Um domingo de poesia

Por Carlos Drummond de Andrade

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

6 comentários em “Um domingo de poesia”

  2. Sim, é verdade, por que as mães morrem? E não adianta se dizer que elas não morrem no seu coração, que elas ficam pra sempre nas lembranças, nos exemplos e em tudo o mais de essencial que representa a figura materna, pois a pergunta segue sem resposta: por que as mães morrem?

    Sim, que vivam as mães!

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  4. Para todos os amigos do blogue cujas mães já se encontram com Deus e para aqueles que estão distantes destas, assim como eu morando fora de Belém e aos que terão a felicidade de abraçarem suas mães “in loco”, desejo um abençoado dia das mães.
    Que Deus e Nossa Senhora de Nazaré esteja sempre nos corações destas que fizeram de tudo e até muito mais para que fôssemos os cidadãos de hoje.Um beijo no coração da minha amada Mãe (Marcionila) que se encontra em Belém. Saudades e muita saúde e alegria! Estendendo a todos blogueiros!

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  5. Um dia pedi a Deus que pudesse ser mãe, e pedia….e perdia….perdia…e pedia….até que um dia, Ele resolveu que estava na hora, e me deu a alegria de ser Mãe. Vi que ser mãe não era apenas o desejo da maternidade, mas o entrelaçar com vidas, cuja responsabilidades ia além da minha imaginação…foi abdicar do emprego, (pavor de deixá-los nas mãos de babás), foi não dormir como nos velhos tempos, foi deixar de ir as baladas, foi até deixar o papai de lado, e tudo valeu a pena, pois hoje tenho dois homens que ainda gritam…..Oh manheeeee, pega minha toalha….

    Feliz dia das Mães…pra mim e pra voce que tem sua mãe no coração.

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  6. Minha Mãe Rosali Eiró Alves …
    Em 1994 partiste do plano terrestre, porém deixaste um legado de firmeza de caráter, trabalho, amor e dedicação à Família. Se estivesses ainda em presença material completarias 70 anos no próximo dia 2 de outubro. A lacuna deixada foi enorme. A dor da perda foi a maior sentida até hoje.
    Depois de algum tempo, porém, a ferida cicatriza, o sofrimento diminui e a consciência da finitude material impõe a acomodação da tristeza.
    Na verdade, a eterna felicidade de ter sido cuidado e cuidar de uma pessoa definitivamente maravilhosa suplanta todo sentimento de ausência.
    Escrevi, quando criança “Mamãe, tu nunca morrerás”… de fato, continuas viva, pois não há um dia sequer que não lembre de Ti.
    Para aqueles que podem abraçar e beijar suas Mães, não poupem carinho: entreguem amor sem parcimônia, riam à vontade, gargalhem bastante, e cuidem daquelas que são a maior representação do desprendimento e da abnegação. Arrumem tempo nessa vida transloucada e imediatista para simplesmente curtir as Mães. Até porque, como dizia Nelson Cavaquinho: “Me dê as flores em vida / O carinho, a mão amiga, Para aliviar meus ais. / Depois que eu me chamar saudade / Não preciso de vaidade / Quero preces e nada mais”
    Feliz todo dia para as Mamães.

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