Sem contrato, Gillette diz que marca precisa ser retirada do site de Neymar

Do blog do Perrone

Num momento de crise vivido por Neymar, que nega acusação de estupro, a Gillette, sua ex-patrocinadora, é exposta gratuitamente no site oficial do jogador. O contrato se encerrou no começo do ano e a ex-parceira diz que sua logomarca já deveria ter sido retirada da página, o que não havia ocorrido até a publicação deste post. A expectativa da empresa é de que isso aconteça logo.

“A  equipe do atleta já deveria ter removido o nosso logo do site e deve fazê-lo em breve, uma vez que não há mais vínculo com o jogador”, disse a assessoria de imprensa da Gillette ao ser indagada pelo blog sobre o tema.

Sobre se a empresa solicitou a retirada ao estafe do atleta, a assessoria respondeu em uma segunda mensagem que a “Gillette não solicitou, mas como todo uso da marca tem que estar em linha com o contrato vigente, então, precisa ser retirado”. Por sua vez, a assessoria de imprensa de Neymar afirmou ao blog que a retirada da Gillette não aconteceu “por uma questão muito simples, nós ainda não fizemos a atualização necessária no site. Até porque existem marcas que precisam ser inclusas”.

As duas partes ressaltaram que o acordo se encerrou antes do acusação da modelo Najila Trindade contra o jogador. Ou seja, não há relação entre a não renovação e o episódio. O compromisso terminou no início de 2019.

Abaixo, leia nota enviada pela assessoria de imprensa da Gillette.

“O o contrato da  Gillette com o atleta foi cumprido até o final. Por questões de confidencialidade contratual não podemos dar mais detalhes, mas afirmo que a decisão da marca de não ter um novo contrato antecede o recente episódio. Por isso, acreditamos que é inapropriado que opinemos (sobre a acusação de estupro).

A Gillette vive um novo momento e a nova estratégia global de comunicação da marca exige uma reavaliação do caminho de conexão com os consumidores, que dentre outros aspectos envolve um trabalho para avaliar e descobrir qual deve ser a forma de comunicar e quem são as novas figuras públicas que podem colaborar para o fortalecimento desse vínculo com os consumidores ao redor do mundo.

A equipe do atleta já deveria ter removido o nosso logo do site e deve fazê-lo em breve, uma vez que não há mais vínculo com o jogador”.

Associação de juízes defendem libertação imediata de Lula

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A Associação Juízes para a Democracia e a Associação Latino-americana de Juízes do Trabalho (ALJT) emitiram nota na manhã desta segunda-feira (10) abordando as conversas entre procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz Sergio Moro divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

“As informações trazidas em tal reportagem revelam que, quando ainda exercia a função de Juiz na operação Lava Jato, o atual ministro Sérgio Moro aconselhou, ordenou, sugeriu e, em determinados momentos, agiu como órgão acusador e investigador, instituindo-se um verdadeiro processo inquisitorial. A notícia revela seletividade, discriminação e violações de Direitos Humanos e de princípios constitucionais, o que já vinha sendo, aliás, insistentemente denunciado por nossas entidades”, diz a nota.

De acordo com as entidades, todo o processo relativo ao triplex no Guarujá indicava “a possibilidade, a probabilidade e a razoabilidade da percepção da prática de lawfare”. “As denúncias trazidas a público na data de hoje confirmam isso, revelando uma relação promíscua, antiética e ilícita entre integrantes do Ministério Público e do Poder Judiciário.”

“A AJD e a ALJT, considerando que tais fatos não foram negados nas notas expedidas por Sérgio Moro e pelos procuradores envolvidos, exigem a imediata soltura do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de todas as vítimas do ilícito procedimento revelado pelos diálogos que vieram a público na data de hoje, bem como as necessárias repercussões penais e administrativas, com obediência ao devido processo legal, do atual Ministro e dos membros do Ministério Público relacionados na aludida reportagem”, diz o texto.

Enfim, alguém diz a verdade sobre o enganoso amistoso da Seleção

Fausto Silva ironizou a goleada do Brasil sobre Honduras, por 7 a 0, em amistoso realizado neste domingo no Beira-Rio. No inicio do Domingão, o apresentador destacou a fragilidade do adversário, alvo da vitória mais elástica da Seleção sob o comando de Tite. “Uma bela vitória. O Brasil jogou contra o vento… Honduras é dose, mas, enfim, jogou com seriedade e devolveu um pouco de confiança e otimismo ao torcedor brasileiro”, soltou Faustão.

