Por Gerson Nogueira
Em papo animado com Guilherme Guerreiro, sexta-feira, no Cartaz Esportivo, programa mais longevo do rádio paraense (talvez brasileiro), falávamos como sempre sobre futebol e, por tabela, sobre o dia dedicado ao esporte. O curioso da história é que nem sei de quem foi a ideia, mas a data já está devidamente prevista no calendário.
De minha parte, por entender que o tema enseja festejos permanentes, não acho que o velho esporte bretão deva ter apenas um dia comemorativo. É pouco. Deveria ser comemorado todos os dias. E, principalmente, no domingo, a data oficial do futebol.
Aliás, o que seria das tardes de domingo sem o futebol. Fico a imaginar o vazio domingueiro nos primórdios da humanidade, quando ninguém havia tido a inventividade de dividir o mundo em dois times de 11.
Vikings, bárbaros e hunos certamente morriam de tédio na parte vespertina do domingão. De folga das sangrentas batalhas e sem inimigos a abater, não tinham o futebol para matar o tempo de maneira agradável e passional.
Nós, homens da pós-modernidade, temos mais sorte. Podemos voltar à infância quando a bola rola nos gramados. Os jogos se repetem ao longo da semana, a fim de dar entretenimento ao máximo de pessoas, mas o dia de gala do velho esporte bretão segue sendo o domingo.
Nelson Rodrigues, autor de grandes poemas sobre a ópera viva que é o futebol, disse certa vez que o Fla-Flu nasceu quarenta minutos antes do nada. Pode-se arredondar a conta, caprichar no exagero e calcular que o futebol talvez tenha em pleno Big Bang.
Independentemente da data certa de seu nascimento, o futebol capturou a todos. Ninguém é poupado. No passado, a mulherada não se interessava. Era, então, um esporte triste, meio rústico. Quando elas tomaram gosto pela plasticidade do jogo, a festa de cores nas arquibancadas, o som e a fúria, tudo mudou. Hoje é possível flagrar famílias inteiras envolvidas pela paixão nos estádios.
Aprendi muito cedo a ver futebol. Fui guiado, como sempre ocorre, por meu pai lá em Baião. E pelo rádio. Primeiro, as ondas potentes das rádios Globo, Tupi e Nacional. Depois, pelas não menos poderosas ondas da Rádio Clube, PRC-5. Abençoadas tardes de domingo que me faziam passar horas ouvindo o relato de eventos épicos no Maracanã, parte fato e parte fantasia, como só o rádio pode ser. Tempos de Sele-Fogo, com Jairzinho em plena forma, que me fizeram consolidar o amor pelo Botafogo.
Só desgrudava do velho Transglobe de meu pai para ver, ao vivo, o dérbi da cidade, Baião x Brasília. Atento à programação local e fiel torcedor do Brasília, não pude ouvir o rádio narrar a conquista do tricampeonato mundial no México. Enquanto as pessoas pulavam nas ruas, corri para resgatar a história da final pelos comentários pós-jogo de João Saldanha. O rádio, sempre ele, a me socorrer.
É claro que a imprensa escrita documenta e perpetua a história, mas o futebol, meus amigos, está umbilicalmente preso ao rádio. Sem as narrações carregadas de emoção talvez o futebol fosse hoje não mais que um tênis ou um hóquei, esportes que encantam, mas não apaixonam. E não há combustível mais poderoso para tocar as pessoas do que a paixão – nos gramados e na vida.
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Propostas para refundar o Leão
Com a saudação que parte da torcida azulina começa a adotar para falar do futuro – Yes, we canRemos! –, o desportista Albertinho Leão abriu a carta de “Refundação do Filho da Glória e do Triunfo”, dirigida aos novos diretores, recém-empossados pelo presidente Zeca Pirão.
“Como todo remista, sou sempre otimista com o futuro do Clube do Remo. Contem comigo e com mais de 5 milhões de azulinos apaixonados, doidos pra levantar o Leão. Quando fui eleito conselheiro, entreguei ao presidente Sérgio Cabeça e ao presidente do Condel, Manoel Ribeiro, uma proposta denominada Caravana Azulina, que consiste em visita a municípios do interior para fazer peneiradas, protocolos de intercâmbio com a administração municipal, ligas e clubes”, relata Leão.
As caravanas também deixariam o legado de seminários sobre legislação do futebol, lei do passe, incentivo ao esporte, técnicas de treinamento e ainda associar torcedores e vender brindes do clube. “A Caravana é pra chegar, chegando. O Sérgio sempre dizia: ‘Deixa melhorar que agente vai fazer’. O tempo passou e não deu, não fizemos. Vou reapresentar ao Pirão e ao Stefani Henrique, que conheço bem e sei que vai fazer um bom trabalho”, continua.
Leão sugere, ainda, que “o Remo faça, logo após as assembleias de aprovação do novo estatuto em agosto, um Planejamento Estratégico Participativo. Proporcionando a participação de todos”.
“Aliás, vou propor na reforma do estatuto que as eleições sejam proporcionais, que o orçamento seja participativo e que o Condel tenha representação de torcedores, atletas e funcionários. Além de prestar conta dos recursos via redes sociais”, acrescenta, sugerindo ainda que a imprensa esportiva seja convidada a contribuir com ideias para melhorar a gestão do clube.
