TV russa descobre o lawfare na AL e mostra blogueiro de Veja como exemplo

Programa de televisão com jornalista do El País fez matéria crítica em relação ao lawfare na América Latina. Diz que lawfare é a arte de espalhar acusações com muito impacto e poucas provas e, principalmente contando com uma imprensa que tome partido ativamente.

A reportagem mostra como evidência maior comentário do jornalista Augusto Nunes referindo-se a Lula como “o chefão do maior esquema de corrupção da história da humanidade”.

Diz a reportagem que cada vez mais pessoas conseguem fazer o paralelo entre o lawfare e a realidade política atual dos países latino-americanos. A reportagem termina dizendo que o alvo são os mesmos governantes que eram acusados pelos meios de comunicação de politizar a Justiça quando estavam no poder.

 

Por que a Gazeta do Povo decidiu trocar o papel pelo digital

REDACAO - CURITIBA, 18/09/2012 - INSTITUCIONAL GRPCOM

POR RENATO CRUZ, no Inova.Jor

Imagine uma publicação feita digitalmente. As pessoas usam computadores e câmeras digitais para produzir fotos e textos e software para diagramá-la.

Depois de pronta, ela roda numa gráfica para ser distribuída de caminhão. Faz sentido? Se fosse para inventar um produto assim hoje, nenhum. Mas, por questões históricas, às vezes ainda faz.

Gazeta do Povodo Paraná, tomou uma decisão corajosa neste ano e resolveu cortar a edição impressa diária, que circula pela última vez na quarta-feira (31/5).

Desde de setembro do ano passado, o foco passou a ser o digital e o jornal impresso vai se resumir a uma edição semanal para a Grande Curitiba, com papel melhor e mais parecida com uma revista.

“Estamos num momento em que a gente ainda pode escolher o melhor caminho”, afirma Leonardo Mendes Jr., diretor de redação da Gazeta. “Tenho certeza de que este é o melhor passo para nós, no nosso mercado.” 

Transformação digital

Muito se fala em transformação digital, e de como ela é importante para todas as indústrias. No setor de jornais e revistas, no entanto, as empresas têm sido obrigadas a mudar rapidamente.

A crise do impresso já vem do fim do século passado, mas ela se acentuou muito nos anos recentes, com perdas aceleradas de leitores e de receita publicitária.

Quando eu estava na faculdade de jornalismo, no começo da década de 1990, a Folha de S. Paulo tinha uma propaganda em que se chamava “Folhão do Milhão”, pois tirava 1 milhão de exemplares aos domingos.

Atualmente, tem uma tiragem de 305 mil, sendo que mais da metade são assinantes digitais. Ou seja, em duas décadas e meia, perdeu 85% da circulação.

No ano passado, os jornais brasileiros registraram queda de 9,5% no faturamento, que ficou em R$ 15,2 bilhões, segundo a Kantar Ibope Media.

Centavos digitais

Nos Estados Unidos, é comum as pessoas falarem em “centavos digitais e dólares tradicionais”, referindo-se ao pouco dinheiro que existe na publicidade digital, quando comparada ao papel ou à televisão.

Além de a audiência digital ser muito barata, a maior parte do dinheiro dessa área vai para o Google e o Facebook, que são hoje as duas maiores empresas de mídia do mundo, segundo a Zenith.

Juntas, os dois gigantes da internet têm 20% das receitas publicitárias mundiais (digitais ou não). O Grupo Globo, maior do Brasil, está 19.º lugar nessa lista.

Além de a remuneração digital ser baixa, é muito difícil (se não impossível) bater o Google e o Facebook.

Por causa disso, a Gazeta do Povo resolveu adotar um modelo de negócios que privilegia as assinaturas.

“Atualmente, 70% das nossas receitas vêm da publicidade e 30% do mercado leitor”, afirma Ana Amélia Filizola, diretora da Unidade de Jornais do GRPCOM, que controla o jornal. “Queremos inverter esses percentuais, com 70% vindos do mercado leitor e 30% da publicidade.”

Modelo de negócios

É uma aposta ousada, num modelo de negócios que ainda não está provado no mundo.

Jornais e revistas de economia e negócios, como EconomistFinancial Times e Wall Street Journal, conseguem viver bem de assinaturas, mas, para publicações de interesse geral, é um desafio.

