POR EDUARDO GUIMARÃES
Segundo a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF, no período compreendido entre junho de 2006 e outubro de 2012 o deputado federal pelo PMDB do Rio de Janeiro Eduardo Cosentino da Cunha “Solicitou para si e para outrem e aceitou promessa de vantagem indevida” no valor total de 40 milhões de dólares.
A propina derivaria de intermediação de Cunha para que ocorresse contratação pela Petrobrás de fornecimento de navios-sonda do estaleiro coreano Samsung Heavi Indústries ao custo de mais de um bilhão de dólares.
Como todos sabem, até ontem esses movimentos que pedem o impeachment de Dilma Rousseff apoiavam Cunha afirmando que através de seu “probo” líder político estariam “combatendo a corrupção do PT”.

Recentemente, parte dessa vultosa propina a Cunha foi encontrada na Suíça e nos Estados Unidos em nome de familiares dele. A Procuradoria tem documentos que comprovam que esses recursos milionários encontrados nas contas dessas pessoas não têm explicação quanto à origem, o que torna praticamente irrefutável a tese de que são recursos ilegais.
Dificilmente esses grupos devem ter lido a denúncia da Procuradoria contra Cunha – para quem não leu, basta clicar aqui e aqui. Se esses analfabetos políticos tivessem lido, não diriam as bobagens que dizem.
Como todos também sabem, porém, são grupos movidos por questões ideológicas que não têm nada que ver com corrupção. Apesar de haver dinheiro de origem obscura financiando esses movimentos, a massa que os compõe é formada por hordas de inocentes uteis, gente de baixo nível intelectual, apesar das contas bancárias gordas.
Muito diferentes, porém, seriam os motivos da oposição a Dilma Rousseff, PSDB à frente. Sob o discurso hipócrita de “combate a corrupção”, tucanos e demos, sobretudo, estariam sustentando Cunha por julgarem que só ele, na Presidência da Câmara, seria capaz de fazer o que fosse necessário para derrubar o atual governo.
Por essa razão, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), afirmou ao Estadão, na segunda-feira passada, que seu partido pretendia aguardar mais informações sobre a existência de contas bancárias na Suíça em nome de Cunha para deixar de apoiá-lo. “Seria leviano da minha parte afirmar que ele [Cunha] está envolvido. Ele tem o benefício da dúvida”, disse Sampaio.
Contudo, esse cenário começou a mudar ao longo da semana passada.
Apesar do silêncio da grande mídia sobre Cunha – devidamente destacado pela ombusman da Folha -, novas revelações sobre dinheiro de propina encontrado no exterior fizeram explodir nas redes sociais uma onda de revolta contra ele poucas vezes vistas. Durante a semana, este blogueiro postou uma piada sobre o presidente da Câmara no Facebook que viralizou de uma forma impressionante.