Dilma seria reeleita no primeiro turno

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (12) pelo jornal “Folha de S.Paulo” indica que a presidente Dilma Rousseff (PT) teria 42% das intenções de voto e venceria no primeiro turno se a eleição fosse hoje e ela tivesse como adversários o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Nesse cenário, segundo informou o jornal, Aécio teria 21% e Campos, 15%. Votos em branco ou nulos seriam a opção de 16%, e outros 7% responderam que não saberiam em quem votar.
As candidaturas são prováveis – só serão oficializadas pelos partidos no ano que vem. A eleição de 2014 está marcada para 5 de outubro e, além de presidente, escolherá senadores, deputados federais, governadores e deputados estaduais.
O Datafolha entrevistou 2.517 eleitores em 154 municípios nesta sexta-feira (11), com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Outros cenários – Além do cenário com Dilma, Aécio e Campos, o instituto testou outros três. Em um, Dilma teria como adversários a ex-senadora Marina Silva (PSB) e Aécio Neves; em outro, o ex-governador José Serra (PSDB) e Eduardo Campos; e, no terceiro, Marina Silva e José Serra.
Nos três cenários, Dilma aparece na frente, mas não venceria no primeiro turno. Ela somaria 39% das intenções de voto contra Marina (29%) e Aécio (17%); teria 40% contra Serra (25%) e Campos (15%); e 37% contra Marina (28%) e Serra (20%). Brancos e nulos seriam 10%, 15% e 10%, respectivamente; não sabem, 5%, 6% e 5%.

Qual é a maior torcida do Pará?

Por Vinícius Paiva – do blog Teoria dos Jogos

(Amostra: 840 entrevistas em setembro de 2013; margem de erro: 3,4 p.p)

Uma das principais controvérsias envolvendo a construção das arenas da Copa do Mundo reside na escolha da representante para o Norte do Brasil. Manaus, com vocação turística e encravada no coração da Floresta Amazônica, foi selecionada. Mas muitos alegam que o legado (na figura de um imponente estádio) deveria colocar a vocação esportiva acima do turismo. São as vozes que defendiam Belém como a melhor opção. Ao menos no tocante à paixão e à existência de fortes torcidas locais, os adeptos desta corrente estavam cobertos de razão. É com inenarrável satisfação que apresentamos mais um resultado da parceria do Blog Teoria dos Jogos com o Instituto GPP: eis os números do Pará, importante reduto futebolístico brasileiro, até então desconhecido quanto à sua configuração de torcidas:

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A existência de clubes locais parece não ser barreira para a avassaladora presença da torcida do Flamengo no Norte do Brasil. O rubro-negro lidera as preferências paraenses com 26,9% da população total, quase o dobro do segundo colocado. Se é que se pode falar em “segundo colocado” mediante o incrível empate técnico envolvendo Remo (14,5%) e Paissandu (14%). O Corinthians mostra força (9,7%) ao deixar para trás a tradicional torcida do Vasco da Gama (6,3%). E o São Paulo (4,6%) se vê representado, junto a Palmeiras(3,4%), Santos (1,8%) e Botafogo (1,7%).

O percentual atingido pela dupla Re-Pa é um oásis em termos de Região Norte. O único paralelo se daria em estados nordestinos com clubes locais fortes, como Pernambuco e Ceará. E mais: considerando os quase 8 milhões de habitantes estimados para o estado em 2013 (dados do IBGE), significa que Remo e Paissandu possuem mais de um milhão de torcedores cada. Patamar possivelmente superado apenas por Sport e Bahia em todo o Norte-Nordeste. Um verdadeiro colosso.

Agora, uma novidade: a divisão dos números entre Belém e o interior do Pará:

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A região metropolitana, como não poderia deixar de ser, é o principal reduto de Remo (30,5%) e Paissandu (27,8%). Mas não significa que ambos desapareçam no interior, pelo contrário. Marcando respectivamente, 8,2% e 8,6%, a dupla da capital denota ascendência nada desprezível sobre a população do estado. O interior, a propósito, é amplamente flamenguista (33,9%). Se dependesse da força rubro-negra em Belém, o Flamengo se sairia mal. Por lá, Nação apresenta o mesmo tamanho da Fiel corintiana (9,6%), torcida que apresenta incrível estabilidade na distribuição capital-interior. Outro que se salva no interior é o Vasco, já que todos os paulistas o superam em Belém. Destaque final para a ausência de citações à Tuna Luso, tradicional equipe paraense.

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Praticamente todas as torcidas crescem em meio aos homens, menos a do Corinthians – situação recorrente nas pesquisas publicadas em 2013. Outra recorrência é o crescimento corintiano entre jovens: o clube sai de míseros 1,8% em idade avançada para 17,4% abaixo de 24 anos. Neste patamar, apenas o Flamengo oferece resistência: embora de maneira menos vigorosa, o rubro-negro também cresce a 33,2%. Remo e Paissandu se enfraquecem – especialmente o Papão, que dominava o Pará no passado (38,9% acima de 60 anos). Ao caírem para níveis inferiores a 8%, os locais perdem espaço para os ascendentes Vasco, São Paulo e Palmeiras.

Por nível de instrução e renda:

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Remo e Paissandu colam no Flamengo entre pessoas com maior nível de instrução. A torcida do Santos também avança à medida com que aumentam os anos de estudo. Por renda, o Flamengo amplia a liderança entre os que auferem mais de 5 salários mínimos, em direção oposta à maior parte da concorrência.