New York Times tem tido um sucesso inicial nessa direção, mas ainda não é possível, mesmo no caso deles, dizer se é o modelo é sustentável.

No ano passado, 56% dos US$ 1,555 bilhão que faturou o jornal norte-americano vieram de assinaturas. Mesmo assim, somente 15% do faturamento total foram resultado de assinaturas digitais.

Até agora, a Gazeta do Povo conseguiu converter 92% dos assinantes do papel para o digital. Esse número está bem acima da expectativa inicial, que era de 60%.

O jornal diário tirava cerca 45 mil exemplares no domingo. O impresso semanal, com circulação restrita à Grande Curitiba, deve tirar entre 20 mil e 25 mil.

As metas da Gazeta do Povo para assinatura digitais são ambiciosas. Eles querem chegar ao fim de 2019 com 300 mil assinantes.

Clima da empresa

Internamente, o processo de transformação é chamado travessia. “Agora que mostramos às pessoas para onde vamos, o clima na empresa mudou”, afirma Filizola.

Por conta da crise do setor, que se soma à situação geral da economia em geral, o clima nas redações brasileiras costuma ser ruim. Atualmente, a redação da Gazeta do Povo tem 124 pessoas.

“Abrimos os indicadores para quem trabalha no jornal”, conta Axeu Aislan Beluca, líder de marketing da Gazeta do Povo. “Procuramos criar um clima de startup.”

Com o fim do impresso diário, a Gazeta do Povo se desfez da gráfica e vai mudar em breve para um novo endereço, com um ambiente aberto que não separa as áreas do jornal, como um startup.

Ou como se a empresa toda fosse uma grande redação.

A experiência da Gazeta do Povo é acompanhada de perto por grandes jornais brasileiros e da América Latina.

“É como se todo mundo tivesse em volta de uma piscina com receio de entrar, de a água estar fria”, compara Mendes Jr. “Nós resolvemos pular primeiro.”

Mais e melhores vinhos em 2018!

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POR RONI CHITTONI (*), no Linkedin

Outro dia estava com um amigo num restaurante e olhamos um daqueles vinhos caros. O garçom perguntou se queríamos aquela garrafa pra acompanhar o pedido e meu amigo respondeu: ‘Mete o saca rolha!’

Rimos com a expressão enquanto ele dizia que a frase servia pra vida. Havia perdido um amigo que tinha adega com vinhos caríssimos e que deixava-os lá, sem abrir. Morreu num acidente e a viúva casou com outro, que consumiu toda a adega em tempo recorde. Depois disso, ele percebeu quantas vezes desperdiçava oportunidades deixando pra depois. E o depois pode nem existir.

Pensei sobre isso e hoje lembro: Quantas oportunidades você desperdiça se preparando sem entrar em campo? Quantas roupas deixou de usar esperando a ocasião especial? Quantas atitudes deixou de tomar, acreditando que sempre existiria ‘a semana que vem’, adiando sonhos?

Mete o saca rolha!

Abra a garrafa de sonhos, tome as atitudes que precisa tomar, pare de achar que a vida é eterna e que vai ter todo o tempo do mundo pra tentar, cair, errar e seguir em frente. Mete o saca rolha! Não deixe os bons vinhos pra amanhã. Não espere pra agir se a hora é agora e não desperdice tempo acreditando que amanhã será diferente. O que temos é hoje.

Mete o saca rolha!

Desejo a você excelentes vinhos para 2018!

(*) Headhunter e palestrante

Papão anuncia mais 4 reforços

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A diretoria do Paissandu confirmou nesta quinta-feira (28) a contratação de mais quatro jogadores, além de uma renovação contratual. O anúncio foi feito em entrevista coletiva concedida na sala de imprensa da Curuzu pelo presidente Tony Couceiro e o executivo de Futebol, André Mazzuco. Na ocasião, o novo diretor de Futebol, Lucas Conde, foi apresentado de forma oficial.

Os contratados são: o volante Cáceres, o meia Pedro Carmona e os atacantes Cassiano e Mike. O contrato de todos eles com o clube vai até 5 de dezembro de 2018. Já o volante Renato Augusto teve o vínculo com o Papão renovado por mais um ano, até o fim do Brasileiro da Série B. Antes, a direção já havia apresentado à torcida seis jogadores: o goleiro Renan Rocha, os laterais direitos Maicon Silva e Matheus, os zagueiros Derlan e Fernando Timbó e o atacante Peu.

