O favoritismo distante

Por Gerson Nogueira

Para quem ainda tem dúvidas quanto à decadência vertiginosa de Remo e Paissandu, basta uma rápida observação dos números das primeiras rodadas dos campeonatos do Sul e do Sudeste. Com exceção do Rio Grande do Sul, onde as equipes interioranas sempre engrossam com a dupla Gre-Nal, nos demais Estados a estréia dos grandes clubes foi um autêntico passeio.
No Rio, todos venceram com folga, sem qualquer susto, sendo que o Flamengo usou um time misto. No Paulistão, onde também há uma reação dos emergentes, o novo São Paulo aplicou categórica surra no Botafogo de Ribeirão Preto.
O panorama começa a mudar à medida que se avança para a parte superior do mapa. Norte e Nordeste têm campeonatos historicamente equilibrados e os grandes não têm vida mansa, embora de vez em quando sempre surja um ou outro saco de pancada.
Talvez esteja aí a grande diferença entre os campeonatos de médio porte e o Parazão. Aqui, nos últimos três anos, o confronto entre a dupla Re-Pa e os times medianos tem sido crescentemente mais parelho, eliminando aquele favoritismo que sempre pendia para o lado das agremiações mais tradicionais. Esse quadro se confirmou no ano passado com o título conquistado pelo Independente.
Neste ano, a situação de equilíbrio se torna ainda mais flagrante. Uma evidência disso é que, disputadas três rodadas, o campeonato não teve nenhuma goleada. O placar mais elástico ocorreu na vitória do Águia sobre o São Raimundo, por 3 a 1, no último domingo.
É improvável que, pelo nível das equipes neste primeiro turno, o cenário se altere ao longo da competição. Não significa, porém, que o torneio seja marcado por um nivelamento qualitativo. As forças se equivalem na precariedade dos times e na ausência de bons valores individuais.
Diante disso, não surpreende que o Paissandu, habitual favorito ao título, tenha atravessado as duas primeiras rodadas sem vencer. O Remo, que faz boa campanha, também não se distancia tecnicamente dos adversários. Vence sempre pela contagem mínima, sem a facilidade de outros tempos. O dado positivo é o indiscutível crescimento dos interioranos, que a cada temporada se mostram mais preparados e menos intimidados pela força dos dinossauros da capital.     
 
 
Magnum deve ser a maior atração do jogo entre Remo e Cametá. Contratado para ser o maestro do meio-de-campo, ainda não está plenamente condicionado, mas deve ser escalado para o segundo tempo. E é bom que corresponda à expectativa e consiga se adaptar ao esquema, pois Sinomar não dispõe de um outro camisa 10 do mesmo nível.
 
 
Para os times que têm chances de classificação, uma conta deve balizar os cálculos: nas últimas edições do campeonato, 10 pontos tem sido a quantidade mínima de pontos para ir às semifinais. Com base nisso, o Remo pode obter seu passaporte no confronto desta noite, em Cametá. O próprio mandante tem chances de se classificar por antecipação, em caso de vitória.
 
 
A surpreendente chegada de Cariri e Douglas Tesouro para reforçar o elenco do Paissandu, depois de idas e vindas ao longo dos últimos dias, confirma a instabilidade ainda reinante no clube. Os atletas são desconhecidos, sem grandes referências e não foram indicados pelo técnico Nad. Teriam sido recomendados por empresários, o que não é um bom sinal.
 
 
Direto do blog
 
“Esse time do Águia vem para ser campeão paraense, se o preparo físico não cair. Só espero que o João Galvão não deixe de lado as quatro contratações prometidas. Precisa de zagueiro experiente, dois meias e um atacante (no mínimo). O Remo que se cuide para não pegar o Águia no primeiro mata-mata da semi-final”.

Claudio Santos, apostando todas as fichas no Azulão marabaense.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 24)

14 comentários em “O favoritismo distante

  1. O Grande problema, Gerson e amigos, é que nos anos anteriores, não tivemos um Peladão, ops, um Parazão tão nivelado, mesmo que por baixo, onde as equipes se equivalem, com o Águia um pouco acima. Logo, penso que 13 pontos será o mínimo necessário para garantir a classificação. Acredito no Águia sim e, volto a dizer: O Remo não ganha esse 1º turno e o Paysandu, sequer chega nas semi finais desse turno.
    – É a minha opinião.

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  2. Apenas uma observação ínfima, o Fluminense não usou nem o time misto. Foi só reserva mesmo.

    P.S. O Payssandú infelizmente virou uma galhofa. É uma piada pronta. