
POR RENATO RABELO, no Brasil247
Incomodada há exatamente um ano com a quarta derrota seguida numa eleição presidencial, a oposição direitista não dá tréguas à presidenta Dilma e, ao mesmo tempo, promove uma verdadeira campanha de desconstrução da imagem do ex-presidente Lula.
A trama oposicionista não tem escrúpulos e ocorre de forma articulada com a mídia, que lhe dá ampla repercussão. À tentativa de vincular o ex-presidente às investigações da Polícia Federal e à acusação de haver tirado proveito pessoal através de lobby em favor de empresas brasileiras no exterior, soma-se atos de pura e simples difamação com a utilização de bonecos detratores que circulam nas capitais e em algumas cidades brasileiras.
Lula é alvo de ataques desde que ocupava a Presidência da República. O auge foi em 2005 através do chamado “mensalão” e o intuito era impedir sua reeleição em 2006, interrompendo, ainda nos primeiros anos, o ciclo de desenvolvimento econômico e inclusão social que agora completa 13 anos.
Ao encerrar o período de oito anos como presidente da República em 2010, Lula ostentava 87% de aprovação popular. O índice é um recorde mundial mantido até hoje e supera a aprovação de personagens históricos como Mandela, que deixou o governo com 82% de aprovação, Roosevelt, com 66%, e De Gaulle, com 55%. Por outro lado Fernando Henrique Cardoso saiu do governo com apenas 26%. Para a elite brasileira é inaceitável um operário ter chegado a tal ponto, ainda mais sendo um retirante nordestino, que sequer concluiu o ensino fundamental.
Além do carisma e da trajetória pessoal, Lula carrega outros fatores que fizeram dele a maior liderança popular de nossa história. A retomada do desenvolvimento, com geração de emprego e aumento real de salários; a implantação de programas sociais como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Prouni, Fies e Pronatec; o maior protagonismo internacional do Brasil e sua integração com os países da América Latina e do Hemisfério Sul, são algumas das razões que selaram a identificação da maioria da população com o ex-presidente.
A questão, portanto, não é apenas sujar a imagem de Lula perante a população, mas atingir programas e ações do seu governo que mudaram a cara do Brasil. Daí se explica a tentativa de reduzir cerca de um terço do orçamento do Bolsa Família para 2016, de impedir a ampliação dos recursos para saúde através da CPMF, de inviabilizar medidas do governo para superar a crise econômica e de fomentar a intolerância de parcelas da sociedade contra os beneficiários dos programas sociais. Faz parte do “quanto pior, melhor” que pode levar a população a identificar na oposição, embalada por um discurso de suposta mudança, uma saída para suas dificuldades.
Neste sentido é alvissareiro o fato de que a Frente Brasil Popular, integrada pelos partidos e organizações mais avançadas da sociedade brasileira, esteja convocando uma grande marcha em Brasília no próximo dia 13 de novembro. Um novo momento da batalha política começa a se anunciar e o protagonismo do movimento social, aliado a uma intensa ação política no plano institucional e a uma postura aguerrida da presidenta Dilma, são fatores determinantes para desarmar a trama golpista, o Brasil superar o momento difícil, retomar o desenvolvimento, promover as necessárias reformas estruturais e avançar nas conquistas.
A eleição 2018 começou quando tomaram o 4° pau seguido, e ninguém cala esse chororô.
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Não quero pagar o Pato e sou contra a CPMF. Seria interessante que fosse de forma voluntária e assim quem defende o governo e abraça seus erros teria a oportunidade se se mostrar mais solidário do que de costume.
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Pois eu mesmo já sou totalmente a favor da CPMF, caro Ferdinando, porque o pobre vai descontar a CPMF uma ou duas vezes no banco, já que realiza poucos saques e outros tipos de movimentação financeira. E os valores do saque são baixos. O mais pobre, com a CPMF, não paga o pato. Nem o mais rico, dado que o que é recolhido com ela não corrige a injustiça da carga tributária colocada sobre o pobre e a produção. Quando FHC presidiu o país e lançou a CPMF, Serra era ministro da saúde. Algumas melhoras na saúde se observaram, ainda que de forma tímida mais ou menos ao mesmo tempo naquele período. Serra teve aporte de verbas para o ministério com a CPMF, e este adora se identificar como um ministro inesquecível, mas, sem a CPMF, teria sido ministro? O feito de Lula é histórico porque foi voltado ao pobre. Demonstrando inteligência digna de doutor, daí que títulos de doutor honorário não são mais que o reconhecimento nacional e internacional não apenas da capacidade para liderar, mas para transformar, tem mostrado o quanto estava certo nas convicções socialistas, já que o Brasil tem feito progressos desde então. A maioria das pessoas não percebe que o Brasil seria menos que a Argentina do calote internacional em termos econômicos, ou mesmo comparariam o país a uma Grécia e a uma Rússia, se o Brasil não tivesse feito investimento nas famílias mais pobres e alcançado o crescimento do mercado interno, que tornou a economia brasileira algo robusto. O Brasil sofreu vieses difíceis com as crises dos anos 1990, nem de perto comparáveis a esta que atravessamos, como nem de perto esta afetou o povo como as dos anos 90… É dizer, a crise atual é pior mas tem consequências menos danosas para o povo. É preciso comparar. A hiperinflação dos anos 1980 foi bem pior que as crises enfrentadas por FHC, é verdade, e a pior crise do capitalismo desde a quebra da bolsa de NY foi enfrentada por Lula, com efeitos menos danosos que as enfrentadas por FHC. Isso é reflexo do crescimento da economia. A crise desse início de governo, se ainda não perceberam é de estoques. Ainda há estoque do ano passado, e estoque de colheitas de grãos sendo vendidos. Já perceberam que o feijão fica mais tempo na panela de pressão para amolecer que antes? Vender estoque não gera emprego, porque a produção deu uma pausa. Quando zerarem os estoques, a produção vai funcionar de novo e os empregos voltarão. A crise não é para sempre. E quando retornarmos ao ciclo de produção e consumo que tem feito o mercado brasileiro crescer, voltaremos aos poucos a ficarmos otimistas.
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