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O paraguaio Cáceres é conhecido pela força de marcação. Atua mais como segundo volante. O jogador tem 29 anos e estava no Rubio Ñú, do Paraguai.

O meia Pedro Carmona, de 29 anos, estava no Swon City, da Coreia do Sul. Tem estilo clássico, qualidade em jogadas de bola parada e boa finalização.

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O atacante Cassiano, cuja contratação o blog antecipou, é jogador de muita força, boa estatura, velocidade e qualidade em jogadas aéreas. Estava no Brasil de Pelotas-RS e tem 28 anos.

O atacante Mike, de 24 anos, atua pelos lados do campo. É um jogador de força física e boa técnica. Apesar de ser um atleta jovem, possui boa rodagem no futebol nacional. Seu último clube foi o América-MG.

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Holandês é o zagueiro mais caro de todos os tempos

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Liverpool anunciou nesta quarta-feira uma das contratações mais impressionantes da história do futebol. O quarto colocado do Campeonato Inglês vai incorporar a seu elenco no dia 1º de janeiro, quando a janela de transferências voltará a abrir no país, o zagueiro holandês Virgil van Dijk, do Southampton. E o que faz essa negociação ser diferente das demais é o seu custo: o clube de Liverpool pagará pelo jogador nada menos do que 75 milhões de libras (R$ 332 milhões).

Esse valor estratosférico fará de Van Dijk o jogador de defesa mais caro de todos os tempos. E com muita folga. Segundo levantamento do jornal inglês “The Telegraph”, o atual recordista é o lateral-direito inglês Kyle Walker, que no meio deste ano trocou o Tottenham pelo Manchester City por 54 milhões de libras (R$ 239 milhões). Entre os zagueiros, a honra de mais caro da história é dividida entre dois atletas que custaram 50 milhões de libras (R$ 221 milhões): David Luiz, quando trocou o Chelsea pelo Paris Saint-Germain, em 2014, e o inglês John Stones, quando deixou o Everton para se incorporar ao Manchester City, no ano passado.

Afinal de contas, Virgil van Dijk vale tanto dinheiro assim? Ele é bom a ponto de ser o defensor mais caro da história? Bem, são perguntas difíceis de responder objetivamente. O fato é que o holandês, que defende a seleção de seu país desde 2015, fez duas temporadas brilhantes pelo Southampton, clube que há dois anos e meio o tirou do Celtic, da Escócia. Zagueiro alto (1,93 m) e muito forte, Van Dijk é excelente nas bolas aéreas, além de ser veloz e ter grande capacidade de liderança, características que encantaram o alemão Jürgen Klopp, técnico do Liverpool.

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Não é segredo para ninguém que o maior problema do time de Klopp é a defesa – que levou 23 gols em 20 jogos do Campeonato Inglês, marca ruim para um clube grande –, e o alemão está convencido de que Van Dijk vai resolver esse problema. Tanto que sequer cogitou ir atrás de outro zagueiro quando a contratação do holandês naufragou no meio do ano.

O Liverpool estava disposto a pagar 60 milhões de libras por Van Dijk há alguns meses, mas o clube entrou em acordo com o jogador antes de apresentar uma oferta ao Southampton, o que não é permitido pela liga inglesa. A agremiação do sul do país ameaçou entrar com uma queixa contra a do norte, e isso fez o Liverpool, que temia uma punição, desistir do negócio.

Por causa dessa confusão, o clube vermelho teve de esperar seis meses para contratar o zagueiro que tanto queria, e ainda pagar 15 milhões de libras a mais por ele. Van Dijk também sofreu, pois foi obrigado a jogar meia temporada pelo Southampton depois de ter pedido formalmente para ser vendido. Não por acaso, seu desempenho em campo caiu muito após o imbróglio.

“Estou encantado e honrado por me tornar um jogador do Liverpool. Eu mal posso esperar para vestir a famosa camisa vermelha”, disse um aliviado Van Dijk. A partir de segunda-feira, o holandês finalmente jogará onde desejava. Motivação certamente não faltará a ele, e Van Dijk vai precisar muito dela. Afinal, a torcida do Liverpool e a imprensa da Inglaterra vão esperar sempre um desempenho à altura do status de defensor mais caro de todos os tempos. Qualquer coisa a menos do que isso será considerada um fracasso. (Do Chuteira F.C.)