Diante do exposto, é incrível a penúria em que vivem os clubes do Pará – especialmente o Remo, excluído até da Série D do Brasileirão. A falta de visibilidade faz com que estes clubes angariem patrocínios na casa dos R$ 100 mil mensais, equivalentes a equipes de menor expressão no Rio ou em São Paulo. A demanda reprimida remista – quase sem partidas oficiais no segundo semestre – levou nada menos que 23.294 torcedores ao Mangueirão numa partida sub-20 contra o Flamengo, há apenas duas semanas. Na ocasião, o médico do Flamengo prestou atendimento a um atleta do Remo pois não havia médicos no quadro de funcionários do azulino. A solução de tantos problemas deveria passar, inequivocamente, pela enorme paixão alimentada pelos paraenses ao futebol.

E-mail da coluna: teoriadosjogos@globo.com

Pará: reduto rubro-negro

Por Gerson Nogueira

Muito se fala da força e do fascínio que o futebol do Rio exerce junto às torcidas do Norte-Nordeste do Brasil. Até agora, porém, não havia um levantamento mais detalhado e com critério científico. Tudo era na base do achismo e das impressões superficiais. Pois a pesquisa do Instituto GPP, divulgada no blog Teoria dos Jogos (do carioca Vinícius Paiva), acaba de clarear as coisas nessa área, com resultados desconcertantes.

bol_sab_121013_11.psRemo e Paissandu continuam gigantes na Região Metropolitana de Belém, mas perdem de goleada no interior e permitem que o Flamengo se estabeleça como o mais querido no Estado, exibindo musculatura que tem a ver diretamente com o bombardeio midiático e as transmissões quase que semanais de seus jogos, mesmo aqueles mais furrecas.

A pesquisa GPP lança um facho de luz sobre a torcida paraense, reconhecidamente uma das mais apaixonadas do Brasil e famosa por lotar estádios. Na apresentação, o blogueiro menciona a injustiça histórica da perda por Belém da disputa pela sede nortista da Copa de 2014.

Foram ouvidas 840 pessoas em Belém e interior do Estado, no mês de setembro passado, com margem de erro de 3,4%. De cara, o levantamento surpreende pela quantidade de pessoas que se declara torcedora do Flamengo, 26,9%, quase o dobro dos adeptos do Remo, que é o segundo colocado, com 14,5%. Em terceiro, configurando empate técnico, vem o Paissandu, com 14%. O Corinthians é o quarto colocado, com 9,7%. Vasco, 6,3%, é o quinto. Em seguida, aparecem São Paulo (4,6%), Palmeiras (3,4%), Santos (1,8%) e Botafogo (1,7%).

Apesar disso, o tamanho da paixão pela dupla Re-Pa ainda impressiona. “Considerando os quase 8 milhões de habitantes estimados para o Estado em 2013 (dados do IBGE), significa que Remo e Paissandu possuem mais de um milhão de torcedores cada. Patamar possivelmente superado apenas por Sport e Bahia em todo o Norte-Nordeste. Um verdadeiro colosso”, elogia Paiva.

A Região Metropolitana de Belém é o principal rincão de torcedores de Remo e Paissandu, superando amplamente qualquer outra agremiação nacional. O Leão conta com 30,5% dos torcedores, enquanto o Papão tem 27,8%. No interior, a história muda de figura: os índices caem para 8,2% (CR) e 8,6% (PSC). O torcedor interiorano é majoritariamente fã do Flamengo, que ostenta impressionantes 33,9%.

O duelo direto entre Remo e Paissandu revela algumas situações curiosas. O Remo é o mais popular entre a população na faixa etária que vai de 25 a 59 anos, mas o Paissandu leva vantagem entre os torcedores com mais de 60 anos. O Leão predomina entre as mulheres (13,5% contra 11,1% do Papão) e perde entre os homens, por 15,5% a 16,9%.

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Amor e dor na mesma intensidade

Com prazer renovado, voltei nos últimos dias a um livrinho delicioso de um fã de rock como eu, além de escritor de grandes recursos. A obra é “Alta Fidelidade” e o autor é Nick Hornby, empedernido torcedor do Arsenal, espécie de Botafogo da Inglaterra, que escreveu outro grande livro, “Febre de Bola”, motor automático da simpatia que nutri por seu trabalho, turbinado pelo reconhecimento de seu excepcional talento para exprimir no papel emoções, tristezas e angústias de um camarada que se vê na chamada encruzilhada da vida, algemado às memórias juvenis e com um gigantesco receio de virar gente grande.

O livro, pontilhado de referências pop, praticamente não toca em futebol. O esporte preferido do personagem principal, Rob, é elaborar listinhas de tudo, desde as que tratam das 10 melhores aberturas de discos de rock até as que enumeram as cinco namoradas que mais estraçalharam seu atormentado coração.

Na prática, nem precisava haver citação explícita ao mundo da bola. A óbvia inclinação de Rob/Hornby pelo sofrimento gera identificação natural com o torcedor médio, aquele cara que se encharca de alegrias e mágoas, euforia e frustração, na mesma intensidade – e num mesmo jogo.

Por essas e outras sempre achei que “Alta Fidelidade” e “Febre de Bola” têm as mesmas matrizes dramáticas: o amor e a dor, sentimentos inerentes a todas as atividades humanas.

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Bola na Torre

No domingo do Círio, a apresentação será de Giuseppe Tommaso, com participação de Valmir Rodrigues e deste escriba baionense. O convidado é Paulo (Bad Boy) Fernando. A mesa-redonda campeã começa logo depois do Pânico na Band.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste sábado, 12)