
POR GERSON NOGUEIRA
Depois de duas semanas de preparação, o Papão volta a campo hoje à noite para enfrentar o vice-líder da Série B, cercado de grande a expectativa quanto ao resultado do período de treinamentos e com obrigação de voltar a vencer. Estacionado em 14º lugar, o time precisa urgentemente voltar a pontuar e a se descolar da vizinhança da zona de rebaixamento.
As circunstâncias não poderiam ser mais favoráveis a uma plena recuperação dentro da competição. Depois de encarar vários problemas de baixas no elenco por contusão, o técnico Marquinhos Santos pode finalmente contar com todos os titulares.
Bergson, jogador mais decisivo da equipe, está confirmado no ataque, provavelmente tendo Marcão como parceiro e Magno como atacante mais recuado. No meio-de-campo, a ausência é Carandina, suspenso, mas existem opções de sobra para compor o setor, com destaque para Rodrigo Andrade e Renato Augusto.
A defesa terá o provável retorno de Ayrton e o miolo de zaga não deve sofrer alterações em relação aos últimos jogos. Com treinos secretos nos últimos dias, a escalação só será definida antes da partida. Marquinhos Santos parece ser um daqueles treinadores à moda antiga. Acredita piamente na força do mistério para o êxito no futebol.
O clima tranquilo e o ambiente de foco total na recuperação sinalizam para uma atuação consistente, capaz de superar as previsíveis armadilhas do visitante, que vem se notabilizando por acumular pontos fora de casa.
Nos confrontos realizados em Belém, o Papão sofre pela ausência de criatividade no meio-campo. Tentou resolver isso com Diogo Oliveira, mas Rodrigo ganhou a titularidade, embora ainda não tenha deslanchado na função. Deve ganhar nova chance hoje, diante de um desafio e tanto.
Para fazer as pazes com a vitória diante da torcida, o time não pode mais se mostrar tão parcimonioso nas finalizações e tímido nas ações individuais. A rigor, somente Bergson tem coragem de chutar de fora da área.
A Série B deste ano tem se mostrado particularmente generosa com times que apostam nos tiros de média e longa distância. É chegada a hora de o Papão começar a perder o medo de arriscar. (Foto: FERNANDO TORRES/Ascom-PSC)
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Leão às voltas com um festival de más notícias
O inferno astral parece não ter fim nos arraiais azulinos. Além de suas próprias mazelas – erros de gestão, corte de energia na sede e no estádio, prazos de pagamento não cumpridos, falhas administrativas etc. –, o Remo ainda sofre com atropelos de última hora, como o corte (por suposta contusão) de Pimentinha, seu principal atacante, momentos antes do embarque da delegação para Pernambuco.
Junto com a notícia veio a boataria sobre a possível transferência do jogador para o maior rival, embora Pimentinha não possa mais atuar por nenhum clube nesta temporada. As especulações sobre o atacante constituem, porém, o menor dos problemas para Léo Goiano. A dificuldade agora é recompor o setor ofensivo para um jogo em que vencer é obrigatório.
A provável escalação de Edgar aparece como solução natural, embora pouco auspiciosa, levando em conta as últimas atuações do jogador. Com visível desinteresse pelas partidas, Edgar não reedita nesta Série C os bons momentos do Parazão. Tem amanhã talvez sua última chance de se reabilitar perante a torcida.
Jayme será o parceiro de Edgar, tendo Flamel e Rodrigo como suportes na meia-cancha. Em tese, o quarteto pode funcionar, embora não tenha sido escalado nenhuma vez na competição. Enfim, diante de tantas notícias ruins, o Remo está ao sabor das emoções fortes – e pode até surpreender.
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Copa do Nordeste se consolida e dá exemplo
Enquanto a Copa Verde segue sem confirmação de nova edição em 2018, os clubes nordestinos já deram o pontapé inicial na Copa do Nordeste da próxima temporada. A festa de lançamento, com o sorteio dos grupos da primeira fase, ocorreu anteontem, em São Luís (MA).
Com premiação decente, a competição se estabelece como o segundo melhor torneio de tiro curto realizado no país, atrás somente da Copa do Brasil. Tudo garantido por bons parceiros, ávidos pela rentabilidade proporcionada pelos jogos, sempre interessantes e competitivos.
Um detalhe fundamental: os clubes têm autonomia, voz ativa e determinam o formato de disputa e os critérios de participação. A nova edição do torneio volta a ter 16 times, divididos em quatro grupos de quatro.
Belo exemplo de futebol organizado e rentável.
(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 08)