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Bola na Torre
Tiago Passos, novo diretor de Futebol do Remo, é o convidado especial do programa deste domingo. Guilherme Guerreiro comanda, com participações de Valmir Rodrigues e deste escriba baionense. Começa por volta da meia-noite na RBATV, logo depois do Pânico na Band.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 21)
Ontem, na espera do jogo Boa Esporte x Paysandu, para os Comentários on-line.. https://twitter.com/ClaudioColumbia/status/358903607896195072/photo/1
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Realmente, Gerson Nogueira
Se for para ficar em casa nas belíssimas tardes de domingo a frente da TV aturando Programas Silvio Santos e Domingão do Faustão não dá. é mais enjoado que alho ou andiroba. Mas felizmente para suprir esses programas chatos, uma boa pedida para quem preferiu ficar em casa por algum motivo, é sem dúvida o futebol. Bendita hora que inventaram o futebol e também imagino a monotonia daquelas pessoas da antiguidade que não tinham essa opção para descontrair aos domingos. Porém o que me deixa, um pouquinho preocupado é que a própria carência dos clubes e o poder dos patricinadores, inclusive a TV, estão levando essa fonte de descontração que é o futebol para o lado obscuro. Se não vejamos: Em Belém temos 3 clubes de tradição e torcida e brasileiros das series A<B<C e D em pleno andamento, p
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Realmente, Gerson Nogueira
Se for para ficar em casa nas belíssimas tardes de domingo a frente da TV aturando Programas Silvio Santos e Domingão do Faustão não dá. é mais enjoado que alho ou andiroba. Mas felizmente para suprir esses programas chatos, uma boa pedida para quem preferiu ficar em casa por algum motivo, é sem dúvida o futebol. Bendita hora que inventaram o futebol e também imagino a monotonia daquelas pessoas da antiguidade que não tinham essa opção para descontrair aos domingos. Porém o que me deixa, um pouquinho preocupado é que a própria carência dos clubes e o poder dos patricinadores, inclusive a TV, estão levando essa fonte de descontração que é o futebol para o lado obscuro. Se não vejamos: Em Belém temos 3 clubes de tradição e torcida e brasileiros das series A<B<C e D em pleno andamento, porém numa bela tarde de domingo dessa não teremos nenhum jogo em Belém, porque duas dessas equipes de Belém não estão disputando nenhuma competição e o Paysandu, único, participante tem de se submeter às determinações dos patrocinadores ( TV) jogando ridiculamente nas terças 19:30h , nas sextas ou nos sábados, ficando a bela domingueira do futebol no vazio igual hoje. Ai eu fico em dúvida se esses patrocínios ajudam mesmo todos esses clubes, porque é evidente que clubes com Palmeiras mais de 30 milhões, Sport Recife mais de 10 milhões da TV, tem suas necessidades financeiras plenamente satisfeitas, mas clubes tipo Paysandu que recebe míseros 2,5 milhões parcelados mas perde outros milhares de reais nas bilheterias, tendo de realizar seus jogos à noite, 19;30h , terça e sextas improprias para o futebol, será que é vantagem??? não estaria na hora de repensar essas tipo de patrocínio????. com a palavra o Wandick.
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Nesse caso Gerson Nogueira, eu acho que tive uma grande idéia.
O que achas dos torcedores dos clubes prejudicados nesses patrocínios se unirem , aproveitarem esse momento de exigências e manifestações por melhorias em todos os setores, para fazer manifestação contra esse distribuição cruel, desigual de receita de patrocínio entre a maioria dos clubes da serie B e A para diminuir essas disparidades????? é evidente que não queremos que por exemplo todos os participantes da serie B recebam igual ao Palmeiras mas diminuir essa diferença já seria interessante. E o Sport Recife? clube nas mesmas tradições que o Paysandu, Ceará, América Mineiro, São Caetano porque recebe mais de 10 milhões e esses clubes 2,5 milhõs???? tem algo errado aí que precisa mudar.
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Amigo, pode botar nas ruas a sua campanha por receitas igualitárias. Fique à vontade.
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Mata logo o Rocildo, mata, Gerson Nogueira! Rss…
Bom domingo a todos do blog.
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rsrs… Muito boa a coluna do amigo Gerson…
Domingo, sem jogos de Remo e Paysandu, amigos, é muito triste..
Amigo Gerson, se for possível, pergunte, por favor, ao Thiago Passos, se ele vai dirigir sozinho e com autonomia ou vai dirigir juntamente com outros diretores, o depto. de futebol..
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No programa, ele explicou que o presidente Zeca Pirão deu carta branca aos diretores. Não há como duvidar. Vamos aguardar e conferir.
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Sem a minha Tuna,n há futebol. Das tardes nem reclamo,agora do luar de meio dia no Souza.rs
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Ontem, no pré-jogo…
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Grato amigo Gerson… Se tiver condições, coloque, por favor, o VT do Bola na Torre, aqui no blog… Valeu.
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Só será possível ter o vídeo do programa amanhã, amigo Cláudio. Assim que estiver OK, posto aqui.
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Égua ! É bom ver o amigo Cláudio, com toda a infraestrutura, para que ele possa comentar pelo blog ! rs
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Verdade Heleno. Profissional. Inclusive só na água durante os comentários, olha lá o copo. Rss
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Sim, Maurício ! Porque a famosa latinha gelada, só depois dos jogos ! rsrs
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As latinhas já estavam gelando para o pós jogo, amigos Heleno e Maurício…rsrs
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Valeu, amigo Gerson..
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Amigo Cláudio, a luta para conter os valentões digitais está cada vez mais insana. Espero que, com a ajuda dos baluartes e comentaristas, consigamos afastar os beócios que insistem em tumultuar e vulgarizar o debate.
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Aliás, amigo Gerson, essa de: Jornalistazinho de M.. É daquela figura carimbada, inclusive do TT?
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