Violência de combates ameaça transmissões

Por Thiago Nogueira – O Tempo

imageA Procuradoria da República em Minas Gerais aguarda os pareceres dos Ministérios do Esporte, da Justiça e das Comunicações para tomar providência acerca do pedido do ex-vereador Betinho Duarte para que seja proibida a transmissão de lutas marciais não olímpicas pela televisão, em função da violência que envolve tais combates. O requerimento, protocolado no início de setembro, pede ainda, a proibição dos treinos de UFC (Ultimate Fighting Championship) e MMA (sigla em inglês para artes marciais misturadas) entre crianças e adolescentes de todo o Brasil, já que não existe regulamentação no país que trate do assunto.

A iniciativa tem o apoio do deputado federal José Mentor (PT), autor do projeto de lei 5.534, que tramita na Câmara dos Deputados desde 2009 e que também pede o fim das transmissões de UFC na televisão. “Estamos pedindo a proibição das transmissões. A luta pode continuar existindo. Mas é claro que existem interesses econômicos. A violência é barata e dá lucro”, critica o deputado. Os políticos que defendem a proibição consideram que a classificação etária pouco adiantaria para inibir a violência, já que as imagens do UFC são difundidas a todo o momento. Para José Mentor, as lutas de UFC também contrariam o espírito da concessão pública de canais de TV.

Produtores. Para os organizadores do UFC, a discussão não é nova. De qualquer forma, eles se dizem dispostos a debater o assunto. “Estamos acompanhando esse projeto de lei que quer proibir o UFC no Brasil. A gente já lidou com isso no mundo inteiro. Queremos deixar claro que a gente gosta de compreensão e diálogo. Queremos ser incluídos nessa conversa. Os objetivos são claros, não tem nada escondido. Queremos explicar que isto é um esporte, como qualquer outro. Esse tipo de rejeição não vai afetar nosso negócio”, afirmou o diretor executivo do UFC, Marshall Zelaznik. Entre os pontos que o Ministério Público Federal pretende esclarecer com os pareceres dos ministérios é exatamente a classificação do Ultimate Fighting como esporte ou não.

Papão treina em ritmo de alto astral

PSC Aleilson e Heliton-Mario Quadros

PSC Matheus-Mario Quadros (4)

Em clima de tranquilidade depois da vitória sobre o ABC-RN, os jogadores do Papão voltaram a treinar na tarde desta quinta-feira, no estádio da Curuzu. Foram submetidos a exercícios recreativos sob as vistas do técnico Vagner Benazzi. O elenco se prepara para os dois difíceis compromissos (contra América-MG e Joinville) fora de casa na próxima semana. A definição do time titular só deve ocorrer depois dos treinos coletivos programados para sexta-feira e sábado. Os zagueiros Raul e Pablo são as baixas, pois cumprem suspensão automática. Por outro lado, Benazzi já terá à disposição o meia-atacante Eduardo Ramos e o volante Billy, que estavam lesionados. A delegação viaja para Belo Horizonte na madrugada de segunda-feira, 28.

PSC Eduardo Ramos-MQuadros (2)

Enquanto o plantel se movimenta, a diretoria não fica parada. Com três partidas a cumprir em Belém, o Paissandu já elabora sua defesa em relação aos incidentes da partida diante do Avaí, na sexta-feira passada (18), na Curuzu. A data do julgamento ainda não foi marcada pelo STJD. Em entrevista, de maneira até surpreendente, o presidente Vandick Lima manifestou otimismo, afirmando que acredita em absolvição a partir das “provas reunidas pelo departamento jurídico”. Garantiu, inclusive, que o clube ainda não se preocupou em procurar local para realização dos jogos fora de Belém caso venha a se confirmar a punição. “Não tem nenhuma procura quanto às cidades, até porque acreditamos que o clube seja absolvido e não seja punido”, disse Vandick ao DOL. (Com informações do DOL; fotos: MÁRIO QUADROS/Bola) 

PSC Vanderson-Mario Quadros (2)

Pato: um atacante “mais” ou “menos”?

Por Sérgio Xavier – de Placar

Alexandre Pato é um grande jogador de futebol. Comecemos com esse lembrete para tentar avançar na análise. Ele tem habilidade e inteligência, algo que o diferencia da maioria. E, de quebra, tem a velocidade que fecha o pacote quase perfeito para um atacante: habilidade, inteligência e velocidade. Por isso ele custou 20 milhões de dólares quando se transferiu do Internacional para o Milan e 40 milhões de reais quando foi repatriado.

Dito isso, vem a pergunta inevitável: por que Pato não entrega aquilo que promete? Walter, William Batoré, Maikon Leite e Hernane Brocador. Qualquer um deles está entregando muito mais do que Pato nos últimos meses. E todos são evidentemente “menos jogador”  do que Pato. Ao menos no papel.

Pato ainda não conseguiu se libertar do fardo de ter sido precoce. Muito cedo no Inter, ele brilhou e mostrou que “não sentia pressão”. Arrebentou na estréia, mostrou desenvoltura no Mundial de 2006, foi tão cedo para o Milan que não tinha nem idade para jogar o Campeonato Italiano. E, nos primeiros jogos, seguiu mostrando que tinha cabeça de craque experiente com corpo e cara de menino.

Além da precocidade, Pato tinha outra mochila pesada para carregar. Mostrar diuturnamente que era “jogador diferenciado” porque não fazia o óbvio. Na primeira vez na Seleção principal, inventou um golaço com pouco ângulo encobrindo o goleiro.

O tempofoi passando e Pato foi se mostrando cada vez mais compromissado com a necessidade de confirmar a sua própria imagem. Entre o gol feio quase certo e a chance de fazer uma pintura, sempre a segunda opção. A vitória de qualquer jeito não tem a ver com Alexandre Pato.

Talvez o pênalti perdido pelo camisa 7 do Corinthians na Arena tenha sido um resumo do que ele se tornou. O gramado não estava bom, a marca do pênalti, então, um buraco só. Condições adversas para uma cobrança de precisão como a cavadinha. No gol do Grêmio, havia um goleiro frio. Que nas cobranças anteriores não estava se atirando antes nos cantos.

Pato teve nove cobranças para observar tudo isso. Mesmo assim, foi no risco. Escolheu o truque mais ousado do seu repertório. Jogador diferenciado, precisa fazer coisas diferentes. Jogador como Pato não sente pressão. Não foi isso que ele sempre escutou? E deu no que deu.

Talvez o ciclo de Pato no Corinthians tenha se encerrado no exato momento em que Dida agarrou a bola. Mas, aos 23 anos, ele tem um longo caminho pela frente. Ninguém arrancou a sua habilidade, inteligência e velocidade. Para retomar a carreira, ele terá que apagar tudo o que já escutou e leu sobre o seu futebol. Nada de “diferenciado” e “precoce”. Pato vai precisar aprender o significado de outras palavras como objetividade, simplicidade e, por que não, humildade. Talvez ele tenha algo a aprender com William Batoré e Henane Brocador. Além de gols, o que eles estão fazendo que Pato não está?