À espera de um benfeitor

Por Gerson Nogueira

Uma historinha, revelada pelo jornal Folha de S. Paulo, pode servir de consolo ou inspiração para corações azulinos aflitos com a situação pré-falimentar do clube. A líder invicta do Campeonato Brasileiro da Série B era, há até pouco tempo, candidata à extinção, tal a quantidade de dívidas e cheques devolvidos.

Bola_seg_150713_23.psA Chapecoense ressuscitou em 2006 pelas mãos de um generoso cartola rival. Atual presidente do Figueirense, Wilfredo Brillinger atendeu a um apelo do então prefeito de Chapecó, João Rodrigues, e decidiu investir para tirar o clube do fundo do poço. A partir de então, uma das empresas de Brillinger passou a estampar sua logomarca na camisa da Chapecoense e o time começou a se reerguer.

Segundo o empresário, além do amor pelo futebol, resolveu ajudar a Chapecoense para retribuir o que sua empresa ganhava com a cidade. Na lona, o clube já era visto como causa perdida e não disputava série nenhuma.

Com a experiência bem sucedida na Chapecoense, que em 2009 obteve acesso à Série C, Brillinger entusiasmou-se e abraçou de vez a cartolagem, investindo no Figueira por dois anos seguidos. Depois disso, acabou eleito presidente do clube alvinegro de Florianópolis.

Além do rigor contábil, evitando despesas mirabolantes, o Chapecoense apostou na continuidade. O elenco é o mesmo há dois anos e a folha salarial gira em torno de R$ 400 mil. Bruno Rangel, que andou pelo futebol paraense sem maior brilho, é o grande destaque do time, com 9 gols marcados.

A trajetória de aperreios da Chapecoense tem semelhanças com o jejum vivido pelo Remo há seis anos. A diferença é que no próspero Estado de Santa Catarina ainda existem empreendedores apaixonados por futebol e dispostos a investir dinheiro num clube em frangalhos.

No rico Estado do Pará, rareiam empresários verdadeiramente identificados com o futebol. Os exemplos mais notáveis nesse segmento são do passado, quando Giorgio Falângola e Nabor Silva pontificavam como baluartes do Paissandu na década de 1960. Atualmente, os investimentos surgem na forma de patrocínios, quase sempre renovados às duras penas.

Mas que ninguém culpe a classe empresarial pela tímida injeção de recursos nos clubes. Antes disso, cabe ressaltar que as gestões desastradas e ineptas só contribuem para manter o empresariado longe das lides esportivas. Infelizmente.

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Com as cartas na mesa

Durante o fim de semana, surgiram inúmeras versões e palpites quanto ao desfecho do almoço marcado para hoje em São Paulo, reunindo a cúpula da CBF e a diretoria do Remo. No passado, quando o presidente do Remo era Licínio Carvalho, a entidade também abriu seus salões para um encontro amigável, prometeu ajuda financeira e depois aplicou um calote monumental nos azulinos.

Espera-se que, desta vez, a história seja outra. José Maria Marin estaria disposto a ouvir os pleitos do clube e até mesmo a condenação encaminhada pelo STJD pode entrar na mesa de confabulações. Como diria o amigo Guerreiro, tudo pode ocorrer nesse regabofe. Até mesmo, nada.

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Águia cai diante de 318 testemunhas

Depois de boa vitória sobre o Rio Branco no meio da semana, o Águia caiu fragorosamente ontem frente ao Cuiabá, por 3 a 0. Problemas defensivos voltaram a atrapalhar o Azulão marabaense, que despencou do G-4 para a sexta colocação de seu grupo. O goleiro Jair, descoberta do técnico João Galvão para o Brasileiro da Série C, voltou a fazer milagres e salvou o Águia de um resultado ainda mais vexatório.

Mais do que o apagão defensivo do representante paraense, chamou atenção a quantidade de torcedores presentes ao estádio Dutrinha, na capital mato-grossense: 318 gloriosas testemunhas.

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Arrogância pós-derrota

Não consigo ver o UFC como modalidade esportiva, mas não pude deixar de acompanhar a entrevista marqueteira que a Globo armou para limpar a imagem de Anderson Silva, depois da patética derrota para o americano Weidman. Se a intenção era levantar a bola do brasileiro, o tiro saiu pela culatra. Silva comportou-se na matéria como se ainda estivesse na luta.

Arrogante, não admitiu ter errado ao provocar o desafiante e acrescentou que não luta para os fãs, mas para si mesmo, frase inteiramente desnecessária. Por fim, acabou reforçando as desconfianças quanto a um arranjo da organização do evento ao confirmar que haverá uma revanche. Até a data é emblemática: 28 de dezembro. Grana em caixa.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 15)

8 comentários em “À espera de um benfeitor

  1. GERSON NOGUEIRA,
    essa ajuda de um bicolor ao azulino por aqui agora se torna impossível pelo motivo fundamental desse pessoal azulino ser mau agradecido e petulante. Temos como examplo o ano de 2002 quando a unica vaga na copa norte era so do Paysandu mas o Tourinho fez tudo para coloar o remisto na competição. Tourinho se indispôs com a torcida bicolor e colocou o remista na competição o qual quase elimina o papão. Em troca ttourinho sempre foi perguido pelos azulinos mal agradecidos. outro exemplo é o coroné que ja fez tudo pelo remisto, ajudou esse time a não disputar a segundona do paraense, 2000 , inclusive ajudou o remisto a comprar vaga na serie d 2012 mas hoje o coroné está sendo acusado pela desgraceira remista. isso é que dá ser mau agradecido

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  2. Verdade.
    Esquecem tudo de bom que o Papão faz por eles. eu me lembro que houve uma época que o remisto não tinha grana nem para renovar o registro de sua marca e esta, ficou disponível e mesmo assim o PAPÃO, não quis. tudo para ajudar esse time desfalecido. Não sabem agradecer por isso. Vai chegar um momento que o maior do Norte, não vai mais ajudar.

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  3. Sem transito junto ao governo federal, o atual presidente da CBF começará nos próximos 15 dias a visitar as federações estaduais, num ato de verdadeiro “CAÇADOR” de votos, em favor de Marco Polo Del Nero, candidato natural da situação à presidência da CBF em 2014.

    O Marco Polo Del Nero, precisando de todo e qualquer voto, aproveitou o atual imbróglio envolvendo um filiado de federação, a paraense (e esta vota!), e marcou uma reunião cujo objetivo é não deixar escapar o voto da FPF. A FGF não votará em Del Nero e muitas outras também.

    Então, é questão de saber negociar, apenas isso.

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