Paissandu recebe reforço para a zaga

O Paissandu anunciou no começo da madrugada a chegada do zagueiro Da Silva, novo reforço para a disputa do Campeonato Paraense. Ele desembarcou em Belém à 1h desta quinta-feira e foi recebido pelo diretor de Futebol do clube, Carlinhos Dorneles, pelo assessor de imprensa, Jorge Luiz. Durante o dia, Da Silva vai fazer exames médicos na Curuzu e será apresentado oficialmente somente após a assinatura do contrato.

Nascido em São Paulo, o jogador tem 30 anos e já defendeu vários clubes ao longo da carreira – Anápolis, Noroeste, Sport-PE, Bragantino, Anapolina, Vila Nova-GO, Inter de Santa Maria-RS e Liaoning Hongyun. Por ora, Dorneles não confirmou as anunciadas contratações de Paulão e Junior Ferrim. (Foto: Assessoria de Imprensa/PSC)

Aos trancos e barrancos

Por Gerson Nogueira

O Remo segue arrastando a massa para seus jogos, mas oferece muito pouco em troca. Passou apertado pelo São Raimundo, ontem à noite, mas a torcida ficou grande parte do tempo angustiada, temendo um tropeço. E olha que a equipe santarena apresentou-se de forma quase trôpega, sem qualquer esquematização e ainda cansou no segundo tempo.
Com os mesmos defeitos mostrados na estréia, o Remo se atrapalhou durante os primeiros 45 minutos. Parecia esperar que Juliano construísse as jogadas e Rodrigo Aires cumprisse o papel de artilheiro lá na frente. Perda de tempo. Depois que Joãozinho saiu, embora não estivesse pior que Aires, o ataque ganhou qualidade de passe com Marciano, mas perdeu em velocidade.  
O São Raimundo ofereceu bem menos resistência na marcação que o Águia. Na verdade, o Pantera se limitava a correr e cercar, às vezes apelando para o jogo bruto, mas o Remo ainda assim teve dificuldades para tomar iniciativa e se organizar. É justo dizer, inclusive, que o visitante chegou a ser melhor na troca de passes e tentativas individuais, pelo menos enquanto teve fôlego.

Para o segundo tempo, Sinomar Naves resolveu se espertar e botou Betinho em lugar de Juliano. Foi o que bastou para o meio-campo ganhar dinamismo e passar a fazer pelo menos o básico do básico, que é trocar passes em velocidade. E o próprio Betinho marcou logo aos 6 minutos um gol que deu tranqüilidade e enorme vantagem contra um time esgotado fisicamente.
Acontece que, depois de abrir o placar, o Remo fez aquilo que quase todos os nossos clubes têm como regra obrigatória. Passou a tocar a bola para os lados e até Betinho se bandeou para a lateral-esquerda, confundindo-se às vezes com o lateral Panda.
Mesmo desorganizado, o Remo partia para o ataque e criava oportunidades, que eram desperdiçadas na mesma proporção. Marciano errou o cabeceio diante do goleiro Labilá, Rodrigo Aires chutou em cima de um zagueiro quando a trave estava escancarada.
Por volta dos 25 minutos, Sinomar finalmente tirou o improdutivo Aires e lançou Jaime, que deu rapidez ao ataque, mas repetiu os vacilos de finalização. Perdeu belas oportunidades por exagerar nos dribles. Aos 45 minutos, Panda cruzou e o atacante errou o tiro da entrada da área. E ainda houve tempo para Geison falhar no arremate que daria o empate ao S. Raimundo.
Quando o juiz apitou o final, a torcida festejou a vitória, mas sem aquele entusiasmo confiante que caracteriza os triunfos indiscutíveis e categóricos. Sinomar ainda tem muito trabalho pela frente para dar confiabilidade ao Remo. A estréia de Magnum passa a ser cada vez mais aguardada. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
 
 
Em Cametá, a dupla Cacaio e Rafael Paty mostrou-se novamente afinada. Pelos relatos, a segunda vitória foi mais convincente que a primeira, contra o Paissandu. O time exibe musculatura para crescer ainda mais e deve brigar pelo título do turno. Embora seja cedo ainda, Paty se credencia como principal destaque do torneio até aqui.
Já o campeão Independente repete a trajetória errante do vice Paissandu, com quem se equipara até nos gols sofridos. Precisa se cuidar, pois a competição é de tiro curto e não há muito tempo para recuperação.
 
 
No fim da noite, circulou pela internet a informação – não confirmada – de que o Paissandu estaria acertando os veteranos Júnior Ferrim (ex-Salgueiro e Remo) e Paulão, zagueiro que defendeu o Mogi Mirim. Se verdade, os sinais de desespero começam a se confirmar. 
 
 
Direto do blog
 
“Continuo espantado com esse time do Remo, tão mal treinado pelo Sinomar. Vamos dando tempo ao tempo. Tenho minhas dúvidas. Pela primeira vez, vejo o Águia com amplas chances de levar esse campeonato, a continuarem, Remo e Paissandu, com os técnicos que têm”.
 
De Cláudio Santos, empedernido crítico dos técnicos regionais.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 19)

Remo x S. Raimundo – comentários on-line

REMO 1 x 0 SÃO RAIMUNDO

Estádio Baenão.

Gol: Betinho, aos 6 minutos do 2º tempo.

