Zanin, a pedra no sapato de Moro, é o maior herói não cantado da odisseia de Lula

Por Kiko Nogueira, no DCM

Há outros, mas Cristiano Zanin Martins é o herói não cantado na odisseia de Lula. Ele a mulher e sócia, Valeska Teixeira, apanharam da esquerda e da direita ao longo do últimos 600 dias.

Para alguns aliados do ex-presidente, o advogado era frouxo, burocrático e sem sal. Para a direita, tratava-se, simplesmente, de um idiota a serviço de um corrupto.

Zanin teve a justa homenagem de Lula no discurso em São Bernardo, quando chamou-lhe para a frente do palco, juntamente com Valeska, lhes agradeceu pelo empenho.

Discreto, mais jovem do que aparentam os 43 anos, cabelo com gel emplastrado para trás, Zanin parece sempre ter acabado de sair do banho com o mesmo terno novo.

Não fica à vontade com os holofotes, como acontece com a imensa maioria de seus pares, especialmente os da República de Curitiba.

Numa entrevista ao DCM, Valeska nos contou o que eles estavam passando com os filhos pequenos (eles têm três). Filha do compadre de Lula, Roberto Teixeira, ela relatou que as crianças tiveram de mudar de escola por causa da hostilidade dos colegas coxinhas.

Perderam amigos e clientes.

Frio, contundente, insistente Zanin nunca foi visto saindo do sério. Pelo contrário, tirou do sério Sergio Moro algumas vezes.

Zanin sabia que o então juiz, que deveria ser imparcial, estava com um dos lados — o da acusação.

À sua maneira, expôs Moro nas audiências, sem jamais mostrar subserviência. Moro acusou o golpe algumas vezes. A principal delas, em audiência na Câmara dos Deputados.

“Ele adotou a postura quase ofensiva beirando as ofensas em praticamente todas as audiências”, disse, desafinando e se vitimizando.

“Em uma audiência, quis contraditar um acusado. Falei com ele que era medida destinada à testemunha. Ele recusou. Isso é quebra de imparcialidade?”

Coube ao tempo dizer quem estava estava trabalhando pelo Direito e quem o estava destruindo.

Zanin tem uma contribuição imensa no Lula livre e, portanto, na democracia brasileira.

Mário Magalhães lança em Belém “Sobre Lutas e Lágrimas”

Lançamento hoje (9), em Belém, do mais novo livro do craque Mário Magalhães: “Sobre Lutas e Lágrimas – Uma biografia de 2018” (ed. Record). O encontro literário acontece a partir das 17h, no espaço Ná Figueredo, ali na Gentil Bittencourt. É a mais recente obra do autor de “Marighella”, bio do grande líder comunista adaptada para o cinema por Wagner Moura.

Antes da sessão de autógrafos, Magalhães participa de uma roda de conversa com a professora Regina Nascimento e a jornalista Simone Romero. Vale a pena comparecer.

Lula: “Fui para a PF porque precisava provar que Moro não é um juiz, e sim um canalha”

Emocionando em cima de um carro de som no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, o ex-presidente Lula faz um discurso histórico na tarde deste sábado 9, um dia após ter sido solto de sua prisão política em Curitiba, onde ficou por 580 dias.

“Vocês não têm dimensão do que significa o dia de hoje para mim”, começou Lula, agradeceu a militância. “Lá em cima tá o helicóptero da Rede Globo de Televisão para falar merda outra vez sobre o Lula e sobre nós”, provocou em seguida.

Lula criticou o juiz que lhe condenou, Sergio Moro, hoje ministro de Bolsonaro, fez críticas à Lava Jato e lembrou do dia em que foi levado para ser preso pela Polícia Federal, no mesmo local, há um ano e sete meses. 

“Quando um ser humano tem clareza do que ele quer na vida, do que ele representa e de que seus algozes estão mentindo, eu tomei a decisão de ir lá pra PF – eu poderia ter ido para uma embaixada, para outro país – porque eu precisava provar que o juiz Moro não era um juiz, era um canalha que tava me julgando. Que o Dallagnol não representa o MP, montou uma quadrilha com a força-tarefa da Lava Jato, inclusive para roubar dinheiro da Petrobras e das empreiteiras. Se eu tivesse saído do Brasil, eu seria tratado como fugitivo”, afirmou.

Lula disse, porém, que se preparou “espiritualmente para não ter ódio”. “Quando eu saí daqui eu tinha uma missão. Fiquei numa solitária e durante 580 dias eu me preparei. Me preparei para não odiar meus algozes. Eu dormia com a consciência tranquila”, disse. 

