Campeonato Brasileiro da Série B 2013.
São Caetano x Paissandu – estádio Anacleto Campanella, São Caetano (SP), 21h.
Na Rádio Clube, Cláudio Guimarães narra; Rui Guimarães comenta. Reportagem: Dinho Menezes.
Em entrevista à italiana Oriana Fallaci na década de 60, o general Giap enumerou os invasores que foram expulsos do Vietnam desde o primeiro milênio: chineses, mongóis, franceses. A jornalista pergunta:
— Por que o senhor tem tanta certeza de que vão expulsar a maior máquina de guerra que já houve?
Resposta de Giap:
— Porque nós somos vietnamitas.
(Por Palmério Dória)
Por André Barcinski
Não tenho nenhum interesse por carros. Zero. Acho que o mundo seria um lugar melhor se cada trinta automóveis fossem substituídos por um ônibus. Também acho Ron Howard um dos piores diretores de cinema dos últimos 30 anos. Certamente o pior, na relação ruindade/prestígio. Um filme sobre corridas de carro dirigido por Ron Howard, portanto, deveria ser o programa de índio do século. Mas até que “Rush – No Limite da Emoção” surpreendeu. Continuo abominando qualquer coisa relativa a carros e a Ron Howard, mas me diverti com o filme.
Para quem não sabe, “Rush” conta a história da rivalidade entre o austríaco Niki Lauda e o inglês James Hunt. Em 1976, os dois protagonizaram um dos duelos mais acirrados da história da Fórmula 1, decidido na última prova, no Japão (na verdade, o duelo só foi tão acirrado porque Lauda havia sofrido um pavoroso acidente e ficara de fora por várias corridas).
Lauda era um “nerd” perfeccionista que não mexia um dedo sem analisar minuciosamente as conseqüências. Hunt era um beberrão mulherengo que agia por impulso. Se acreditarmos nos tablóides britânicos, Hunt dormiu com cinco mil mulheres e levou para a cama nada menos de 33 comissárias de bordo da British Airways nos dias antes da prova final de 1976. Era um rockstar das pistas.
Segundo especialistas em Fórmula 1, “Rush” tomou algumas liberdades poéticas: Lauda e Hunt não eram tão inimigos assim – chegaram a morar juntos uma época – e algumas sequências do filme foram “adaptadas” para realçar o drama e a rivalidade. De qualquer forma, o filme fala de uma era em que a Fórmula 1 ainda trazia personagens interessantes. A exemplo do boxe, que sempre teve lutadores carismáticos, mas que nos últimos anos tem sofrido com a falta de ídolos, a Fórmula 1 parece passar por uma crise de personalidade.
Voltando ao filme: “Rush” é mais um exemplo do cinemão careta de Ron Howard: música agitada nas partes agitadas, música melosa nas –muitas – cenas melosas, roteiro feito para ser compreendido por crianças de cinco anos, diálogos obtusos que não deixam margem a interpretação (“James, você é um louco!”; “Niki, você é um chato!”). Quando um corredor aparece pensando no outro, Howard dá um close na cara do pensativo e superimpõe imagens do rival, exatamente como novelas de época da Globo.
Há uma cena que merecia ser estudada em escolas de cinema, para ensinar aos alunos os perigos da pieguice: a que mostra Lauda no hospital, se recuperando do acidente, com um tubo de meio metro enfiado na garganta para limpar os pulmões, enquanto chora vendo James Hunt ganhar uma corrida na TV. Sorvete na testa é pouco. Mas nem Ron Howard consegue estragar personagens tão bons quanto Niki Lauda e James Hunt. Agora, imagine esse filme na mão de Michael Mann…
Por Renato Rovai
A notícia da vez em relação à decisão de Marina Silva é de que ela vai se filiar ao PSB. E que pode ser candidata a vice na chapa de Eduardo Campos. O PSB é um partido muito melhor do que a ampla maioria dos partidos políticos no Brasil. Mas não é diferente da maior parte deles. Ao contrário, talvez tenha como maior vocação o governismo. Onde há governo, o PSB é a favor. Tem sido um partido mais pragmático que o PMDB, que é acusado disso o tempo todo na mídia.
O partido de Eduardo Campos apoiava o PT no governo federal, no Rio Grande do Sul, na Bahia, em Brasília. O PSDB, em Sâo Paulo, Minas e Paraná. E o PMDB no Rio de Janeiro. Brasil afora, em quase todas as cidades onde o PSB está montado, ele ou é governo ou é governo. São raros os lugares onde se acha um PSB de oposição.
A decisão de Marina parece ter levado esse pragmatismo em conta. Ela se filia num partido que de alguma forma não é de direita, nem de esquerda e nem de centro. É governo. O que a leva a ter na vida real um espaço concreto para operar politicamente.
O jogo das eleições de 2014 fica muito diferente com essa sua decisão. Porque a candidatura Campos passará a ser muito mais forte. Mas ao mesmo tempo, Marina acaba de matar o que poderia vir a ser a Rede Sustentabilidade. Porque não fará sentido para muitos daqueles que a acompanharam integrar um projeto como o do PSB, que em vários lugares tem no comando do partido políticos altamente vinculados com o conservadorismo e a velha política. Em Santa Catarina, por exemplo, Campos acaba de entregar o partido aos Bornhausen.
O fato é que Marina se pintou. Se pintou para a guerra. Sua decisão de ir para o PSB é muito mais uma ação pragmática para tirar o PT do governo federal do que qualquer outra coisa. Ela faz parte de um projeto onde estarão não só Campos, mas Roberto Freire, Serra, Aécio, Borhausen etc.
Por fim, se Marina se filiou ao PSB por “questões programáticas”, imagino que a questão ambiental não esteja entre elas. Na votação do código florestal o partido liberou sua bancada para votar a favor ou contra o código. E a bancada se dividiu praticamente ao meio. Ou seja, metade votou com os ruralistas. É esse o programático de Marina? Ou seria o pragmático…
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