Um desafio na casa do ET

Por Gerson Nogueira

O Paissandu joga hoje nos rincões mineiros contra um time de nome esquisito, daqueles montados por empresários e que mais parecem marca de sabão em pó, mas que vem se equilibrando na Série B já há algum tempo. O Boa Esporte, que tem Marcelinho Paraíba e Fernando Caranga como jogadores mais conhecidos, não faz – como o Paissandu – uma grande campanha. É um time de nível médio, que tenta fazer da força do conjunto sua arma mais expressiva. Nem sempre tem conseguido.

bol_sab_200713_11 NOVA.psPara que não se criem falsas ilusões, vale dizer que o Boa não é melhor, nem pior, que Guaratinguetá, Atlético Goianiense, América-RN ou ASA, adversários que deram muito trabalho ao Paissandu. Na classificação, o Boa está duas posições atrás do campeão paraense, mas tem a mesma pontuação, como também venceu duas vezes e perdeu três. Só é inferior no saldo de gols. Portanto, todo cuidado é válido nesse confronto de times em busca de recuperação no torneio.

O momento, porém, favorece o Paissandu, que está invicto há três partidas e vem de um empate sem gols na Copa do Brasil com o Atlético-PR, que disputa o Campeonato da Série A. Mais importante ainda: Givanildo Oliveira parece ter aproveitado bem a trégua oferecida pela Copa das Confederações e achou a melhor formação.

Percebeu, por exemplo, que não dispõe de lateral-esquerdo. Rodrigo Alvim, que se recuperou de contusão, foi relacionado, mas ainda não ganhou a confiança do treinador. Pablo é um zagueiro improvisado, que funcionou durante algum tempo, mas não pode dar a velocidade que o esquema 4-4-2 pede. Com isso, viu-se obrigado a improvisar o veterano e polivalente Alex Gaibú por ali. A estreia, sem sobressaltos, foi contra o Atlético-PR. A dose se repetirá hoje.

Outra descoberta que veio contribuir para o crescimento do time foi a entrada de Marcelo no gol. Apesar de uma falha no empate contra o São Caetano, o goleiro vem dando à defesa o toque de segurança que não existia com Zé Carlos. Na zaga, Jean cedeu lugar para Raul, que se mostra mais participante e rápido na parceria com Fábio Sanches. A nova dupla tem jeito de que vai tomar conta do setor.

Mais à frente, na cabeça-de-área, a ausência de Ricardo Capanema força o retorno de Vânderson. Contestado pela torcida, o veterano volante recorre à experiência para dar conta da marcação e da proteção à defesa. Nem sempre vem conseguindo executar bem essas tarefas. Zé Antonio, o segundo volante, é mais participativo e também participa das articulações com os armadores.

Eduardo Ramos e Djalma cuidam da criação de jogadas, mas o segundo não foi bem diante do Furacão. Ganha nova oportunidade, mas Givanildo levou o novato Tallys, que pode entrar durante a partida. Outra possibilidade, ante o quase certo desfalque de Iarley, seria a entrada de Tallys e a permanência de Djalma num quinteto de meio-de-campo. Essa hipótese deixaria o ataque apenas com Marcelo Nicácio.

Mas Givanildo, pelo histórico, deve manter o sistema 4-4-2, ficando a dúvida em torno da dupla de atacantes. É mais provável que, na terra do famoso ET, Nicácio venha mesmo a ter Careca como companheiro de ataque, embora João Neto também tenha chances.

De concreto, a convicção de que o Paissandu vai bem quando consegue impor seu jogo, fazendo uma transição rápida e aproveitando a subida dos laterais. Sempre que atuou assim, fora de casa, o time procurou explorar os contra-ataques. Contra um adversário do mesmo porte, a lógica indica que a equipe de Givanildo vai se resguardar, esperando brechas para tentar chegar ao ataque. O Boa, pelo que demonstrou até aqui, vai permitir esses espaços.

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Uma tabela influenciada pelas ruas

A divulgação dos preços de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, indo de R$ 30,00 a R$ 1.980,00 (assento mais caro para a grande final, no novo Maracanã), indica que dona Fifa avaliou bem as experiências feitas na recente Copa das Confederações. No geral, preços aceitáveis.

A tabela não ficou longe da política praticada na África do Sul e indica certo abrandamento na costumeira “facada” que o padrão Fifa impõe. Talvez o ruído das manifestações em torno dos estádios tenha pesado na decisão final.  

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Perícia, frieza e cochilo  

No jogo de ontem à noite entre Paraná e América de Natal, um lance raro: Paulo Sérgio bateu pênalti em favor do time paranaense e a bola saiu rasteira no canto direito, mas o goleiro espalmou. O cobrador aproveitou o rebote e voltou a chutar, desta vez para o lado direito.