Goleira da Jamaica encanta narrador e ganha fã na seleção brasileira

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Quando o pênalti cobrado por Andressa Alves ontem (9) parou nas luvas de Sydney Schneider, o narrador Galvão Bueno, na primeira transmissão de futebol feminino da Globo, chamou atenção para a goleira da Jamaica. É bem verdade que a seleção brasileira levou a melhor por 3 a 0 no Stade des Alpes, em Grenoble, mas Galvão e até mesmo as vencedoras da partida saíram impressionadas com a arqueira de 19 anos. Camisa 1 do time brasileiro, Bárbara se mostrou encantada com a novata.

“É até surpreendente. Caramba, 19 anos! Eu acho que estava com essa idade quando disputei a minha primeira Copa. Faz um pouquinho de tempo! [risos] Mas, cara, se ela tem 19 anos agora, então ela tem muito para crescer, tem muito para trabalhar ainda. (…) Se ela tiver um preparador de goleiro muito bom para trabalhar, ela vai ganhar o mundo. Ela vai se destacar muito, porque é muito nova e tem uma estatura muito boa”, disse a brasileira, que, de fato, tinha 19 anos quando jogou a Copa de 2007.

Bárbara não hesita antes de dizer que suas companheiras de equipe pararam em Sydney muitas vezes e perderam oportunidades de marcar. “Ela foi muito bem. Os gols que a gente fez foram de bola parada, e os três gols não foram culpa dela. Ela realmente tirou algumas bolas ali, tem muito caminho para crescer. E eu acredito que ela ainda pode crescer dentro da competição”, afirmou a goleira.

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A nação caribenha, porém, não foi surpreendida pelo sucesso de sua arqueira. O UOL Esporte conversou com o repórter jamaicano Andre Lowe, do jornal “The Gleaner”. Ele disse que seu país já tinha conhecimento do potencial de Sydney há alguns anos, e deu um sorriso ao ouvir que a atuação dela levantou tanta curiosidade no Brasil. Lowe usou a palavra “descontraída” para descrever a personalidade da jovem atleta. Seu estilo, porém, é considerado tranquilo demais e o treinador jamaicano, Hue Menzies, tem cobrado que se torne mais comunicativa e grite mais instruções de maneira mais firme para sua zaga. Mesmo assim, ele a elogia muito.

“É uma goleira muito boa, esperta e que estuda muito. Tem 19 anos e ainda é universitária, mas é o futuro da seleção da Jamaica”, disse Hue Menzies à imprensa. Curiosamente, a jamaicana não nasceu na Jamaica. Sydney é dos Estados Unidos, mas seus avôs são caribenhos. Escolhida para falar com a imprensa ao lado do técnico Hue Menzies, ela se mostrou consciente sobre o que fez de bom em campo – e igualmente sobre o que não conseguiu evitar. “Acredito que fiz algumas boas defesas, mas sofri três gols. Eu queria ter ajudado mais o meu time”, lamentou.

Operação Lava Jato desmascarada

Por Eugênio Aragão, no DCM

Quem acompanhava as conversas internas do MPF na rede @Membros sabia, desde sempre, da descarada politização do ambiente corporativo, marcado por profunda “petefobia”, expressão que usei numa entrevista em 2011, logo após tomar posse como corregedor-geral do órgão. O tom militante e de desqualificação de quem pensava diferente era ali uma constante. Nem ministros do STF saíam incólumes, sendo alvos de chacota e caçoada. Como corregedor-geral, cheguei a mandar aviso à rede, advertindo que os deveres de urbanidade e de decoro também se aplicavam às comunicações internas.

A mim não surpreendeu o teor das mensagens trocadas por personagens da famigerada Operação Lava-Jato e o juiz de piso Sérgio Moro, por mais que choca outsiders. Essas mensagens mostram claramente a promiscuidade que prevalece na fusão das atividades de investigar, acusar e julgar nos processos dessa operação. Temos ali promotores que se portam feito meganhas é um juiz que é acusador, todos articulados num projeto político de “limpar o Congresso” e de impedir que o PT fosse vitorioso nas eleições presidenciais de 2018.

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Agora que o caldo derramou e ficou provado o que muita gente desconfiava – a persecução seletiva de atores políticos – os promotores desesperados se apressam em se fazer de vítimas de “uma ação criminosa” de invasão de seus celulares usados “para comunicação privada” e “no interesse do trabalho”. Mostram revolta contra o que denominam “violação da esfera privada”.

