
Setenta imigrantes, deportados dos Estados Unidos, viajaram de volta ao Brasil em um voo fretado por uma agência norte-americana, e desembarcaram no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, no começo da madrugada deste sábado (26). O grupo permaneceu preso ao longo de um mês na cidade de El Paso e, segundo “O Globo”, entre os imigrantes está um bebê com apenas 1 ano de idade.
Cada uma dessas pessoas será ouvida pela Polícia Federal em uma investigação sobre o esquema de imigração ilegal em Minas Gerais. A corporação ainda não apontou quando esses depoimentos serão tomados, e funcionários que atuam no terminal de informações do aeroporto não estão autorizados a comunicar se os imigrantes foram imediatamente liberados após o pouso ou se precisaram ser submetidos a algum procedimento jurídico.
O voo que os trouxe de volta ao Brasil foi fretado pela agência federal norte-americana responsável por imigração e alfândega. Além da equipe de bordo, um policial desse órgão, 20 seguranças contratados e uma enfermeira supervisionaram a viagem.
A BH Airport, concessionária à frente do aeroporto, informou apenas que o voo com os brasileiros pousou às 2h05 no terminal internacional. A reportagem de O TEMPO e da Rádio Super FM (91,7) procurou o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, para falar sobre a situação dos imigrantes no período em que ficaram detidos nos Estados Unidos, e aguarda posicionamento.
Prisão
Os brasileiros teriam tentado permanecer ilegalmente naquele país, de acordo com a Polícia Federal, apresentando-se aos fiscais na fronteira com a expectativa de responder a um processo administrativo em liberdade. Segundo a corporação, imigrantes maiores de idade teriam usado crianças e adolescentes, ou até se passado por menores, para facilitar a entrada e estada em território norte-americano.
Entretanto, as leis de combate à imigração ilegal tornaram-se mais rígidas no país com o governo de Donald Trump e excluíram a possibilidade desse julgamento a longo prazo. Além disso, o Brasil fechou um acordo com Washington, em julho deste ano, para acelerar a deportação de brasileiros sem passaporte ou que estivessem em situação irregular no país.
Familiares desses brasileiros detidos em El Paso até a deportação, nessa sexta-feira (25), contaram a “O Globo” que, além de condições humanas precárias enfrentadas pelos imigrantes no cárcere na cidade texana – inclusive, há relatos de restrições a banhos. Autoridades americanas se recusaram a passar informações sobre os detidos. (De O Tempo)