Roberto Romano, crítico do PT, assina “Manifesto Eleição sem Lula é fraude”

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O filósofo Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia na Unicamp, assinou manifesto em defesa da candidatura de Lula. Apesar de sempre ter sido um grande crítico dos governos Lula e Dilma, o professor declarou, em entrevista ao Brasil 247 que “uma atitude drástica contra o presidente pode eliminar atenuantes políticos e colchões sociais que contribuem para a preservação das instituições brasileiras e produzir uma explosão sem que você saiba quais são os riscos”.

Na entrevista, o professor criticou também a Lava Jato. Segundo ele, a operação emprega “métodos de investigação conhecidíssimos no Brasil: os métodos autoritários”. Afirma que se ignora a presunção da inocência dos acusados, transferindo para eles a “coleta de provas. Isso é próprio de regimes ditatoriais”.

Referindo-se a entrevista do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal e também do TSE, que antecipou uma visão contrária a presença de Lula na campanha, Romano afirma que “este senhor deveria ter mais contenção. Na Constituição está claro que você não pode abolir o princípio de presunção da inocência.” Conforme o professor, “ele está no lugar errado. Ou volta a uma leitura coerente com a Constituição ou seria necessário que fosse impedido ou saísse”. (Do Blog do Rovai)

Leão pode bater novo recorde de público em estreia no Parazão

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Até o final da manhã deste domingo, mais de 26 mil ingressos já haviam sido vendidos para o jogo Remo x Bragantino, pela primeira rodada do Parazão 2018, marcado para 16h no Mangueirão. Segundo a diretoria, a previsão é de que todos os 30 mil ingressos disponibilizados para a partida sejam vendidos. Se isso se confirmar, marcará um novo recorde de público pagante em estreia do Remo no campeonato estadual.

Nos pontos de venda, localizados no estádio Evandro Almeida e na sede social da avenida Nazaré, o movimento de procura por ingressos foi intenso durante toda a manhã de domingo, com a formação de filas para a compra dos bilhetes.

Gramado do Mangueirão em precárias condições para a abertura do Parazão

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Causou espanto (e críticas) o estado geral do gramado do estádio Jornalista Edgar Proença, o Mangueirão, onde será disputada neste domingo a partida Remo x Bragantino, válida pela primeira rodada do Campeonato Paraense. As imagens foram postadas nas redes sociais e grupos de WhatsApp.

Com a grama ressequida e trechos do campo inteiramente “carecas”, com areia prevalecendo, as condições do estádio deixam claro que não houve a devida preparação para o torneio estadual.

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A movimentada agenda de eventos musicais, religiosos e as peladas de fim de semana causaram um estrago de grandes proporções ao principal palco do futebol no Pará, que certamente terá efeito na qualidade técnica dos jogos. Segundo especialistas, o gramado deveria ter sido trocado pela Seel no final de 2017, mas isso não ocorreu.

Na era das fake news, brasileiro engana dois governos e causa incidente diplomático

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POR JOÃO FILHO – The Intercept_Brasil

Um gaúcho de 31 anos, morador de Los Angeles, larga sua vida nos EUA e parte para a Venezuela em missão humanitária. Jonatan Diniz, fundador da ONG Time to Change The Earth, postava fotos de bebês venezuelanos subnutridos e pedia doações nas redes sociais da entidade. O objetivo era arrecadar dinheiro para distribuir brinquedos para as crianças vítimas do bolivarianismo de Maduro. Seria uma história de luta muito bonita de um jovem idealista, se não fosse uma grande farsa.

Poucos dias antes de viajar para a Venezuela, Diniz criou perfis nas redes sociais de uma ONG que nunca existiu e começou a pedir doações financeiras. Só com isso, enganou não só o baixo clero da direita brasileira nas redes sociais, mas também os governos brasileiro e venezuelano. A palhaçada do nosso compatriota causou um incidente diplomático justamente no momento que talvez seja o de maior tensão já vivido entre os dois países. O brasileiro foi pego pelo governo venezuelano e permaneceu 11 dias preso, causando comoção no país até ser libertado.

Depois de solto e deportado para os EUA, Jonatan gravou vídeo confessando que foi para a Venezuela com o objetivo de ser preso e, desse modo, divulgar sua ONG de mentirinha. MBL, Danilo Gentili, Sheherazade e outros expoentes da direita brasileira nas redes sociais abraçaram com entusiasmo a causa do brasileiro. Foi criada a hashtag #FreeJonatan e se iniciou uma campanha para que o Itamaraty tomasse providências para libertar nosso herói.

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Em época de fake news, ninguém se deu ao trabalho de fazer uma checagem básica das informações. A Gazeta do Povo, por exemplo, afirmou categoricamente que Jonatan era “integrante de uma ONG americana” – uma apuração jornalística que não resiste a uma googlada.

Não era necessário nenhum grande trabalho investigativo para desmontar a história. As primeiras fotos da tal ONG foram publicadas no Instagramno dia 21 de novembro de 2017, às vésperas da viagem de Jonatan. Ali, tudo tinha cheiro e cara de golpe. Nem a Grávida de Taubaté foi tão amadora na arte do golpismo.