Não vou por ora examinar o conteúdo vazado, por si só de extrema gravidade no que se refere à conduta de juiz e promotores. Vou me ater, aqui, a duas questões apenas: a suposta invasão “criminosa” de seus dispositivos de comunicação e a confusão entre ações de investigar, acusar e julgar, no caso do triplex do Guarujá.

Um aspecto parece ter passado despercebido no noticiário sobre o vazamento: os celulares usados por Moro e Dallagnol eram de serviço. Juízes e membros do ministério público têm uma mordomia pouco divulgada. Todos recebem, à custa do erário, um iPhone, um iPad e/ou um laptop para uso no exercício de suas funções. Recebem, também, uma cota mensal de mais ou menos quatrocentos reais em chamadas e transferência de dados. É prática geral entre esses atores usar o celular de serviço para fins privados também, dentro dessa cota. Somente chamadas de roaming internacional precisam ser justificadas.

Falar em direito à privacidade em dispositivo de comunicação de serviço é impróprio. O patrão tem direito de saber do uso que dele é feito por seus empregados. No caso do servidor público, o patrão somos nós, os que, com os impostos que pagamos, custeiam mais essa sinecura. Somente segredos de estado podem nos ser subtraídos do conhecimento. Mas, atos ilícitos, como a conspiração política contra a soberania popular, a visar o impedimento da vitória de um dos candidatos no pleito presidencial, seguramente não podem se revestir dessa qualidade secretiva.

Há tempos tenho chamado a atenção de colegas para o fato de que a divulgação de conteúdos de conversas da lista @membros não configura violação de privacidade, a uma porque tal lista é hospedada em servidor institucional; a outra porque essas conversas tratam de matéria de interesse público, não sendo lícito a procuradores portarem-se, nesse âmbito, de forma conspirativa. A reação da turba virtual, diante desse aviso, sempre foi histriônica. Alguns até avisam em suas mensagens que a divulgação de seu conteúdo poderia dar margem à violação de sigilo funcional. Só rindo mesmo: como esse povo gosta de se fazer de importante! Falam um monte de asneiras sobre atores públicos e acham que podem se escudar na lei para se tornarem inatacáveis.

No celular funcional não é diferente. Seu uso deveria ser restrito a atos de serviço, não se estendendo à prática de ilícitos ou de comunicação pessoal. Alguns desses atos de serviço até podem se revestir de natureza confidencial, apesar de não ser muito inteligente praticá-los através de dispositivo sujeito à invasão e muito menos conservá-los no buffer por mais de dois anos! Quem assim procede está conscientemente arriscando o vazamento de sua comunicação reservada e, com isso, talvez seja ele ou ela que devesse ser responsabilizado por dolo eventual na publicização de comunicação funcional confidencial.

Não há, pois, legitimidade no argumento da vitimização dos procuradores e do juiz de piso pelo ataque a seus celulares. Mas, além disso, o chororô da nota do ministério público em decorrência de publicação, pelo sítio do Intercept, peca contra o princípio do “ne venire contra factum proprium” e, assim, é mais uma prova de falta de boa fé da turma da Operação Lava-Jato. É que, quando criminosamente tornaram público diálogo telefônico entre a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula, às vésperas da posse deste no cargo de ministro-chefe da Casa Civil, procuradores e magistrado – principalmente este último – se exculparam no interesse público do conteúdo para mandar a lei às favas.

E as provas sobre conspirações de Moro e Dallagnol contra o poder legislativo que queriam “limpar” ou contra as eleições presidenciais que queriam conduzir de forma a que não se elegesse Haddad, não são elas, por acaso, de interesse público? Ainda mais quando encontradas em celulares funcionais?

Não há desculpa. Pode até ser que, na prática recorrente dos tribunais, de blindarem Sérgio Moro, digam que as conversas vazadas não servem para condenar juiz e promotores na esfera penal, mas, seguramente, elas bastam para colocar em xeque a persecução penal contra Lula e a legitimidade do pleito presidencial de 2018.

No que diz respeito à promiscuidade da relação entre o ministério público e o juiz, revelada pelo vazamento de suas comunicações, passou da hora de repensar a proximidade entre acusação e magistratura no Brasil.

