Área da Praça do Pescador, às proximidades da feira do Ver-o-Peso, começo da década de 1970. Predomínio de Fuscas e Fusquinhas na paisagem. Vida (ainda) tranquila junto à baía do Guajará.
Dia: 14 de julho, 2013
Os dados ainda estão rolando
Por Gerson Nogueira
Com o desgaste acumulado por vários insucessos nos últimos anos, dentro e fora dos gramados, o Remo encara a partir de amanhã outra semana decisiva e cheia de suspense. A cruzada quase quixotesca dos advogados do torcedor Wendell Figueiredo, buscando garantir a presença do clube na Série D do Campeonato Brasileiro, deve ter um desfecho definitivo.
Os oponentes são poderosos e temíveis. De um lado, a CBF, sua preocupação em não ser derrotada novamente na Justiça Comum, como no ano passado, e ainda a histórica má vontade com o futebol do Pará.
A outra frente é representada pelo STJD, apêndice da entidade, que tomou providências ágeis para limpar a área e impedir que um clube nortista venha a bagunçar o coreto. A condenação, em tempo recorde, ainda precisa ser confirmada pelo Pleno, mas o propósito de intimidar foi atingido.
Arriscar previsões a essa altura é, no mínimo, temerário. Nas redes sociais e nas esquinas da cidade, a empreitada de Figueiredo divide opiniões. Para alguns torcedores, a luta é inútil e arriscada. A maioria, porém, comprou a causa e avalia que o esforço é válido, levando em conta que são alegações pertinentes e legítimas.
Com argumentação centrada no descumprimento de prazos por parte da Federação Rondoniense de Futebol, a ação impetrada pelos advogados Válber Motta e Vanessa Egla obteve liminar em Ananindeua, obrigando a CBF a paralisar os jogos do Genus-RO.
É fato que os prazos de indicação do representante foram solenemente desrespeitados, mas esse trunfo da defesa (na briga de bastidores) foi desfeito na sexta-feira com a cassação da liminar pelo desembargador José Maria do Rosário, do Tribunal de Justiça do Estado.
Para ter força de pressão por uma saída amigável, os advogados precisavam manter o Genus-RO fora de combate. O revés no TJE pode fragilizar a reivindicação azulina junto ao presidente da entidade, José Maria Marin, que aceitou receber dirigentes do Remo nesta segunda-feira, em São Paulo.
Todas as semelhanças com o exemplo do Treze da Paraíba, cuja saga rebelde foi extremamente bem-sucedida no ano passado, caíram por terra diante da decisão do desembargador paraense. Ao contrário do que ocorreu com a ação remista, o clube de Campina Grande foi blindado pela justiça paraibana, conseguindo subjugar a CBF nos tribunais. O êxito do Treze decorreu também do forte engajamento da bancada parlamentar do Estado, situação apenas parcialmente reproduzida em torno do Remo.
No encontro agendado para a capital paulista, a diretoria azulina tentará convencer a CBF a reconsiderar a composição do grupo A1. Em termos práticos, o pleito é de difícil encaminhamento, levando em conta a firme determinação da entidade em manter o clube de Rondônia, mas a aceitação do diálogo já enseja alguma possibilidade de sucesso. O desfecho da conversa pode reservar surpresas.
O certo é que, mesmo que não consiga lograr êxito, o Remo precisa sair mais forte do que entrou nessa queda-de-braço. Como instituição, não pode mais se submeter a vexames e derrotas indignas.
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Insegurança no gol fragiliza o Papão
Com nove pontos na classificação geral da Série B, o Paissandu pode fechar a semana abaixo da 12ª posição. O incômodo foi provocado pelo tropeço em casa diante do São Caetano, na última terça-feira. Na partida, o primeiro gol do Azulão gerou críticas ao estreante goleiro Marcelo e confirmou um velho e conhecido drama do Papão no gol, embora a falha tenha começado pelo descuido do zagueiro Jean, que permitiu a Jael fazer o giro e chutar.
Marcelo, ao ser questionado sobre o lance fatal, saiu-se no melhor estilo Rogério Ceni de ser. Talvez buscando transmitir segurança emocional, rebateu as críticas e ainda disse que só deve satisfações ao técnico e ao treinador de goleiros. Cometeu, sem necessidade, duas escorregadas. Perdeu a chance de assumir o erro na jogada. E se equivocou ao esquecer que, num clube de massa, o torcedor também merece explicações.
De quebra, reabriu o debate sobre a carência do time na posição. Desde Alexandre Fávaro, o Paissandu não conseguiu um goleiro que dê tranquilidade à defesa e passe segurança ao torcedor. Marcelo terá outras chances para se reabilitar, mas precisa corrigir o discurso.
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Bola na Torre
Marcelo Nicácio, centroavante bicolor e herói do empate com o São Caetano, é o convidado do programa. Guilherme Guerreiro apresenta, com participações de Valmir Rodrigues e deste escriba baionense. À meia-noite, na RBATV, logo depois do Pânico na Band.
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Direto do blog
“A crise do maior sempre perturbará os menores. Sem novidade. Galera, agora é momento de prudência e esperar o resultado da suposta reunião. Não confio muito nas informações sobre o caso. Minha perspectiva é que o Remo saia mais forte de toda essa situação”.
De Rosivan Silva, empedernido azulino, confiante em dias melhores.