Os cinco defensores mais caros da história*:

Virgil van Dijk (Southampton para Liverpool, em 2018) – 332 milhões
Kyle Walker (Tottenham para Manchester City, em 2017) – 239 milhões
Benjamin Mendy (Monaco para Manchester City, em 2017) – 230 milhões
David Luiz (Chelsea para Paris Saint-Germain, em 2014) – 221 milhões
John Stones (Everton para Manchester City, em 2016) – 221 milhões

*em reais
Fonte: “The Telegraph”

O tricampeão dos ‘chatos’

Corinthians v Ponte Preta - Brasileirao Series A 2017

Se dentro de campo o ano não foi dos melhores para Rodrigo, fora de campo… também não foi. O zagueiro da Ponte Preta, equipe rebaixada na última rodada do Brasileirão, foi eleito pela terceira vez consecutiva como o jogador mais chato do Brasileirão. Os votos foram de 111 atletas de Atlético-MG, Atlético-PR, Botafogo, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo e Vasco. A pesquisa foi promovida pelo Uol Esporte.

Com 23,4% dos votos, Rodrigo ficou isolado na liderança deste ranking. O zagueiro foi seguido por Petros (8,1%) e Felipe Melo (6,3%). Vale lembrar que o atleta da Ponte Preta se envolveu em diversas polêmicas com rivais dentro e fora de campo. Em agosto deste ano, Rodrigo empurrou seu ex-técnico Milton Mendes após o fim da partida entre Vasco e Macaca, após o comandante puxar seus atletas que conversavam com o zagueiro. Ele acabou ficando fora de um jogo e, quando Mendes foi demitido do time carioca, o jogador gravou um vídeo gargalhando em suas redes sociais.

O problema mais grave, porém, veio na partida que decretou o rebaixamento da Ponte Preta. Jogando em casa e vencendo a partida diante do Vitória por 2 a 0, a Macaca já se via distante do descenso. Em um ato considerado anti-jogo contra um atacante adversário, porém, Rodrigo foi expulso aos 19 minutos do primeiro tempo. Resultado: o time baiano virou a partida, se salvou do Z4 e afundou a Macaca rumo à Série B. (Do Esporte Interativo)

Adriano e o fim do império

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POR LUIZ ANTÔNIO PRÓSPERI, no Chuteira F.C.

Adriano deixou o futebol em 2014 depois de passagem frustrada pelo Corinthians e espasmos em outros clubes. Seu último momento de glória, quando jogou em alto nível, se deu em 2009 no Flamengo na conquista do Brasileirão. De lá até hoje tem acalentado torcedores e fãs com uma volta quase impossível. Insistir no renascimento é quase um acinte, é iludir flamenguistas que ainda veneram o Imperador.

“Ele que vai decidir. Pela qualidade técnica, tem. Pelo artilheiro que é, tem. Tem que ver a parte física, se está em condições de superar isso. Quando você tem lesão de tendão de Aquiles, tem que ficar atento. (…) É um jogador que vai ser muito exigido. Tem de entender isso, não é um jogador qualquer. Se voltar a jogar, o pessoal quer que decida, faça gols e conquista títulos. Acostumou o torcedor com isso”.

A sentença acima é de Zico, ídolo e autoridade quando o assunto é Flamengo, em entrevista nesta quarta-feira (27/12),  após o tradicional jogo “Amigos de Zico” no Maracanã. Detalhe: Adriano chegou atrasado para o evento, jogou mais de 30 minutos e foi ovacionado pela torcida, maioria esmagadora de flamenguistas.

Esta ode no Maracanã foi mais uma em direção à volta de Adriano. O atacante parece inebriado diante de apelos constantes para recuperar o império perdido. Entende que tem condições de voltar a ser o que era. Mesmo diante de alertas, como o de Zico, não esmorece. Conta a favor do Imperador a benevolência do Flamengo, que abre suas portas ao Imperador, desde que consiga provar que ainda pode ser um jogador profissional.

O problema é este. Adriano está com 35 anos. Há quase oito anos não segue uma rotina de atleta. A recuperação da lesão do tendão de Aquiles, segundo manifestações de especialistas pela imprensa, não teria sido adequada. Um prejuízo irrecuperável. Dúvidas sobrepõem às certezas a respeito da volta ao futebol.

