentes poderiam estar trabalhando em outras ocorrências, fiscalizando os bares e restaurantes que continuaram a funcionar, por exemplo, mas tivemos que impedir a aglomeração convocada desde o início da manhã”, declarou.
MULTAS
Sobre as apreensões de veículos, o diretor geral do Detran, Marcelo Guedes, declarou que a caminhonete que liderava a carreata estava irregular: o proprietário está em dívida com o licenciamento desde 2015, o que resultou em um acúmulo de multas de R$ 22.322,36.
“Todo o valor das multas, quando arrecadado, será revertido em ações de combate ao coronavírus no Pará”, complementou o diretor. Segundo o governo estadual, o montante deve ser utilizado para a aquisição de cerca de 600 caixas com 50 luvas e 300 caixas com 10 máscaras, a serem distribuídas aos locais mais necessitados. (Com informações da Rádio Clube do Pará e O Liberal; foto: Belém Trânsito)
A médica e professora Ana Escobar, que foi garota-propaganda de uma campanha lançada pelo governo há duas semanas sobre coronavírus, diz que é contra a postura defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ), de ignorar a importância da quarentena.
“O Brasil tem que parar. O mundo está dentro de casa e nós temos que ficar também. É essencial, disse. Sobre a campanha “O Brasil não pode parar”, ela afirma não se sentir enganada. “Sinto que todos estamos sendo enganados por um presidente que não dá valor à vida”.
“Será um futebol mais verdadeiro. Quando tudo isso acabar haverá um redimensionamento geral: técnicos e jogadores ganharão a metade, o preço dos ingressos vai cair, as TVs pagarão menos e talvez seja tudo melhor”.
Carlo Ancelotti, em entrevista ao Corriere dello Sport