Dia: 2 de setembro, 2017
Remo perde e dá vexame diante do Fenômeno Azul
Remo x Sampaio – comentários on-line
Campeonato Brasileiro da Série C 2017 – 17ª rodada
Remo x Sampaio Corrêa – estádio Jornalista Edgar Proença, 16h15
Na Rádio Clube do Pará, Valmir Rodrigues narra, João Cunha comenta. Reportagens – Paulo Caxiado, Giuseppe Tommaso, Francisco Urbano, Saulo Zaire. Banco de Informações – Adilson Brasil.
Só a vitória interessa ao Remo diante do Sampaio
Com 22 pontos na tabela de classificação, o Remo enfrenta o Sampaio Corrêa (MA) na tarde deste sábado, 16h15, precisando vencer para manter chances de classificação à próxima fase da Série C. O adversário é o líder do Grupo A, com 29 pontos, e já está classificado. Vem com desfalques – o lateral Esquerdinha, o zagueiro Maracás, o volante Zaquel e o atacante Isaac -, mas é um time perigoso, principalmente jogando fora de seus domínios.
No Remo, o técnico Léo Goiano terá o retorno do lateral Jaquinha e dos volantes Ilaílson e João Paulo. Ilaílson entra na equipe novamente em posição improvisada: será o lateral direito, substituindo ao inconstante Léo Rosa. Outra novidade é a escalação de Jayme, herói do empate em São Luís na rodada passada diante do Moto. Foi dele o gol de empate a 10 minutos do final do jogo.
Com Pimentinha e Jayme abertos pelas pontas, o Remo terá novamente Eduardo Ramos como falso centroavante, mas também ajudando Flamel na construção de jogadas.
O árbitro da partida é Alexandre Vargas de Jesus (RJ), auxiliado por Tiago Henrique Corrêa e Diogo Carvalho, ambos também do Rio.
ESCALAÇÕES
Remo – Vinícius; Ilaílson, Leandro, Martoni e Jaquinha; João Paulo, Dudu e Flamel; Pimentinha, Eduardo Ramos e Jayme. Técnico: Léo Goiano.
Sampaio – Alex Alves; Pedro Costa, Alexandre, Odair e Valderrama; Jefferson Recife, Diego Silva, Fernando Sobral e Reginaldo Junior; F. Marques e Iltinho. Técnico: Francisco Diá.
A frase do dia
“Agora o Remo só joga em minha função, mas lá no Sampaio eu não prestava. Lá, para ele, eu não era bom, mas aqui eu já presto. Não dá para entender certos comentários de treinador, mas é a opinião dele”.
Pimentinha, sobre as declarações do técnico Francisco Diá, do Sampaio
Enquanto isso…
Rock na madrugada – Motörhead, Heroes
Nos braços da galera
POR GERSON NOGUEIRA
Quando se anunciou o interesse do Remo na contratação de Pimentinha, muita gente desdenhou. Boa parte da própria torcida ficou em dúvida quanto à validade da ideia. Parcela significativa da mídia esportiva também se manteve reticente sobre o atacante. Os questionamentos eram mais do que justificados, afinal ele era descrito como se fosse um ex-atleta em atividade.
Sempre que se mencionava o nome de Pimentinha vinha o comentário complementar ressalvando que “problemas extracampo”. E, quando essa pecha vem junto, como se fosse um aleijão, ampliam-se as desconfianças.
Apesar das opiniões em contrário, a diretoria de futebol do Remo foi em frente, através de Marco Antonio Pina, movendo mundos e fundos para trazer o jogador. A negociação foi conturbada, com direito a desacertos quanto à documentação. Quando o acordo finalmente saiu, a Série C já estava em andamento, mas a adaptação de Pimentinha foi relativamente rápida.
Imediata foi a empatia com a massa azulina, que o adotou de cara, talvez identificando nele os sinais da nobre linhagem de pontas – chamados agora burocraticamente de “jogadores de lado” – que o Remo alinhou em outras épocas. Neves, Zequinha, Birungueta, Júlio César, Mauricinho e Roni, de passagem mais recente.
Pimentinha tem muito a ver com os ponteiros que levantavam a torcida. Veloz e driblador, chega sempre com perigo à área inimiga. Bola lançada para ele é sempre garantia de boas situações lá na frente.
Excelente nas assistências e cruzamentos, seu único pecado é a deficiência na finalização. Ainda assim, tem sido de imensa valia para o time, transformando-se na principal arma ofensiva dos azulinos.
Regular, costuma passar o jogo infernizando a vida dos zagueiros, forçando quase sempre marcação dobrada. Com isso, abre espaços preciosos para os demais jogadores, como se viu em várias partidas.
No confronto de hoje, contra seu ex-time, Pimentinha terá importância ainda maior. Caberá a ele as principais manobras para furar o bloqueio que Francisco Diá deve armar no setor de defesa do Sampaio. Mas, para que seja bem sucedido, precisará ser acionado nos momentos certos e dependerá também da aproximação de outros jogadores, como Flamel e Eduardo Ramos.
Quanto à torcida, esta não tem mais nenhuma dúvida quanto ao valor de Pimenta para o Remo atual. As boas atuações deixaram as desconfianças definitivamente para trás. (Foto: Globo Esporte)
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A saga da torcida que carrega o time
O Remo é uma torcida que tem um time. O velho Edgar Proença já projetava essa realidade lá na metade do século passado, quando o Leão Azul foi eleito o “mais querido” em concurso que galvanizou as atenções da população de Belém à época.
Denominada Fenômeno Azul, a massa azulina fez jus à fama de conduzir o time a grandes conquistas. Mesmo com a campanha claudicante em campo, jamais abandonou o Leão. Proporcionou seguidamente recordes de público e renda na Série C.
Operou nova façanha nesta semana, quando em menos de cinco dias esgotou os bilhetes à venda, estabelecendo antecipadamente o recorde de público pagante – 33.356 – da competição. A tarefa se completará hoje à tarde, quando a multidão invadir o Mangueirão para carregar o time nos braços em busca da vitória, como se acostumou a fazer ao longo dos anos.
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Beneméritos propõem um tributo ao torcedor
Comovidos com a demonstração de fidelidade do torcedor, em meio à grave crise que aflige o clube, conselheiros e grandes beneméritos se reuniram ontem na sede social, em Nazaré, para discutir e encontrar um meio de retribuir tamanha demonstração de amor ao Remo.
O grupo de notáveis, formado por Ronaldo Passarinho, Ulisses Oliveira, Roberto Porto e Ubirajara Salgado, deliberou pelo envio de proposta ao Codir e ao Condel para que seja erguida no Baenão uma estátua simbolizando o fiel torcedor azulino.
Afinal de contas, o verdadeiro herói da centenária história do clube também merece ser homenageado em grande estilo.
(Coluna publicada no Bola deste sábado, 02)