O goleiro Andrei foi lá novamente, quase lembrando Rodolfo Rodriguez, e só então os zagueiros se aproximaram, mas não a tempo de impedir o terceiro e decisivo disparo do frio Paulo Sérgio. Jogada rápida, que exigiu perícia do goleiro Andrei, mas exigiu ainda mais sangue-frio do atacante.

E a constatação de que zagueiros não podem ficar relaxados, com as mãos na cintura, na hora de uma cobrança de pênalti. Precisam estar concentrados e prontos para ajudar o goleiro em caso de uma bola espalmada. 

(Coluna publicada no Bola/DIÁRIO, edição deste sábado, 20)

15 comentários em “Um desafio na casa do ET

  1. Gerson e amigos, o Paysandu trouxe algumas mudanças no banco, em relação aos relacionados para o jogo contra o AtléticoPR… Saíram da relação: Pablo, Janilson, Diego Barbosa e Bruno. Entraram na relação: Thallys, Rodrigo Alvim, Esdras e Marcelo Nicácio..

    Acredito que o Rodrigo Alvim, volte a ala esquerda e o Gaibú à sua real posição..
    Marcelo, Yago, Fábio Sanches, Raul e Rodrigo Alvim. Vanderson, Zé Antônio, Alex Gaibú e Eduardo Ramos. Iarley(se tiver condições) e Marcelo Nicácio.

    Boa Esporte, é treinado pelo Nêdo Xavier, que não é um bom técnico.. Tem em seu elenco, além dos dois jogadores citados, o Marabá, ex Águia ..

    Acredito numa vitória do Paysandu, hoje

    Boooooooooora Papãooooooooo..

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  2. “UM DESAFIO NA CASA DO ET”, perfeita observação Gerson Nogueira. Eu mesmo diria: mais um grande desafio porque jogos fora de Belém no brasileiro virou assombração para `Paysandu e nós bicolores. nos últimos 06 anos. As estatísticas são estarrecedoras ou muito preocupantes porque de 2007 a 2013 o Papão já realizou mais de 45 jogos fora de Belém pelos brasileiros das series C e B e ganhou somente um jogo às duras penas do Guarani de Sobral em 2012, time ruin que inclusive foi um dos rebaixados. Se considerarmos que o Papão ganhou i bicampeonato em 2001 sem ganhar nem um jogo fora, essa estática se torna mais assombrosa ou difícil de creditar porque no nivelado futebol brasileiro de hoje, qualquer time por mais ruin que seja, sempre apronta fora de casa ou ganha jogos pelo brasileiro. Já o Papão quando joga fora pelo brasileiro é único jogo previsível da loteca, sempre com marcação de vitória do time da casa. Pior é saber que dessas dezenas de jogos sem ganhar fora, a maioria foi contra times inexpressíveis, da terceira divisão, inadmissível. Agora porque isso ocorre, não sei. time caseiro, não seria o caso porque senão não teria ganhado a Copa dos Campeões e a vaga na Libertadores em Fortaleza, do poderoso Cruzeiro. que jogava pelo empate ou a vitória estrondosa contra o Boca Junior até hoje comentada. Acho que um pouquinho do motivo seria a falta de comando das diretorias que se sucederam no período, as quais não alertam para as dificuldades dos jogos fora de casa, não exigem responsabilidade , seriedade e atenção dos atletas e deixam tudo nas mãos do treinador. Parece que esses dirigentes bicolores seguem firme a teoria que ganhar la fora é obrigação do time da casa e por isso ficam dormindo em berço explêndido. Ledo engano de quem pensa assim. Acho que em jogos fora, o Wandick deveria, pegar essas estatísticas negativas extremas , colocar para os atletas que ganhar um fora de casa apenas um jogo em mais de 40 jogados, é muito pouco para um time das tradições do Paysandu. Deve exigir maior empenho do time e mais seriedade porque em todas essas dezenas de jogos sem ganhar fora pelo brasileiro vi o Papão deixar o adversário vencer ou empatar em cima da hora quando tinha tudo para sair com a vitória. Isso tem de mudar. vai ter de mudar ou o Papão não chegará a lugar nenhum mais ou não comemoraremos outro titulo nacional porque hoje o futebol nivelou e é impossível o time ganhar todas em casa e se não ganhar fora para compensar já era. é queda certeira.

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  3. Cláudio, o Caranga jogou, antes do S. Raimundo, pelo Bragantino, da minha querida Bragança, a qual recém completou 400 anos.