Quando atuava como subprocurador-geral da república junto ao STJ e, até mesmo antes, quando atuava como procurador regional no TRF da 1ª Região, incomodava-me profundamente o nosso papel, do MPF, nas sessões, sentados ao lado do presidente, com ele podendo até cochichar, a depender da empatia recíproca. Enquanto o advogado fazia sua sofrida sustentação oral da tribuna, não raros eram comentários auriculares entre juiz e procurador. Depois, o procurador era convidado a saborear o lanchinho reservado dos magistrados, em que os casos eram frequentemente comentados. Já os advogados ficavam do lado de fora, impedidos de participar dessa festa do céu. Produzia-se, assim, a mais descarada assimetria entre a defesa e a acusação.

O argumento dos colegas era de que o ministério público ali não era parte e, sim, fiscal da lei. Façam-me rir! Do ponto de vista estritamente dogmático, essa cisão entre os papéis do ministério público é ilusória, já que o órgão se rege pelos princípios institucionais da unidade e da indivisibilidade (art. 127 da Constituição). O ministério público é sempre parte e custos legis concomitantemente. Do ponto de vista prático, são pouquíssimos os procuradores que se imbuem do papel de fiscal imparcial. O punitivismo há muito tempo transformou a grande maioria em ferrabrás mecanizada. Não raro fui criticado por meus pares de dar parecer favorável à concessão de ordem de habeas corpus contra atuação de colega em primeiro grau! “Como assim? Ministério público acolhendo ordem de habeas corpus? Não pode!!!”.

Nesse contexto, é preciso barrar essa proximidade entre promotores e juízes, tirando os primeiros do pódio do magistrado, para colocá-los no nível das partes. Nos tribunais, está na hora de tirá-los do lado do presidente. Devem ocupar a tribuna para suas sustentações e voltar a seus gabinetes depois dessa tarefa, para dar andamento aos processos sob sua responsabilidade. Não faz sentido nenhum, em plena era do processo acusatório, dar destaque ao acusador, em detrimento da paridade com os advogados.

Deltan Dallagnol mostrou o quanto é deletério, para o devido processo legal e para o julgamento justo, a confraria com Sérgio Moro. Ficavam promotor e juiz trocando figurinha sem participação da defesa. O juiz se dava o direito de palpitar na estratégia investigativa sobre crimes que depois viria a julgar e o promotor deixava o juiz “à vontade” para indeferir seus pleitos, se não combinasse com a estratégia comum. Um escândalo, tout court.

Esperam-se consequências dessas revelações, pois, muito mais do que a profunda injustiça da prisão de Lula por uma condenação “arreglada” entre magistrado e acusação, estamos diante de evidências de manipulação eleitoral.

Ou o país tira lições dessa atuação criminosa de atores judiciais, ou pode sepultar sua democracia representativa, porque já não haverá mais respeito pelas instituições que devem protegê-la.

Rock na madrugada – Rolling Stones & Jack White, Loving Cup

Raça e determinação como armas

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POR GERSON NOGUEIRA

Com intensidade e capacidade de superação, o Remo conseguiu superar seu mais difícil adversário na Série C até o momento. O jogo, na tarde-noite de sábado, no estádio Jornalista Edgar Proença teve um 1º tempo inteiramente controlado pelos azulinos, que perderam duas grandes antes de Marcão anotar o gol de abertura, aos 33’ minutos. No 2º tempo, o Volta Redonda equilibrou as ações e chegou ao empate aos 39 minutos, mas o Leão ainda encontrou forças para ir em busca da vitória, que veio pelos pés de Gustavo Ramos a três minutos do final.

O jogo teve um começo empolgante, a começar pela participação do público cantando a plenos pulmões o Hino do Pará antes de a bola rolar. Público que manteve a média de comparecimento em jogos do Remo em Belém, com cerca de 20 mil espectadores no Mangueirão.

Apoiando e cantando, a torcida viu o Remo mandar no jogo ao longo de toda primeira etapa. O time controlava a partida, mas se atrapalhava quando precisava entrar na área do Volta Redonda, muito bem guarnecida com as tradicionais duas linhas de quatro jogadores.

Aos 10 minutos, Gustavo Ramos teve boa chance pelo lado esquerdo da área, mas tomou a decisão errada, batendo de pé direito. A bola saiu ao lado da trave. Aos 18’, surgiu a chance mais clara em favor do Remo: Emerson Carioca ganhou a bola em erro da zaga, mas chutou rasteiro e em cima do goleiro Douglas Borges.

