Botafogo negocia Elkeson por R$ 15 milhões

12246342O clube chinês Guangzhou Evergrande anunciou no último domingo, em sua página na internet, a contratação do atacante Elkeson, do Botafogo, que se apresentará à equipe em 5 de janeiro. Ele foi vendido por 5,7 milhões euros (cerca de R$ 15,6 milhões) na véspera do último jogo do Campeonato Brasileiro, contra o Flamengo. O time asiático só demorou para divulgar o reforço em função da penhora de parte do pagamento dos direitos econômicos de Elkeson, avaliada em cerca de R$ 1 milhão, por uma dívida trabalhista do Botafogo. Maranhense criado no Pará, o ex-botafoguense de 23 anos foi revelado como meio-campista pelo Vitória, da Bahia, em 2010. Em maio do ano seguinte, chegou ao clube carioca, onde ficou no banco de reservas durante um período, até substituir um dos atacantes vendidos pelo clube. (Com informações da Folha de S. Paulo)

A luta de Deus e o Diabo na terra do açaí

Reproduzo, por engraçado e jornalístico, o relato que o repórter Carlos Mendes me encaminhou acerca da primeira aparição de Inri de Indaial em Belém do Pará, em 1982. Na época, acompanhei pelos jornais a saga do malandro Inri, incluindo sua barulhenta prisão. Mendes conta aqui um episódio hilário, que eu desconhecia.

Por Carlos Mendes

Lendo no DIÁRIO de hoje (domingo), a entrevista do folclórico Inri de Indaial, ou Inri Cristo, como queiram, deparei-me com algumas considerações do entrevistado que não revelam tudo o que aconteceu durante a curta e agitada passagem dele pela cidade das Mangueiras, em fevereiro de 1982. Principalmente a escaramuça que houve na Praça Dom Pedro II, onde Inri e Fernando Lúcio Miranda, o “Fernando Arara”, travaram uma guerra de ofensas que quase resvala para as chamadas vias de fato.  

Inri- Divulgacao (1)Deixa eu contar essa estória aqui por mim testemunhada. Eu era frequentador da casa de Fernando Arara, ali na Frei Gil de Vila Nova, atrás do antigo Consulado Americano, na Praça da República, onde ele morava com a mãe, a escritora Lindanor Celina ( quando ela vinha passar férias em Belém, porque morava e lecionava literatura portuguesa em Paris). No dia em que o Fernando Arara, mente tão genial e privilegiada quanto louca (se é que as duas coisas não se fundem e completam), soube que o Inri Cristo estava em Belém e era vedete do programa do Eloy Santos na então TV Guajará, da família Lopo/Conceição Castro, decidiu encarar o “enviado” de Deus e tomar satisfações. Fernando Arara era um provocador nato, que morreu tragicamente, esmagado por uma kombi desgovernada da Sefa, naquela mangueira bem na esquina da D. Pedro com a Jerônimo Pimentel, em frente ao Hospital Geral de Belém (HGB).

Era final de fevereiro e as entrevistas do Inri Cristo no programa do Eloy tiveram uma repercussão estrondosa em toda Belém. Com aquela cara de Cristo ocidentalizado, o Inri falava com convicção que era o próprio filho de Deus e dizia curar cegos, cancerosos e deficientes físicos. Multidões iam para a porta do edifício Manoel Pinto da Silva, onde no penúltimo andar, o 25º, funcionava a TV Guajará canal 4, fechando literalmente o trânsito na confluência da avenida Presidente Vargas com as avenidas Nazaré e Assis de Vasconcelos. Uma loucura total.

Na noite anterior, durante um dos quatro ou cinco programas com a participação do Inri, o próprio “salvador” anunciou que na manhã do dia seguinte iria “libertar” o povo da idolatria e do culto às imagens de santos. Ousadia tentar isso na terra de Nossa Senhora de Nazaré e onde também proliferavam centenas de terreiros de umbanda. Dito e feito. Na manhã do dia 28, a praça Dom Pedro II estava superlotada. Por baixo, havia umas dez mil pessoas. Só o general Barata havia conseguido colocar tanta gente na praça em frente ao Palácio Lauro Sodré, onde funcionava a sede do governo papachibé.