Ibrahimovic, parceiro de Adriano na Inter de Milão no auge da carreira do Imperador, deu a letra ao falar que o atacante entrou em depressão ao receber a notícia de morte de seu pai e não se recuperou mais.

“Quando ele recebeu o telefonema sobre a morte do seu pai (em 2001), nós estávamos no quarto. Ele bateu o telefone e começou a gritar de um jeito que ninguém poderia imaginar. Isso me arrepia ainda hoje. A partir daquele dia, Massimo Moratti (ex-presidente da Inter) e eu tratamos ele como um irmão mais novo. Ele continuou a jogar futebol, fazer gols e dedicá-los a seu pai apontando para o céu. Mas depois daquele telefonema, nada foi como era antes.”

Zanetti, lateral da Inter de Milão naquela época, endossou o sentimento de Ibrahimovic:

“Quando ele marcou aquele gol no Real Madrid (de falta, em 2001), eu disse a mim mesmo que nós tínhamos encontrado o novo Ronaldo. Uma noite, Ivan Córdoba (zagueiro colombiano da Inter) dividiu quarto com Adriano e lhe disse que ele era uma mistura de Ronaldo Fenômeno e Zlatan Ibrahimovic e perguntou se ele estava consciente de que se tornaria o melhor do mundo. Nós não fomos capazes de tirá-lo do túnel da depressão. Essa foi minha maior derrota, eu me senti impotente“, revelou Zanetti.

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Diante de testemunhos de jogadores importantes, de gente que conviveu com Adriano, fica difícil acreditar que o jogador, ou o ex-jogador, possa voltar a ser um atleta profissional. Nada caminha para esse lado.

Jogadores não costumam admitir que o fim chegou. Muito menos aquele que um dia foi dono de um império.

Por que a Netflix decidiu fazer oito filmes com Adam Sandler

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POR RENATO CRUZ (*), no Linkedin

O que é bom gosto em cinema?

Confesso que gosto do Adam Sandler. Acho Embriagado de Amor, em que ele é o protagonista, o melhor filme já feito pelo diretor Paul Thomas Anderson. Melhor que Sangue Negro e melhor que Magnólia.

Mas eu não consegui ver The Ridiculous 6, o primeiro filme que o comediante fez para a Netflix. O longa-metragem tem 0% de aprovação no site Rotten Tomatoes, que agrega críticas de filmes.

De 33 críticos indexados, nenhum gostou de The Ridiculous 6, uma sátira aos westerns lançada em 2015.

Mesmo assim, a Netflix, que tinha um contrato de quatro filmes exclusivos com Sandler, fechou recentemente um acordo para mais quatro.

Ontem (17/4), na divulgação de resultados trimestrais da empresa, veio a explicação: “Desde o lançamento de The Ridiculous 6, clientes da Netflix passaram mais de meio bilhão de horas se divertindo com filmes do Adam Sandler”.

São 500 milhões de horas para 98,7 milhões de assinantes. Ou seja, em média, cada assinante da Netflix viram, em média, mais de cinco horas de Adam Sandler desde dezembro de 2015.

Tempo real

A Netflix consegue acompanhar a audiência de todos os seus conteúdos em tempo real. O serviço acumula dados que retratam os hábitos de cada um de seus assinantes, e consegue prever o que será e o que não será sucesso.

“Os primeiros dois filmes de Sandler para a Netflix, The Ridiculous 6 e Zerando a Vida, foram os maiores lançamentos de filmes para o serviço”, informou a empresa, quando anunciou a ampliação do contrato com o ator, no mês passado.

Sobre o terceiro filme, Sandy Wexler, Richard Brody escreveu na New Yorker: “eu assisti a ele para que você não tenha de fazê-lo”.

Costuma haver uma distância entre o que as pessoas dizem gostar de ver para aquilo que elas veem de verdade.

Há alguns anos, conversei com Jonathan Friedland, diretor de comunicação da Netflix, e ele me disse que os assinantes querem ter Stanley Kubrick e Martin Scorsese no catálogo porque imaginam um momento especial no fim de semana, em que vão se reunir com pessoas que gostam para passar algumas horas concentrados em filmes importantes.

Mas que, no dia a dia, chegam cansadas em casa e resolvem ver um episódio de série, porque já está tarde.

E então resolvem ver mais, e mais um, e mais um.

(*) Publicado originalmente no Inova.Jor