“O Ganso é um gênio; chamamos ele de Paulo Henrique Google Ganso”.
Kaká, meio-campista do S. Paulo
“O Ganso é um gênio; chamamos ele de Paulo Henrique Google Ganso”.
Kaká, meio-campista do S. Paulo
Por Leandro Fortes
Foi o Facebook, como nenhuma outra rede social da internet, que iniciou um processo inédito e ainda não dimensionado de histeria ideológica que, ao menos no Brasil, foi cristalizado sob um complexo manto de silêncio.
Digo complexo porque, até surgir uma plataforma tecnológica capaz de lhe dar cor, forma e conteúdo, esse manto foi sendo lentamente consolidado por diferentes processos de acomodação moral, política e social, sobretudo a partir das gerações subsequentes ao golpe militar de 1964.
Até então, ninguém sabia ao certo quais eram as consequências de cinco décadas de construção conservadora dentro de uma sociedade naturalmente autoritária como a brasileira, nascida e moldada na cultura do escravagismo, do fisiologismo, da separação de classe e da carteirada.
Com a internet e, especificamente, com o Facebook, tornou-se possível entender como a overdose de doutrina anticomunista rasteira, aliada a uma visão de mundo ditada por interesses ligeiros, acabou por gerar essa multidão de idiotas que se aglomeram no espectro ideológico da direita nacional.
Essas pessoas que travestiram de piquenique cívico as manifestações de rua nas quais, em plena democracia, foram pedir intervenção militar. Uma multidão raivosa, mentecapta, de faixas na mão, cevada por uma mídia mais irresponsável do que, propriamente, conservadora.
Essa mistura explosiva de ressentimento político com déficit educacional fez explodir nas redes sociais jovens comentaristas com discurso roubado de velhas apostilas da Escola Superior de Guerra dos tempos dos generais.
“Vai pra Cuba!”
Ir para Cuba.
Onde, exatamente, erramos ao ponto de ter permitido o surgimento de mais de uma geração cujo insulto essencial é mandar alguém ir morar em Cuba?
Desconfio, que no centro dessa questão habita, feroz, a tese de que é preciso viver em pobreza franciscana para ser de esquerda. Essa visão macarthista do socialismo impregnada no imaginário da classe média brasileira e absorvida, provavelmente por falta de leitura, de forma acrítica por grande parte da sociedade.
“Vai pra Cuba!”, aliás, na boca torta da direita brasileira, não é apenas um insulto, mas uma praga horrenda, um desejo de morte lenta, um pelourinho necessário e elogiável, como bem cabe a traidores de classe.
“Vai pra Cuba!” é um grito que escorre como bílis negra pelo canto dos lábios do neorreacionários brasileiro.
De minha parte, não vou a lugar nenhum, enquanto esse tipo de gente ainda estiver por aqui.
A diretoria de Futebol do Papão, à frente Roger Aguilera, trabalha com afinco e em silêncio para montar o elenco para a temporada 2015. Entre nomes já cogitados – Diego e João Carlos, ambos do Macaé – surgem algumas surpresas, como o volante Jonathan, do Remo.
Ao todo, oito jogadores estão praticamente contratados:
Genivaldo, goleiro, ex-Botafogo/PB.
Saulo, goleiro, ex-Guaratinguetá/SP.
Diego, lateral-esquerdo, que jogou a Série C pelo Macaé.
Jonathan, volante, revelado pelo Remo.
João Carlos, centroavante, ex-Macaé.
Elanardo, meia, Icasa.
Willian Simões, lateral-esquerdo, Sampaio Corrêa.
Alemão, zagueiro.
(Com informações do baluarte Cláudio Santos)
A derrota no Pleno do STJD, por 3 a 2, no caso Copa Verde, ainda não foi assimilada por parte da diretoria do Paissandu. O presidente eleito do clube, Alberto Maia, já admite recorrer do julgamento, entendendo que o clube foi prejudicado na briga judicial com o Brasília. Diretor do Jurídico alviceleste, Maia aguarda a publicação do acórdão (documento oficial do tribunal) sobre o julgamento para analisar e tomar as providências cabíveis.
Por Eduardo Tironi, no Lance!
No dia 6 de julho de 1957, John Lennon e Paul McCartney se conheceram durante uma festa em uma igreja no subúrbio de Liverpool. Foi o “nascimento” dos Beatles, a banda mais importante da história do rock. Exatamente um dia depois, em 7 de julho de 1957, Pelé estreou pela Seleção Brasileira, no Maracanã, em derrota contra a Argentina por 2 a 1 (gol dele). Foi o “nascimento” do Rei do futebol para o mundo.
Deve haver alguma explicação ainda desconhecida pela humanidade para que no espaço entre dois dias tenham surgido dois ícones celestiais. Fato é que desde meados dos anos 50 até hoje a história do entretenimento mundial não pode ser contada sem citação a Pelé e Beatles.
Em campo, Pelé foi tão espetacular que virou sinônimo de excelência em qualquer área de atuação. Michael Jordan é o “Pelé” do basquete, Schumacher é o “Pelé” da Fórmula 1, Einstein foi o Pelé da Física. Os Beatles foram o “Pelé” da música pop. Quantas vezes já se ouviu a frase: “Como Pelé (ou os Beatles) nunca vai ter igual.”
Se um jogador faz um golaço, ele fez um “gol de Pelé”. Se Fulano faz uma grande jogada, mas erra na conclusão dizemos que “fez jogada de Pelé, mas concluiu como Fulano”. Se um sujeito acerta um gol do meio-de-campo, foi o “gol que Pelé não fez” (em alusão ao lance em que o camisa 10 da Seleção chuta do meio-de-campo contra o gol da Tchecoslováquia na Copa de 70, mas a bola passa raspando a trave de Viktor).
