A desambição castigada

POR GERSON NOGUEIRA

O jogo foi favorável ao Oeste na maior parte do tempo, com alguns lampejos ofensivos do Papão, principalmente nos minutos finais, depois de ter sofrido o gol. É compreensível a preocupação em não perder, mas o excesso de cuidados mostrou-se contraproducente diante de um adversário que poderia ter sido mais agredido e induzido ao erro.

unnamed (38)Os primeiros 45 minutos foram amplamente dominados pelo Oeste, que avançava em bloco e se posicionava dentro do campo de defesa alviceleste, dificultando a saída do time paraense.

É preciso considerar que a equipe de Fernando Diniz joga sempre assim, até mesmo como visitante, mostrando uma confiança inabalável em seu toque de bola e nas inversões de posicionamento. Fez isso aqui no Mangueirão logo na segunda rodada do campeonato, em confronto que terminou empatado em 1 a 1.

O segredo está na qualidade dos zagueiros, volantes e laterais, que sabem sair jogando com e sem a bola, como quase nenhuma outra equipe no Brasil. Como valoriza a posse, o Oeste torna-se muito difícil de ser marcado.

Até mesmo jogadores que pareciam limitados em outros times, como é o caso do atacante Léo, que defendeu (mal) o Papão no ano passado, crescem de produção no Oeste. Rápido e em constante movimentação, criou inúmeros problemas para a defesa paraense.

Ainda assim, no terço final do primeiro tempo, com a retaguarda mais assentada, o Papão ainda ousou algumas manobras isoladas com Tiago Luiz, arriscando chutes foram perigosos.

Apesar disso, era evidente a falta de maior intensidade para sustentar um combate equilibrado no meio-de-campo e ações ofensivas que fizessem com que a bola ficasse mais no campo adversário. A estratégia de garantir o empate foi bem sucedida no primeiro tempo, mas encontraria dificuldades na metade final da partida.

Enquanto isso, Diniz mantinha seu time jogando do mesmo jeito, adiantando suas linhas e deixando dois ou três atacantes a incomodar os zagueiros do Papão. Não tinha muitas dificuldades para dominar o meio porque Celsinho era lento na movimentação, permitindo cerco e desarme. Mailson se confundia com ele e ambos não conseguiram produzir nada relevante.

Para piorar, mesmo no promissor começo da segunda etapa, os laterais não funcionavam. João Lucas e Roniery erraram muitos cruzamentos, além de haver o problema da ausência de um atacante de referência na área.

Duas chances foram criadas por Tiago Luiz e Ricardo Capanema, mas em chutes isolados. A partir dos 15 minutos, aparentemente sentindo o desgaste físico, o Papão reduziu o ritmo e deixou o Oeste retomar o controle do jogo. Mailson e Celsinho continuavam sem funcionar, mas Dado Cavalcanti não mexia no time a fim de mudar a toada.

Alexandro entrou aos 41 minutos, quando o Oeste já vencia, após Crysan ter convertido pênalti cometido por Roniery à entrada da área. O gol premiou a melhor disposição tática do time paulista e, principalmente, sua incessante busca pela vitória, volúpia que faltou ao Papão na maior parte do tempo. Rivaldinho e Robert entraram, mas não havia muito mais a fazer e nem houve tempo para avaliações.

De positivo, o desempenho novamente destacado de Tiago Luiz, em nível muito superior ao de seus companheiros. Joga em velocidade, verticaliza as ações e não hesita em chutar a gol, mas carece de boa companhia para render mais.

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Direto do blog

“Bem diferente de alguns colegas bicolores, na minha opinião o Paysandu não brigará para subir. Na partida de anteontem, o time se portou como um visitante inofensivo, voltando a jogar pela ridícula uma bola. Somente após sofrer o gol é que resolveram jogar para cima, contudo sem a organização necessária para furar o bloqueio defensivo do Oeste.
Jogar em função de encaixar um contra-ataque é pensar pequeno demais se a intenção fosse mesmo a de subir. A vitória de 2 x 0 sobre o Ceará encobriu as deficiências existentes na equipe bicolor, confirmadas nesta derrota para o Rubrão. O time ainda joga à la caranguejo e sem a velocidade necessária para surpreender a zaga adversária.