É público e notório que o meio-campo azulino depende essencialmente da movimentação de Douglas Packer e Carlos Alberto, mas ambos não se encaixavam nas necessidades da partida. Tocavam a bola em ritmo muito cadenciado, facilitando a marcação. Os laterais também não chegavam à frente com a frequência ideal.

Quando a torcida já se impacientava, aos 33’, veio o melhor lance do Remo no 1º tempo. Em jogada ensaiada, e muito bem executada, Douglas Packer cobrou falta tocando rasteiro para o lado esquerdo da área, Emerson saiu da marcação e cruzou rápido para o centro da área, onde Marcão chegava entre os zagueiros para tocar em direção às redes – a bola ainda desviou num dos beques do Volta Redonda antes de entrar. Remo 1 a 0.

Sem propostas criativas para buscar o ataque, o Volta Redonda nem incomodava a defesa do Remo. Chegou uma única vez, aos 41 minutos, em lance no qual o meia Luciano bateu cruzado para boa defesa de Vinícius.

Na etapa final, o jogo mudou por completo. O Volta Redonda saiu de seu projeto de empate para tentar achar o gol. Lançou-se de qualquer maneira ao ataque, abrindo brechas para o contra-ataque. O técnico Toninho Andrade adiantou suas linhas, pressionando a saída de bola do Remo.

O cerco deu certo. O Remo começou a errar passes e a permitir ataques perigosos. Gelson acertou duas pauladas de fora da área, uma delas explodindo no travessão. Nem mesmo a expulsão do centroavante João Carlos, aos 30’, conteve o ritmo do Voltaço.

Enquanto isso, os remistas investiam pelos lados, com a entrada de Danilo Bala no lugar de Douglas Packer. Apesar dos esforços, a mudança não surtiu efeito. Tentou duas arrancadas, mas parou na marcação.

Aos 39’, veio o empate do Volta Redonda. Gelson deu um balãozinho na área, Luciano escorou para a entrada da área e Heitor encheu o pé. A bola bateu na trave e morreu no fundo do barbante. Um golaço.

Desnorteado, o Remo partiu com tudo para o ataque, deixando a torcida apreensiva. Alex Sandro, que substituiu a Emerson, e Garré, que entrou na vaga de Carlos Alberto, eram os mais ágeis na chegada ao ataque, mas a partida havia saído de controle e a luta era também contra o relógio.

Aos 43’, enfim, o desempate e o alívio. Em manobra coletiva, que teve participação de Danilo Bala e Jansen, Alex tocou para Garré cruzar à meia altura. Gustavo recebeu na área e, quase caindo, tocou para as redes.

A vitória estava garantida e a explosão nas arquibancadas deu a medida da importância do resultado, que recoloca o Remo na liderança isolada do grupo B da Série C, invicto e com 15 pontos.

Alex Sandro ainda perdeu excelente oportunidade, após arrancada desde o meio-campo. Chegou à área cercado por dois zagueiros e acabou perdendo a bola, quando Ramires entrava livre, à sua esquerda.

Um triunfo que deve ser valorizado pela qualidade do adversário, seguramente a melhor equipe que já se apresentou em Belém nesta Série C.

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Com nervos à flor da pele, Papão só empata no Acre

Só a Rádio Clube transmitiu o jogo do Papão em Rio Branco contra o Atlético-AC, sábado à noite. O companheiro Guilherme Guerreiro narrou a confusa atuação do time de Hélio dos Anjos contra o lanterna da competição. Com um a menos desde os 10 minutos do 1º tempo, quando Marcos Antonio foi expulso após entrada criminosa, o empate de 1 a 1 pode ser avaliado, nas circunstâncias, como um bom resultado.

Ocorre que a impaciência do torcedor só aumenta, pois a competição já aponta o Papão em 6º lugar e a reconciliação com os bons resultados foi mais uma vez adiada. Em meio a isso, um problema é cada vez mais óbvio: a instabilidade emocional da equipe. A expulsão de Marcos Antonio foi a quarta em quatro partidas.

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Brasil deita e rola em cima de seleção garapa

Contra a fraquíssima Honduras, a Seleção de Tite esbanjou qualidades, como sempre esbanja quando tem carne assada pela frente. Sem Neymar, alguns jogadores – Coutinho, Neres e até Gabriel Jesus – se soltaram e o placar indica maior liberdade criativa. Mas, obviamente, não se pode esquecer a baixa qualidade do sparring.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 10)

Fogão vence CSA de virada e chega ao G4

https://www.youtube.com/watch?v=uikwkrZ3JBc

Moro não agiu como juiz, mas sim como investigador, afirma Consultor Jurídico

Uma série de três reportagens publicadas neste domingo (9/7) pelo site The Intercept_Brasil expõe áudios do ex-juiz federal e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e do procurador Deltan Dallagnol que mostram atuação conjunta dos dois na chamada operação “lava jato”.

