Remo x Sampaio – comentários on-line

Campeonato Brasileiro da Série C 2017 – 17ª rodada

Remo x Sampaio Corrêa – estádio Jornalista Edgar Proença, 16h15

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Na Rádio Clube do Pará, Valmir Rodrigues narra, João Cunha comenta. Reportagens – Paulo Caxiado, Giuseppe Tommaso, Francisco Urbano, Saulo Zaire. Banco de Informações – Adilson Brasil. 

Só a vitória interessa ao Remo diante do Sampaio

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Com 22 pontos na tabela de classificação, o Remo enfrenta o Sampaio Corrêa (MA) na tarde deste sábado, 16h15, precisando vencer para manter chances de classificação à próxima fase da Série C. O adversário é o líder do Grupo A, com 29 pontos, e já está classificado. Vem com desfalques – o lateral Esquerdinha, o zagueiro Maracás, o volante Zaquel e o atacante Isaac -, mas é um time perigoso, principalmente jogando fora de seus domínios.

No Remo, o técnico Léo Goiano terá o retorno do lateral Jaquinha e dos volantes Ilaílson e João Paulo. Ilaílson entra na equipe novamente em posição improvisada: será o lateral direito, substituindo ao inconstante Léo Rosa. Outra novidade é a escalação de Jayme, herói do empate em São Luís na rodada passada diante do Moto. Foi dele o gol de empate a 10 minutos do final do jogo.

Com Pimentinha e Jayme abertos pelas pontas, o Remo terá novamente Eduardo Ramos como falso centroavante, mas também ajudando Flamel na construção de jogadas.

O árbitro da partida é Alexandre Vargas de Jesus (RJ), auxiliado por Tiago Henrique Corrêa e Diogo Carvalho, ambos também do Rio.

ESCALAÇÕES

Remo – Vinícius; Ilaílson, Leandro, Martoni e Jaquinha; João Paulo, Dudu e Flamel; Pimentinha, Eduardo Ramos e Jayme. Técnico: Léo Goiano.

Sampaio – Alex Alves; Pedro Costa, Alexandre, Odair e Valderrama; Jefferson Recife, Diego Silva, Fernando Sobral e Reginaldo Junior; F. Marques e Iltinho. Técnico: Francisco Diá.

Nos braços da galera

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POR GERSON NOGUEIRA

Quando se anunciou o interesse do Remo na contratação de Pimentinha, muita gente desdenhou. Boa parte da própria torcida ficou em dúvida quanto à validade da ideia. Parcela significativa da mídia esportiva também se manteve reticente sobre o atacante. Os questionamentos eram mais do que justificados, afinal ele era descrito como se fosse um ex-atleta em atividade.

Sempre que se mencionava o nome de Pimentinha vinha o comentário complementar ressalvando que “problemas extracampo”. E, quando essa pecha vem junto, como se fosse um aleijão, ampliam-se as desconfianças.
Apesar das opiniões em contrário, a diretoria de futebol do Remo foi em frente, através de Marco Antonio Pina, movendo mundos e fundos para trazer o jogador. A negociação foi conturbada, com direito a desacertos quanto à documentação. Quando o acordo finalmente saiu, a Série C já estava em andamento, mas a adaptação de Pimentinha foi relativamente rápida.
Imediata foi a empatia com a massa azulina, que o adotou de cara, talvez identificando nele os sinais da nobre linhagem de pontas – chamados agora burocraticamente de “jogadores de lado” – que o Remo alinhou em outras épocas. Neves, Zequinha, Birungueta, Júlio César, Mauricinho e Roni, de passagem mais recente.

Pimentinha tem muito a ver com os ponteiros que levantavam a torcida. Veloz e driblador, chega sempre com perigo à área inimiga. Bola lançada para ele é sempre garantia de boas situações lá na frente.

Excelente nas assistências e cruzamentos, seu único pecado é a deficiência na finalização. Ainda assim, tem sido de imensa valia para o time, transformando-se na principal arma ofensiva dos azulinos.

Regular, costuma passar o jogo infernizando a vida dos zagueiros, forçando quase sempre marcação dobrada. Com isso, abre espaços preciosos para os demais jogadores, como se viu em várias partidas.

No confronto de hoje, contra seu ex-time, Pimentinha terá importância ainda maior. Caberá a ele as principais manobras para furar o bloqueio que Francisco Diá deve armar no setor de defesa do Sampaio. Mas, para que seja bem sucedido, precisará ser acionado nos momentos certos e dependerá também da aproximação de outros jogadores, como Flamel e Eduardo Ramos.

Quanto à torcida, esta não tem mais nenhuma dúvida quanto ao valor de Pimenta para o Remo atual. As boas atuações deixaram as desconfianças definitivamente para trás. (Foto: Globo Esporte)

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A saga da torcida que carrega o time

O Remo é uma torcida que tem um time. O velho Edgar Proença já projetava essa realidade lá na metade do século passado, quando o Leão Azul foi eleito o “mais querido” em concurso que galvanizou as atenções da população de Belém à época.

Denominada Fenômeno Azul, a massa azulina fez jus à fama de conduzir o time a grandes conquistas. Mesmo com a campanha claudicante em campo, jamais abandonou o Leão. Proporcionou seguidamente recordes de público e renda na Série C.

Operou nova façanha nesta semana, quando em menos de cinco dias esgotou os bilhetes à venda, estabelecendo antecipadamente o recorde de público pagante – 33.356 – da competição. A tarefa se completará hoje à tarde, quando a multidão invadir o Mangueirão para carregar o time nos braços em busca da vitória, como se acostumou a fazer ao longo dos anos.

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Beneméritos propõem um tributo ao torcedor

Comovidos com a demonstração de fidelidade do torcedor, em meio à grave crise que aflige o clube, conselheiros e grandes beneméritos se reuniram ontem na sede social, em Nazaré, para discutir e encontrar um meio de retribuir tamanha demonstração de amor ao Remo.

O grupo de notáveis, formado por Ronaldo Passarinho, Ulisses Oliveira, Roberto Porto e Ubirajara Salgado, deliberou pelo envio de proposta ao Codir e ao Condel para que seja erguida no Baenão uma estátua simbolizando o fiel torcedor azulino.

Afinal de contas, o verdadeiro herói da centenária história do clube também merece ser homenageado em grande estilo.

(Coluna publicada no Bola deste sábado, 02)