Quando substituiu o Mailson pelo Alexandro, foi o mesmo que ter tido expulso um jogador de campo. Detalhe: quando se joga com dez, por motivo de expulsão, o time se desdobra em campo. Com a presença do Alexandro desmotiva-se quem ficou no gramado e quem foi barrado por ser prata de casa. Enfim, nada mudou. O ‘elenko’ continua bisonho, não me passando a confiança de que melhores dias virão. Nota 4 para a partida de ontem.”

Miguel Ângelo, preocupado com a atuação do Papão na Arena Barueri. 

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Leão tem problemas para o embate decisivo em Natal

O confronto é decisivo, contra um adversário direto na disputa pela classificação e o Remo volta a jogar sem seu principal defensor. Max voltou a sentir contusão e será substituído por Ítalo. O outro problema é na lateral esquerda, Jussandro ainda é dúvida para o jogo.

Com 23 pontos, o Remo é vice-líder na chave, mas o ABC está somente um ponto atrás. Por essa razão, é jogo de seis pontos. O empate não seria um mau resultado, mas está provado que jogar para empatar também não é bom negócio.

As expectativas positivas se concentram no ataque, onde Edno vive grande fase. Waldemar Lemos mantém a proposta ofensiva, com dois meias (Eduardo Ramos e Marcinho) e dois atacantes. Os resultados avalizam a estratégia.

(Coluna publicada no Bola desta segunda-feira, 29)

6 comentários em “A desambição castigada

  1. De fato, a desambição foi a tônica, salvo nos minutos finais. E foi exatamente nestes minutos finais que deu para perceber claramente que o resultado poderia ter sido diametralmente oposto. Aliás, o Oeste chegou a ser irritante durante alguns momentos do jogo, especialmente nestes minutos finais. Toques insípidos e inofensivos na maioria do tempo, alguns inclusive colocando sob elevado risco sua própria meta. Tivesse o listrado mais impetuosidade, teria se aproveitado do excesso de “sabão” do Oeste. E nas vezes que conseguiu oportunidade para arremate no mais das vezes o fez de modo pouco eficiente, um deles, inclusive, de maneira bisonha. Enfim, o Oeste abala o coração de qualquer secador, mesmo dos mais tranquilos.

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  2. Kkkkkkkkk, o amigo Antônio está assumindo que é secador ou apenas está barrando os deslizes Bicolores?.
    Mas de fato amigo, não me engano com o atual momento do Paysandu e afirmo permanecer na B já pode ser comemorado como um grande feito pelo Elenko tão fraco adicionado de um tempero insosso provenientes de sua comissão técnica.
    Ano que vem poderemos ter o clássico paraense seja na B ou na C, toc, toc!

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  3. Sobre Tiago Luiz creio que tenha sido a melhor contratação feita neste ano, este além de ser objetivo com a bola, não teme em finalizar.
    O vejo no Paysandu identicamente àquela frase que diz: ” uma andorinha só não faz verão”.

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  4. Amigo Miguel, a secação, conforme é cediço é manifestação mundialmente admitida, cultivada e exercida. Todos secamos os rivais. E, de minha parte, não seria diferente. Apenas, o faço de maneira respeitosa, sem injuriar os torcedores rivais. Até porque muitos são meus parentes próximos (pais falecidos, irmãos, tios, primos, cunhados etc), e outros, amigos de toda a vida. Quanto ao mais, apenas fiquei de acordo, em grande parte, com o conteúdo da Coluna. Afinal, também considerei que se o rival listrado tivesse se portado com mais ambição teria conseguido um melhor resultado, o qual, até poderia ter sido uma vitória.

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  5. O Maia deve estar muito feliz com o retorno do aprendiz de técnico de futebol. O Paysandu já é o 12º e indo ladeira abaixo.

    A diferença entre a forma de jogar pelo time montado pelo auxiliar R. gameleira, chega a ser gritante se comparar com esse time caranguejo que o Dado põe em campo.

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