Lula recebeu o abraço de muitos amigos e companheiros desde que chegou a São Bernardo. Os jornalistas Juca Kfouri e José Trajano (foto acima) estiveram lá, para comemorar a libertação do ex-presidente.

Trivial variado do país que festeja um sopro de liberdade

“Conmueve la fortaleza de @LulaOficial para afrontar esta persecución (solo esa definición le cabe al proceso judicial arbitrario al que fue sometido). Su entereza demuestra no solo el compromiso sino la inmensidad de ese hombre”. Alberto Fernandez

“A presunção de inocência não pode ser esvaziada pela legislação. Reformas para dinamizar o processo são oportunas, como a diminuição dos recursos, o adensamento das hipóteses de prisão preventiva e a regulamentação da prescrição. As mudanças devem efetivar a CF; não subvertê-la”. Gilmar Mendes

“Gostem ou não, Lula é há mais de 30 anos o centro gravitacional da política brasileira. É um fenômeno alguém manter-se assim por tanto tempo. Só pra ter ideia, os adversários dele nas disputadas presidenciais (Collor, FHC, Serra, Alckmin, Aécio), hoje, não representam quase nada”. Duke (chargista)

Polícia genocida do Rio tenta intimidar Luis Nassif

O jornalista Luis Nassif fez uma transmissão ao vivo nesta sexta-feira (8) revelando que dois policiais civis de São Paulo foram até sua casa na quinta-feira (7) para apresentar uma intimação do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, sobre um vídeo do jornalista em que é chamado de “genocida”.

“O que é genocida? Genocida é o sujeito que é responsável pela proliferação de mortes instintivamente. Esse é o conceito de genocida”, explica o jornalista, que pede desculpas ao governador se a palavra o ofendeu.

Em seguida, Nassif reconhece a validade do termo e defende seu ponto de vista. “O que ele fez? Assumiu o Rio, estimulou a polícia a sair matando, foi alertado por muitos setores, especialistas, jornalistas, que isso vai estimular uma matança indiscriminada”. O jornalista também menciona que Witzel autorizou a polícia a matar no estado e que daria todo o apoio a tais episódios.

“Não há diferenças entre ele e Bolsonaro, Sergio Moro… Mas continuamos aqui na trincheira dos direitos humanos, do direito a vida, e repetindo uma coisa que é de uma obviedade avassaladora: o governador Witzel é um genocida”, finaliza o jornalista, reforçando a opinião que deverá defender perante à polícia.

Os policiais que foram até a casa de Nassif são da 3ª Delegacia de Polícia de Investigações Interestaduais (Polinter) e atendem intimações de outros estados. O jornalista ligou para a delegacia para pedir esclarecimentos, e foi informado que se trata de uma intimação da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Prefeita de Paris convida Lula para receber título de Cidadão Honorário

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, celebrou a soltura do ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) e o convidou para receber a honraria de Cidadão Honorário da cidade. O convite foi feito por meio de sua conta no Twitter. Ela escreveu que era ” bom saber” sobre a notícia da soltura de Lula e acrescentou: “Espero por ele o mais rápido possível em Paris.”

O título havia sido concedido em outubro deste ano. Segundo a Prefeitura, a escolha da honraria foram baseadas nas ações de Lula em apoio dos desfavorecidos e a ajuda para a retirada de 30 milhões de pessoas da fome.

Em resposta, o senador Humberto Costa, líder do Partido dos Trabalhadores(PT) no Senado, afirmou que Lula estará ” o mais rápido possível” em Paris para receber o título.

Confira na integra a mensagem da prefeita francesa: 

É bom saber que o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio “Lula” da Silva acaba de ser libertado. Espero por ele o mais rápido possível em Paris, onde ele é Cidadão Honorário. @LulaOficial # Brazil #LulaLivre

Polícia de Witzel mata trabalhador com tiros na cabeça

Moradores da comunidade de Barreira do Vasco, no Rio de Janeiro, denunciam que a polícia do governo de Wilson Witzel fez mais uma vítima inocente, e desta vez com tiros na cabeça. 

Um morador teria sido atingido por policiais quando chegava do trabalho. As fotos e vídeos do corpo estendido no chão têm circulado nas redes sociais por comunicadores de favelas, como Rene Silva, do Voz da Comunidade.

“O rapaz de 26 anos trabalhava num bar da Lapa, mas levou dois tiros na cabeça ao chegar do trabalho por volta de 7h da manhã na favela Barreira do Vasco, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio. Video envido por moradores da região”, informou Rene.