No centro da praça, trepado ao lado da estátua de Dom Pedro, a figura do Inri se destacava. Ele pregava para a multidão, largando o pau na Igreja Católica. Ao lado do amigo Raul Thadeu da Ponte Souza, jornalista dos bons, já falecido, eu anotava tudo o que o Inri Cristo falava. Entre ataques às riquezas dos templos católicos e a demonização de bispos e padres, sob aplausos da turba extasiada, ele preparava-se para caminhar com seus discípulos rumo à Catedral, bem pertinho, para “cumprir a vontade de meu pai”, como dizia à multidão, quando eis que aparece o Fernando Arara, aos gritos, chamando o Inri de impostor.

Arara, quem o conheceu sabe disso, era uma figura quase mítica. Inteligentíssimo, estudante de medicina, sabia de cor todas as músicas de Bob Dylan. Sempre com um violão nas mãos, costumava brindar com Dylan a plateia de intelectuais, músicos, atores, e vagabundos metidos a hippies que frequentavam a escadinha do Teatro da Paz. Barbudo, cara de doido, Arara tinha a aparência do Ian Anderson, o flautista genial da banda de rock irlandesa Jethro Tull. Imaginem agora o Fernando Arara, um ateu fervoroso, frente a frente com Inri Cristo, confrontando-o em uma praça diante de uma multidão de fanáticos.

– “Impostor, farsante, canalha!”, berrava Fernando Arara para Inri Cristo. E completava: “Tu não és Cristo porra nenhuma. Tu és uma fraude!”.

Também furioso, com os olhos esbugalhados, Inri Cristo devolvia as ofensas: “Satanás, Belzebu! Meu pai me avisou que tu virias. Eu já te esperava, demônio. Tu estás a serviço dessa igreja cujo povo vou libertar. Vai embora, demônio!”.

Fernando Arara só não avançou para cima do Inri Cristo para comer o fígado dele, porque o Raul Thadeu agarrou o Arara e o afastou no local. Mesmo a uns 20 metros do Inri Cristo, Arara não parava de gritar: “Estelionatário da fé, vigarista de merda, impostor!”. E o Inri Cristo, rebatendo: “Maldito satanás, vai-te daqui!”. Eu quase estava morrendo de rir. O Raul Thadeu olhava para mim e não dizia nada, só fazia coçar os bigodes a la Salvador Dali.

De repente, não mais que de repente, Inri Cristo gritou para a multidão a palavra de ordem: “Expulsem vocês mesmos o Diabo daqui!”. Ordem dada, ordem cumprida. Ao que ver que se continuasse ali, naquela troca de gentilezas com o missionário do Divino, iria virar churrasquinho de gato na praça, Fernando Arara botou sebo nas canelas e saiu de pinote, no rumo da avenida Portugal, aos gritos de “Pega, pega”. Felizmente, ninguém o pegou.

Rindo, com ar de satisfeito, Inri Cristo, ao ver a tarefa cumprida, sentenciou: “Agora que o demônio foi embora, vamos fazer o que meu pai mandou”. E foram todos para a Igreja da Sé, invadida em segundos . Sob os olhares atônitos do arcebispo Dom Alberto Ramos, imagens de santos foram quebradas e o próprio arcebispo tachado de vendilhão. O resto vocês já sabem. Inri Cristo ficou quinze dias no presídio “São José”, na Praça Amazonas. Fui visitá-lo algumas vezes, como jornalista. E anotei coisas que, outro dia, quando tiver tempo, contarei pra vocês.

O adeus de um grande ator

Morreu nesta segunda-feira, aos 89 anos, o ator americano Charles Durning, indicado duas vezes ao Oscar e astro de filmes como Golpe de Mestre Tootsie. A informação foi publicada nesta terça-feira no site da revista People. Durning, que atuou em mais de 100 filmes e dezenas de programas de televisão, morreu de causas naturais em sua casa. Nascido em uma família irlandesa de 10 filhos em 1923, Durning steve entre os soldados americanos que desembarcaram na Normandia no chamado ‘Dia D’ da II Guerra Mundial. Antes da fama, teve muitos outros trabalhos, como motorista de táxi, pintor e guia turístico. No cinema, seu primeiro grande papel foi o de um policial corrupto em Golpe de Mestre (1973), junto com Robert Redford. Ficou famoso pelo talento para papéis de coadjuvantes que ganhavam grandeza em sua interpretação.