    Acho que a vaga para a série-A não será alcançada. O PSC não tem um elenco com nível para isso. É brigar apenas para se manter na série-B. Menos mal…

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  4. Edilson, Paysandu ganhou de 1a0 do Araguaina, 2a1 em cima do Rio Branco, 4a1 no Sport, 3a2 no Penarol e 3a1 no Espigão, portanto não é somente uma vitória fora de casa não. Mas ainda é muito pouco pra grandeza do Papão.

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  5. Bom dia, amigos do Blog. Preciso compartilhar algumas notícias com vocês!

    1) Operação Caça-Fantasmas no Baenão (Dica para a capa de amanhã, do Diário):

    Todos estamos acostumados a ouvir casos de funcionários que trabalham sem receber, certo? Mas tem coisas que só acontecem no Remo!

    Segundo Nelson de Torres, foram descobertos funcionários que “recebiam” sem trabalhar.

    Isso mesmo! Após uma devassa, Zeca Pirão detectou a existência de funcionários fantasmas no Clube. Literal e Metaforicamente, pois um deles até já havia morrido!

    E não para por aí. Também encontraram o registro de compra de uma Kombi, que nunca passou nem na frente da sede do clube. Segundo uma fonte, o Clube economizará 30 MIL REAIS MENSAIS após essa operação caça fantasma.

    Resultado: Quatro “Administradores” foram defenestrados do Baenão.

    OBS: Ainda acho que, quem sabe, se vasculharem um pouco mais, achem a cabeça de bode que enterraram no Baenão.
    Fica a dica.

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  6. 2) Evolução?

    Depois de Thiago Passos surpreender a todos ao se tornar um dos membros do alto escalão do Remo, eis que ele solta uma proposta, no mínimo, interessante:

    O Remo, em breve, não realizará mais amistosos pelo interior, mas sim dois jogos por mês, na capital.

    Nada contra o interior em si, mas é deprimente imaginar um clube centenário jogando em verdadeiras várzeas, contra selecionados locais amadores, para descolar uns trocados.

    Por mais absurdo que soe, creio que a carência do torcedor deve ser utilizada como energia motriz para alavancar o Remo.

    Isto é: A diretoria deve estabelecer uma pequena meta (Construir uma academia; Reformar o Baenão; Pagar os funcionários), divulgá-la amplamente através de canais de comunicação e convocar os torcedores.

    Nós fazemos nossa parte. Aliás, nós sempre fazemos.

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    1. Amigo, será que preciso repetir que há uma vigilância rígida em relação a anônimos e fakes? Será que não percebe o esforço para conter isso? Não aplico filtragem mais radical porque prejudicaria os comentaristas de verdade, e isso sempre gera mais reclamações ainda.

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  7. 3) Novo elenco?

    Alguns atletas estão definindo sua permanência no Clube do Remo, para a temporada de 2014.

    Ao que tudo indica, Fabiano, Dida, Henrique, Branco e Leandro Cearense estão apalavrados com a diretoria. Os dois últimos, por sinal, talvez sejam emprestados a algum clube em atividade e retornam em Novembro.

    Outros atletas como Mauro, Rech, Gerônimo, Capela e Val Barreto ainda estão em Belém, acertando detalhes com a diretoria; Jonathan e Alex Juan seguem treinando com o grupo, apesar das propostas de saída.

    Ao que tudo indica, é possível que uma espinha dorsal do elenco seja mantida, o que é importante e até benéfico para o clube. A diretoria deve cuidar, porém, que deficiências antigas não se repitam.

    A saída de bola e criação de jogadas eram péssimas no elenco passado, visto que nossos zagueiros adoravam dar chutões, Nata e Tony erravam muitos passes e não tinhamos um meia criador. Será que isso será revertido com novas contratações?

    Morisco e Danilo Rios estão do lado direito, no Amazonas. Eloir e Pimentinha estão do lado esquerdo, no Maranhão. Aleílson, Mael, Flamel e Levy estão aqui mesmo, no Pará.

    Para montar um time competitivo, não precisa buscar atletas tão longe.
    Só espero que Charles tenha conhecimento disso.

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  8. leia com atenção que Eu falei na dificuldade em jogos pelos brasileiros das series B e C Brenno. lembrastes bem, que na C foi so uma vitória contra o inexpressível Araguaina e na B so a vitotria contra o Guarani de Sobral em 2012 depois demais de 40 jogos, porque a vitória contra o Rio Branco deves saber que foi anulada pela CBF, que não repôs nem o gasto que o Papão fez com a viagem para lá. Isso não é pouco é pouquissimo Brenno, Até nisso o papão tem se dado mal fora. quando o juiz não atrapalha, o time não fraqueza, vem a CBF e anula a vitória. tá russo mesmo.Brenno.

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