Remo – Jamilton; Balu, Diego Barros, Juan Sosa e Panda; Felipe Baiano, Adenísio, Aldivan e Juliano; Rodrigo Aires e Joãozinho. Técnico: Sinomar Naves.

São Raimundo – Labilá; Amaral, Evair, Helder e João Paulo; Nilson, Dudu, Fininho e Evandro; Zé Rodrigues e Adriano Miranda. Técnico: Lúcio Santarém.

Árbitro – Edeval Augusto Figueiredo. Auxiliares – Luís Diego Lopes e Isaac da Cunha Araújo.

Papão está no Twitter

A assessoria de imprensa do Paissandu comunica que, a partir de hoje, o Departamento de Comunicação do clube está presente no Twitter com perfil oficial: @AscomPaysandu. Nele, serão postadas informações, fotos e demais conteúdos relacionados ao Papão.

Jogo do S. Francisco teve mais de 4 mil pagantes

A vitória do São Francisco sobre o Paissandu, terça-feira à noite no estádio Barbalhão, teve público de 4.223 pagantes, que proporcionaram arrecadação de R$ 64.225,00. Descontadas as despesas de R$ 21.060,68, restou um saldo de R$ 43.164,32 para o Leão azul santareno. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

A garotada não tem culpa

Por Gerson Nogueira

Que ninguém apareça agora para apedrejar a garotada, como é praxe no futebol paraense sempre que um projeto de valorização da base enfrenta percalços. O Paissandu trilha o caminho certo ao priorizar seus valores caseiros, mas erra na dose, ao utilizar um time excessivamente imaturo no campeonato estadual mais equilibrado dos últimos anos.
Depois do segundo revés, sacramentado ontem, no estádio Barbalhão, soaram de imediato as cornetas de reprovação ao trabalho do técnico Nad. De fato, o time mostra-se desorganizado taticamente, sem jogadas que explorem a velocidade e o fôlego da jovem equipe. Existem vários pontos vulneráveis no setor de marcação e a defesa clama por arrumação.
Nad nunca foi um treinador excepcional, tem suas limitações, mas ouso dizer que não faz menos do que fariam Sérgio Cosme, Roberto Fernandes, Edson Gaúcho ou Andrade, os últimos técnicos do Paissandu. Todos falaram muito, filosofaram à vontade, mas apresentaram baixíssimo rendimento.
Tobias, Bartola, Pikachu, Luan, Neto, Billy, Jairinho, Tiago. Jovens apostas, bons jogadores. Há consenso entre dirigentes e torcedores de que ainda serão extremamente úteis ao Paissandu. Mais que isso: representam uma nova filosofia de gestão do clube. A comissão que manda hoje no futebol acredita, com razão, que a aposta na prata da casa é o melhor caminho para sair do atoleiro.
Em termos financeiros, o time é um dos mais baratos que o Paissandu já montou em todos os tempos. A folha salarial enxuta é a alternativa madura e lógica aos desmandos que imperavam até 2011. Ao longo dos últimos cinco anos, prevaleceu o critério das contratações dispendiosas e resultados pífios.
Quando o campeonato estava por começar, observei que essa política ousada precisava de apoio concreto da torcida para ser levada a cabo. Tropeços iniciais na competição, até previsíveis, poderiam botar tudo a perder. É hora de blindar o projeto que representa a salvação do clube. Mais do que os dois maus resultados importa mesmo é a consolidação de um novo pensamento, que reduz a pó a política antiquada das gastanças irresponsáveis.
Mesmo que Nad venha a ser substituído no comando, como já se cogitava ontem à noite, é fundamental que os princípios estabelecidos pelos novos dirigentes sejam respeitados. Para o bem do Paissandu. 
 
 
Quem foi ao estádio do Souza prestigiar o clássico das Águias teve que esperar os 15 minutos finais para ver futebol empolgante e objetivo. Uma sucessão de ataques de parte a parte assanhou a platéia presente e tirou o jogo da letargia. Beá e Lineker, pela Tuna, criaram pelo menos três agudas situações de gol. No Águia, mais organizado e criativo, Sató, Valdanes, Flamel e Branco deixaram para o final o melhor de seu repertório. Depois de quatro pontadas perigosíssimas, a bola se ofereceu para o dinâmico Valdanes, que não perdoou. Disparou um chute preciso, bem no alvo, liquidando a parada.
Como a partida estava aberta, qualquer lado podia prevalecer. Quis o destino que fosse o Azulão de Marabá. À Tuna, resta o consolo da excelente movimentação de seu setor direito e a certeza de que necessita de reforços, para a defesa e o meio-de-campo. 
 
 
O Remo tem boas possibilidades de se isolar na liderança do turno. Mas, para tanto, precisa derrotar o São Raimundo e as dificuldades enfrentadas contra o Águia não devem ser menores hoje à noite. O alvinegro santareno, que teve uma preparação conturbada, parece já ter se aprumado. O empate no clássico Rai-Fran evidenciou isso.
A entrada de Marciano na vaga de Joãozinho deve ser a única mudança na escalação remista, mas altera bastante a maneira de jogar do time. Com o artilheiro, o ataque terá ritmo mais cadenciado, explorando as triangulações. Contra um oponente que vem fechado, talvez seja a melhor estratégia.   

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 18)