Foi candidato ao Oscar duas vezes, em 1983 por dar vida a um governador em A Melhor Casa Suspeita do Texas e ao ano seguinte por sua interpretação de um nazista na comédia de Mel Brooks Sou ou Não Sou?. Entre seus trabalhos mais lembrados está o do pretendente de Dustin Hoffman em Tootsie. Durning participou também de Um Dia de CãoDick TracyMuppets – O FilmeA Primeira Página e Feriados em Família, entre outros muitos filmes. Ele ganhou um Globo de Ouro como melhor ator em 1991 por sua interpretação de John ‘Honey Fitz’ Fitzgerald no filme para televisão The Kennedys of Massachusetts, assim como um prêmio Tony em 1990 por seu papel de Big Daddy na Broadway em Gata em Teto de Zinco Quente. Foi indicado a vários prêmios Emmy por seus trabalhos na televisão e tem uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. O ator se casou duas vezes e teve três filhos. (Com agência EFE) 

Necas de acordo ortográfico – ainda bem!

Nunca me empolguei com o tal Novo Acordo Ortográfico, pomposamente anunciado há dois anos. O prazo para entregar em vigor seria em janeiro de 2013, mas acaba de ser prorrogado para 2016. Cabe notar que os portugueses, que não são bobos, não deram a mínima para o tal acordo. Espero que em 2016 seja de novo adiado até ser despachado para as calendas gregas. É um cartapácio sem utilidade, professoral e pretensioso, com alterações no idioma que comprometem ainda mais sua compreensão. Parece ter sido feito mais para confundir do que para explicar. Continuo passando longe.

O espírito do Natal

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Natal é recomeço, reencontro, reconciliação. Mais do que a figura do Papai Noel inventado pelos americanos, o espírito natalino tem origem e inspiração cristã. Assim aprendi desde a infância junto a meu pai-avô Juca em Baião e é o que procuro transmitir aos meus filhos, em meio às pressões do mercantilismo. Por acreditar nesses princípios, desejo aos baluartes do blog um Natal de paz, ao lado da família e dos amigos. Passarei ao lado de meus tesouros, e isto é sempre maravilhoso. Que Deus nos abençoe. 

Nem tudo que reluz é craque

Por Gerson Nogueira

Apesar do assombroso poderio mercadológico, o negócio futebol ainda engatinha quanto à avaliação qualitativa de seu produto mais valioso: o atleta. Esta dificuldade tem raiz na própria natureza do esporte, onde nem sempre quem tem mais exposição no noticiário é exatamente quem vale mais. Aprende-se, de maneira primária até, a dar evidência aos artilheiros, pois são os grandes responsáveis pelas vitórias e, por tabela, pela lotação dos estádios.

Acontece que outras posições são tão importantes para o êxito de um time quanto a do goleador. Não é raro também que goleiros, defensores, alas e meio-campistas tenham mais valor de venda do que um atacante de ofício. A distribuição dos jogadores em campo é cada vez mais refém da qualificação técnica. Vai daí que é possível ver equipes que não dependem de atacantes fixos.

O Barcelona, merecidamente apontado como o time da década, não tem na escalação a figura do homem de área. A rigor, não tem esse tipo de jogador, embora ao longo de um jogo possa povoar a área inimiga com até cinco, seis de seus jogadores.

Lionel Messi, o supercraque do momento, trafega por uma faixa de gramado cada vez mais extensa. Não é o único. Cristiano Ronaldo, quase tão bom quanto ele, também mostra fôlego para percorrer quilômetros durante uma partida. Fazem muitos gols, mas não necessitam estar perto das traves adversárias para fazer isso.

Quase sempre, Messi esmera-se em rondar a área, fixa-se pelos lados do campo até o instante de dar o bote, quase sempre arrancando na diagonal para superar marcadores e desfechar o tiro definitivo. Em outros momentos, surge em meio aos zagueiros e resolve a parada com um simples toque. O português do Real Madri é mais atlético e gosta mais do choque, sendo mais frequente sua presença como homem de área.

Não surpreende que no futebol disputadíssimo e de alto nível que a Europa exibe hoje alguns brasileiros sejam coadjuvantes, embora especialistas na posição que mais glórias deu ao Brasil. No Milan, um dos raros clubes de ponta a apreciar o estilo brazuca de jogar, Robinho e Alexandre Pato têm prestígio com a torcida, mas têm resultados recentes dignos de boleiros de segunda linha.

Quando surgiu a notícia de que clubes brasileiros tinham interesse em repatriá-los veio à tona o descompasso entre o preço de mercado e a realidade de campo, a que me referi lá no começo. Pato tem preço em torno de R$ 45 milhões e Robinho é cotado pela metade disso. São valores até módicos para atletas em atividade nos grandes da Europa, mas constituem tremendo exagero diante da baixa produção atual de ambos.