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Qualquer um desses xeroque rolmes contemporâneos das redes sociais desvendaria com facilidade se não estivesse embriagado pela necessidade de cumprir uma agenda anti-esquerdista. Mas a história se encaixava como uma luva nos seus propósitos. A bola estava quicando na cara do gol, não tinha como não chutar. O MBL foi o mais atuante na campanha #FreeJonatan e passou dias mobilizando seus militantes e pressionando o governo. É interessante notar como o grupo que costuma atacar as agências de checagem de fatos e que tem seus próprios sites de fake news caiu na lorota do ativista humanitário. Depois que Jonatan admitiu que premeditou sua própria prisão e que tanto o governo quanto a oposição são culpados pela situação da Venezuela, o MBL publicou uma nota oficial chamando Jonatan de “charlatão” e o comparou a um psicopata. O personagem já não serve mais para os propósitos do grupo. Quem também caiu como um patinho inflável da FIESP foi Janaína Paschoal, a nobre doutora que passou a se preocupar mais com os venezuelaninhos do que com os brasileirinhos desde a queda de Dilma. Ela usou o Twitter para denunciar o “sequestro do brasileiro” e o silêncio dos “defensores dos direitos fundamentais”.

O governo venezuelano também caiu no golpe. O deputado Diosdado Cabello, homem forte de Maduro, anunciou na TV estatal que Jonatan foi preso por integrar “uma organização criminosa com tentáculos internacionais”. Segundo ele, o brasileiro fazia parte de uma “ação da CIA, feita em outras ocasiões e em outros países. Usam ONGs como fachada para atravessar o país, identificar objetivos estratégicos e financiar terroristas”.

Em entrevista ao Estadão, o brasileiro se mostrou nada politizado. Lançou platitudes que não condizem com um jovem preocupado com os rumos políticos da Venezuela. Afirmou ainda que nunca ouviu falar do MBL. Se conhecesse, talvez viria ao Brasil para salvar nossas criancinhas. Jonatan também comentou sobre seus problemas psiquiátricos:

“Foram seis internações. Quatro vezes em 2012 e duas em 2015. Fui internado porque tenho uma mediunidade. Eu estudo tudo o que é religião, cultura, filosofia. Eu sou médium.”

Jonatan não é nem médium, nem herói da direita brasileira, nem espião da CIA financiando a oposição venezuelana. É um rapaz que precisa de ajuda médica. Difícil acreditar que, sozinho, tenha mobilizado os corpos diplomáticos de dois países, grandes veículos de imprensa, a OAB e diversas entidades ligadas aos Direitos Humanos.

Na era das fake news, um jovem com problemas psiquiátricos foi capaz de enganar todo mundo e causar um incidente diplomático dessa envergadura. Imagine o que não vai acontecer nas eleições…

Não se vai julgar um crime, mas uma candidatura

POR FERNANDO BRITO, no Tijolaço

O advogado de Lula, Cristiano Zanin, diz ao UOL  que “ a Justiça não pode levar em conta, em um processo criminal, se um réu disputará ou não eleições”dizendo que espera um julgamento justo, como o que seria devido a qualquer pessoa.

O doutor estaria certo se não fosse um pequeno detalhe.

Se Lula não fosse alguém capaz de disputar e vencer eleições presidenciais, nem sequer teria sido julgado em 1ª instância, menos ainda em Curitiba e, claro, nem estaria sendo submetido a uma corte de desembargadores.

Simplesmente, não haveria processo por falta de materialidade do suposto crime. Não há um mísero papel que indique posse ou propriedade – ainda que futura – do tal triplex, não há provas de seu uso, mesmo eventual e nem mesmo alguém diz ter prometido o apartamento a ele, nem mesmo o delator Léo Pinheiro, que, depois de meses encarcerado, acabou por dizer “ter sabido” que o imóvel estaria “reservado”. Não diz por quem soube nem como seria essa reserva, claro.

Mas, fique claro, nem isso existia quando do acolhimento da ação por Sérgio Moro.  Não havia nada, nem sequer a tardia alegação do empreiteiro. Tudo o que se alegava é que, por ter ido visitar o apartamento, o imóvel seria para Lula, acusação feita por aqueles histriônicos promotores paulistas e que foi fatiada para mandar Lula a Sérgio Moro. Isto é, ao “matadouro”. Todos os outros acusado foram absolvidos, por inconsistência da denúncia.

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Lula foi, pois, processado com um resultado certo, ao qual tudo foi ajustado.

Como o crime de corrupção é o de “solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida” e Lula não solicitou (não há menção a isso no processo) e nem recebeu – o triplex segue sendo da OAS e até está penhorado por dívidas da empresa no DF – vantagem alguma, sobrou o finzinho do artigo: “aceitar promessa de tal vantagem”.

E como Lula aceitou? Porque foi ver? Não poderia, já que possui, legalmente, cotas do condomínio? Fez algum contrato com a OAS para “compensar”, ao menos contabilmente, a diferença entre as cotas que tinha e um apartamento maior? Pegou as chaves para experimentar o “cafofo”? Fez uma “visita secreta” ao apartamento com sete ou oito pessoas observando o “segredo”?

Ah, sim: para “lacrar” a corrupção, cria-se um “ato de ofício”representado por uma “caixinha” formada com sobrepreços em contratos da Petrobras de onde teriam vindo os recursos para bancar obras no triplex, algo tão vago que nem mesmo Sérgio Moro, na sentença, consegue afirmar que foi daí que veio o dinheiro, apenas que deve ter sido.

Qualquer advogado, promotor ou juiz sabe que, com o que se tem ali, ninguém vira sequer réu, quanto mais condenado.

Portanto, o processo só existe e teve este desfecho porque Lula é um potencial candidato a Presidente, não por outra coisa.

Assim, é um processo político, com um julgamento político.

Quem estará sendo julgado no dia 24 não é o cidadão comum Luís Inácio Lula da Silva, mas o candidato Lula, isto é claro como água.

E o resultado do julgamento, aquele que importa de verdade, é a sua inelegibilidade, não a pena, que pode até ser reduzida para aplacar o descontentamento com a manutenção da sentença de Moro.

“A  Justiça não pode levar em conta, em um processo criminal, se um réu disputará ou não eleições”, diz o advogado de Lula. Engano, doutor, é só isso que ela levará em conta.