Segundo as reportagens, o site teve acesso a um extenso lote de arquivos secretos que revela que os procuradores da “lava jato”, que passaram anos insistindo que são apolíticos, tramaram para impedir que o PT ganhasse a eleição presidencial de 2018, bloqueando ou enfraquecendo uma entrevista pré-eleitoral com Lula com o objetivo explícito de afetar o resultado da eleição.

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“Os arquivos contêm, entre outras coisas, mensagens privadas e de grupos da força-tarefa no aplicativo Telegram. Neles, os procuradores da força-tarefa em Curitiba, liderados por Deltan Dallagnol, discutiram formas de inviabilizar uma entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski porque, em suas palavras, ela “pode eleger o Haddad” ou permitir a “volta do PT” ao poder”, afirma trecho da reportagem.

Novas operações
Nas mensagens trocadas, Moro reclama das decisões de Ministério Público Federal e cobra novas operações. “Por que o MPF recorreu das condenações dos colaboradores Augusto, Barusco e Mario Goes na ação penal 5012331-04? O efeito prático é impedir a execução da pena”, questiona.

As reportagens apontam que Moro buscou inverter as fases da “lava jato” para favorecer a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Outro ponto destacado é a própria descrença da força tarefa nas acusações feitas contra o ex-presidente, escancarando uma manobra jurídico-política.

“Magistrado investigador”
O trabalho de Moro foi discutido pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Conselho Nacional de Justiça há alguns anos. Ao longo de sua carreira, Moro foi alvo de procedimentos administrativos no órgão por conta de sua conduta, considerada parcial e até incompatível com o Código de Ética da Magistratura. Todos os procedimentos foram arquivados e correram sob sigilo.

Em 2015, por exemplo, o decano da corte, ministro Celso de Mello, se referiu a Moro como um “magistrado investigador” ao afirmar que a atuação dele como juiz era repleta de “fatos extremamente preocupantes”, como “o monitoramento de advogados” e o “retardamento do cumprimento de uma ordem emanada do TRF-4”.

“Não sei até que ponto a sucessão dessas diversas condutas não poderia gerar a própria inabilitação do magistrado para atuar naquela causa, com nulidade dos atos por ele praticados”, votou Celso. “O interesse pessoal que o magistrado revela em determinado procedimento persecutório, adotando medidas que fogem à ortodoxia dos meios que o ordenamento positivo coloca à disposição do poder público, transformando-se a atividade do magistrado numa atividade de verdadeira investigação penal. É o magistrado investigador”, afirmou Celso de Mello.

Ataque Hacker
Em nota, o Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR) informou que seus membros foram vítimas de ação criminosa de um hacker.

“A ação vil do hacker invadiu telefones e aplicativos de procuradores da Lava Jato usados para comunicação privada e no interesse do trabalho, tendo havido ainda a subtração de identidade de alguns de seus integrantes. Não se sabe exatamente ainda a extensão da invasão, mas se sabe que foram obtidas cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de trabalho”, diz a nota.

Para o MPF-PR,  os dados eventualmente obtidos refletem uma atividade desenvolvida com pleno respeito à legalidade e de forma técnica e imparcial, em mais de cinco anos de operação. “Uma vez ultrapassados todos os limites de respeito às instituições e às autoridades constituídas na República, é de se esperar que a atividade criminosa continue e avance para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto, falsificar integral ou parcialmente informações e disseminar fake news”, afirma o MPF.

A nota afirma ainda que os procuradores “não vão se dobrar à invasão imoral e ilegal, à extorsão ou à tentativa de expor e deturpar suas vidas pessoais e profissionais”. “A atuação sórdida daqueles que vierem a se aproveitar da ação do “hacker” para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto e falsificar integral ou parcialmente informações atende interesses inconfessáveis de criminosos atingidos pela operação”, aponta.

Os caras de pau falam em invasão de privacidade e apontam “limites de respeito” como se não tivessem vazado o áudio de grampo ilegal de uma presidente da República legalmente eleita e no exercício do mandato.