Uma bactéria invadiu o corpo de Pelé e o levou ao hospital duas semanas depois de outra internação. Deixou todo mundo em estado de alerta e trouxe à tona esta questão de como em um único fim de semana nasceram dois ícones mundiais e de como o Rei do Futebol está presente em nosso cotidiano sem que a gente perceba. Como uma música dos Beatles, que toca no rádio e, quando a gente se dá conta, está cantando.
Por Gerson Nogueira
As escolhas que levam à formação de um grupo vencedor nem sempre são determinadas pela lógica ou pela racionalidade. Muitos times campeões foram montados ao sabor do acaso ou do improviso. Ocorre que a aposta em critérios pré-estabelecidos, que equacionem qualidade e custo dos jogadores contratados, ainda é o melhor caminho para o sucesso.
Quando terminou a partida decisiva contra o Macaé, no estádio Mangueirão, há uma semana, a diretoria do Papão começou a conjeturar sobre nomes para integrarem o elenco que vai disputar quatro competições em 2015. A saber: Campeonato Estadual, Copa Verde, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro da Série B.
Apesar da frustração pela perda do título, as cabeças pensantes do clube sabiam que o maior investimento para evitar novas decepções é evitar erros primários, normalmente cometidos no processo de garimpar reforços.
Ao longo deste ano, foram vários os acertos nas contratações. Cabe reconhecer que muito se deve nesse processo à experiência e rodagem do gerente de Futebol, Sérgio Papelin. Através dele, o clube chegou a atletas não tão caros e que se encaixaram bem na equipe.
Charles, Lombardi, Augusto Recife, Lenine, Bruno Veiga, Ruan e Rômulo são os exemplos positivos. Lima, que deixou o clube na metade da temporada, também pode ser incluído no rol dos acertos. Um índice extremamente satisfatório, bem superior à quantidade de deslizes.
Voltando ao pós-jogo no Mangueirão, vários planos começaram a ser traçados ali. A permanência do técnico Mazola Junior e a escolha de Roger Aguilera para dirigir o futebol profissional, decisão anunciada nesta sexta-feira, foram os pontos prioritários da agenda ali desenhada.
O acordo com o técnico está bem encaminhado, mas a diretoria já se movimenta para montar o quebra-cabeça das contratações. O primeiro passo foi definir os jogadores do atual elenco que não mais interessam, por destoarem do figurino da Série B.
Nomes óbvios, como o do zagueiro Reiniê e do volante Ricardo Capanema, se misturam ao de algumas surpresas, como o meio-campista Zé Antônio. De postura aguerrida e muito aplicado taticamente, estava nos planos de Mazola, mas a diretoria de futebol prefere buscar outras alternativas.
Para o gol, preocupação de dez entre dez bicolores, há a intenção de contratar dois novos arqueiros. Sem contar com a confiança da torcida, Douglas e Mateus devem ser liberados. Paulo Rafael, oriundo da base, também muito questionado, ainda pode ganhar nova oportunidade, desde que como terceiro goleiro.
Por ora, só estão confirmados os sete já citados, mais os nativos Pikachu, Pablo e Djalma. Há necessidade de pelo menos mais 15 jogadores, o que significa que o trabalho de garimpagem será árduo.
Como os jogadores que podem interessar ao Papão estarão disputando os campeonatos estaduais, a formação do elenco só se completará plenamente lá pelo final de março. Há, ainda, o obstáculo representado pela concorrência com os clubes da Série A, que também irão disputar os melhores jogadores regionais.
Diante de tudo isso, o torcedor precisará se cercar de boa dose de paciência e compreensão porque as contratações acontecerão em ritmo mais cadenciado do que o normal. Até porque nesse ramo, mais do que em qualquer outro, a pressa é inimiga da perfeição.
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Bola na Torre
O bragantino Cláudio Guimarães é o convidado deste domingo. Guilherme Guerreiro apresenta. Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião completam a bancada. O programa começa logo depois do Pânico, por volta de 00h15.
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Rodada define eleitos e desqualificados
Como o título já estão nas mãos do Cruzeiro, o Brasileiro da Série A só prende a atenção do torcedor quanto à definição dos classificados para a Copa Libertadores e dos candidatos à degola.
Quanto ao torneio continental, o São Paulo já assegurou classificação, mas Corinthians, Internacional, Grêmio e Fluminense disputam as duas vagas restantes.
Na parte de baixo da tabela, o Criciúma já caiu. Botafogo e Bahia estão quase lá, podendo sacramentar a queda nesta rodada. O quarto rebaixado sairá do trio Vitória (38), Palmeiras (39) e Coritiba (41).
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O prazer de jogar ainda importa
Uma frase emblemática do atacante espanhol Cesc Fàbregas, proferida ao longo da semana, ajuda a explicar o motivo que leva alguns craques a optarem por novos desafios, mesmo que financeiramente não sejam tão compensadores. Segundo ele, jogar no Chelsea é mais divertido do que no Barcelona.
Independentemente das razões que fazem Fàbregas pensar assim, é sempre saudável e animador observar que o ofício de jogar futebol ainda pode ser ditado pelo prazer, mesmo envolvendo cifras tão grandiosas.
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Ato da diretoria amplia divisão no Remo
O afastamento sumário de Pedro Minowa da coordenação das divisões de base do Remo até pode ter a ver com falhas no acompanhamento da categoria sub-17. Ocorre que a temperatura política do clube faz crer que sua saída tem mais a ver com as escaramuças eleitorais. É esquisito que somente agora a direção do clube tenha percebido que Minowa não servia para o cargo.
O desligamento do dirigente indica um caminho sem volta nas já tormentosas relações entre as duas chapas que disputam o poder no Evandro Almeida. Mau sinal.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 30)
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