Apesar de jovens, Pato e Robinho têm vasto histórico de lesões, passam muito tempo parados e quando reaparecem não se notabilizam por gols ou atuações decisivas. Pato, desde 2011, jogou somente 25 vezes e marcou meia dúzia de gols. Robinho tem retrospecto proporcionalmente igual: atuou 53 vezes nesse período, anotando 11 vezes. Ainda assim, o carente futebol nacional vive a valorizar esse gênero de jogador, sendo capaz até de desembolsos insanos para “reforçar” seus times.

O caso mais recente é o de Renato Augusto, meia de discretíssima participação no Campeonato Alemão e que já era discreto quando defendia o Flamengo. Corinthians e alguns outros grandes se assanham para contar com ele.

Além de expressar a ausência de critérios de valoração no comércio boleiro, a tendência de repatriamento confirma a entressafra brasileira, principalmente nas funções de criação e finalização.

E assim caminha a humanidade.

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Clubes vacilam, raposas agem

Das mais oportunas a matéria do repórter Taion Almeida, publicada pelo caderno Bola de domingo, sobre as raposas que rondam as divisões dos clubes paraenses. Paissandu, Remo e Tuna são alvos frequentes dessa prática predatória, que às vezes é defendida sob o argumento de que beneficia os atletas. Nada mais enganoso, porém.

Na maioria das vezes, a deficiente estrutura de formação dos clubes é substituída por contratos picaretas que lesam jogadores jovens, muitas vezes com endosso da própria família. A legislação esportiva, que se pretendia libertadora para os boleiros, tornou-se uma cerca baixa para a ação de espertalhões, cada vez mais ávidos em faturar alto com a ignorância das pessoas.

Cabe dizer que nada disso absolve os clubes, cujas categorias de base são um convite para a ação de investidores, procuradores e empresários. Há quem fale em amadorismo, mas infelizmente há também a suspeita de conivência de alguns dirigentes.

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Recesso de dez dias

A bola já parou de rolar, pelo menos a sério, e a coluna também entra em ligeiro recesso pelos próximos dez dias – volta, se Deus quiser, no dia 6 de janeiro de 2013. Deixo aqui votos de feliz Natal e boas festas para os habituais 27 baluartes e simpatizantes sazonais. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda e terça, 24 e 25)

Marin mantém “mensalinho” para Federações

José Maria Marin mantém o mesmo esquema do antecessor Ricardo Teixeira para conseguirapoio irrestrito das federações estaduais de futebol no Brasil e trabalhar tranquilamente na presidência da CBF. A acusação é feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, que relata um “mensalinho” superior a R$ 50 mil para cada uma das entidades. De acordo com a publicação, somente o Rio Grande do Sul se recusa a receber a verba mensal fixa, que atingiu R$ 50 mil pouco antes de Teixeira renunciar e Marin tomar posse, em 8 de março. O valor tinha ficado “congelado” em R$ 30 mil por dois anos e começou com R$ 8 mil em 1993.

O “mensalinho” é descrito nos balanços como “doações” ou “repasses” e representa até 89% da receita total de uma federação, como ocorreu em Sergipe em 2011 – recebeu R$ 1,1 milhão da CBF. No ano passado, a Federação Paranaense foi quem ficou com o maior valor: R$ 1,2 milhão. Outras entidades agraciadas, como as de Alagoas, Roraima, Mato Grosso e Distrito Federal, nem registram seus balanços na internet. Já a federação no Rio Grande do Norte o publica sem mostrar receitas e despesas.

O jornal relata assembleia convocada por Ricardo Teixeira em 29 de fevereiro na qual foi anunciado o aumento do “mensalinho” fixo para R$ 50 mil. O ex-presidente ainda comunicou uma “participação nos lucros” que resultou na distribuição de R$ 100 mil para cada uma das 27 federações. O encontro ainda aprovou a mudança das eleições na CBF para antes da Copa do Mundo de 2014, evitando qualquer influência de um mau resultado da Seleção Brasileira no Mundial.

De acordo com a publicação, a garantia de manutenção da verba fez com que Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Pará, Rio Grande do Sul e Distrito Federal se acalmassem quanto ao fortalecimento de Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e empossado vice-presidente da Região Sudeste na CBF que ganhou até cargo na Fifa.

Rock na madrugada – Stones, Midnight Rambler

Com a participação luxuosa de Mick Taylor, o maior parceiro de guitarra que Keith Richards teve na vida.