POR GERSON NOGUEIRA
É voz corrente nos meios esportivos que o Remo foi mais certeiro que o PSC nas contratações da temporada. Suas apostas frutificaram ao longo da Série C. Dos novos nomes, que chegaram após a contratação do técnico Márcio Fernandes, quase todos têm sido bem aproveitados na competição. Nesse sentido, Ramires, Douglas Packer, Yuri, Carlos Alberto, Zotti, Daniel Vançan e Guilherme Garré são nomes imediatamente lembrados.

Há uma regra básica no futebol moderno que jamais deve ser desrespeitada. Contratações devem ser sempre pontuais, para preencher carências óbvias. Do contrário, é grande a probabilidade de se tornarem inócuas.
Na reta final do Campeonato Estadual, antevendo as exigências da Série C, o Remo agiu de maneira cirúrgica, indo buscar jogadores de fato necessários, a fim de reforçar pontos frágeis da equipe.
Com o entrosamento adquirido e a assimilação das propostas de jogo do técnico Márcio Fernandes, os jogadores recém-chegados foram se encaixando naturalmente. Até os reservas, como Vançan, entraram jogando em bom nível.
O meio-campo passou a se consolidar com a dupla Yuri e Ramires, adquirindo força criativa com Douglas. Quando foi lançado, Zotti se saiu bem diante do Luverdense. O mesmo se aplica a Garré, que teve boa atuação no 2º tempo diante do Atlético-AC.
O meia-atacante Carlos Alberto chegou como indicação pessoal de Fernandes e não decepcionou. Seu futebol foi crescendo aos poucos e, à medida que o entrosamento chegou, tornou-se peça fundamental na armação ofensiva montada pelo técnico.
Ramires virou uma espécie de representante de Fernandes dentro de campo, responsabilizando-se pela mudança de postura tática quando a situação exige. Além do trabalho sempre firme na marcação, tem se mostrado desembaraçado nas tentativas ofensivas, sempre que há necessidade.
Parte significativa da boa campanha que o Remo faz até o momento deve ser creditada, em muitos aspectos, à precisa atuação do diretor de Futebol Luciano Mancha e às sugestões do técnico Márcio Fernandes.
O começo do trabalho, ainda no Parazão, não foi tão animador. Fernandes ainda dedicava atenção excessiva a Diogo Sodré e Mário Sérgio, jogadores que chegaram antes dele.
Aos poucos, superando erros evidentes de contratação – casos de Deivid Batista e Edno –, o trabalho começou a surtir efeito. As ideias de fazer um time mais empenhado em trocar passes e valorizar a posse de bola passaram a ser vistas na prática, substituindo a tática do “saber sofrer”, defendido por João Neto.
Ainda é cedo para cravar prognósticos, mas não se pode negar que o Remo encontrou um sistema de jogo adequado às peças individuais. Tudo até aqui tem sido feito dentro dos limites da coerência. Se vai alcançar a classificação e o acesso, já é outra história.
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Uma estratégia inédita e bem-vinda
O governo do Estado vai patrocinar pela primeira vez clubes paraenses que participam do Campeonato Brasileiro. A dupla Re-Pa está na Série C, Bragantino e São Raimundo disputam a Série D. No total, o incentivo será de R$ 1,3 milhão, que permitirá aos clubes fazer uma campanha melhor, com recursos que permitirão contratações e investimentos.
A assinatura do protocolo de intenções de patrocínio entre os quatro clubes, Governo, Federação Paraense de Futebol e Banco do Estado do Pará (Banpará) aconteceu na quarta-feira, 29.
Além da evidente valorização do esporte paraense, a ajuda do governo servirá para incentivar patrocinadores locais a também contribuírem com os clubes. O contrato dará condições aos clubes de terem mais visibilidade, refletindo positivamente em favor da imagem do Estado.
Desportista e torcedor, o governador Helder Barbalho avalia que o fortalecimento dos clubes representa uma alavanca de comunicação voltada para o turismo, através dos anúncios nas camisas e de incentivo à visitação aos principais pontos turísticos do Pará.
Como contrapartida pelo patrocínio, os times usarão camisas e faixas convidando torcedores de outros Estados a visitarem o Pará, configurando uma estratégia inédita que só evidencia a utilidade do apoio entre governo e esporte. Os primeiros a aparecer com o novo patrocínio serão o S. Raimundo e o PSC.
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Pará sedia Copa com ajuda a pessoas carentes
A partir de segunda-feira, 3 de junho, torcedores que quiserem assistir os jogos da Copa América Sub-16 Masculina, que será disputada na Arena Guilherme Paraense, em Belém, devem trocar um quilo de alimento não perecível pelo ingresso no próprio local da competição.
As trocas ocorrerão nas datas das partidas, começando às 09h e terminando 19h30, na própria arena, localizada na rodovia Augusto Montenegro, bairro Castanheira. Os alimentos arrecadados serão repassados a instituições de Belém que ajudam pessoas carentes.
O paraense Matheus Leoni, ala-armador da seleção brasileira, formado na divisão de base do PSC e que hoje defende o Palmeiras, é uma das atrações da competição. O Brasil estreia na segunda-feira, às 20h30, contra Porto Rico, fechando uma rodada que terá jogos interessantes, como Argentina x EUA e Canadá x Uruguai.
(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 31)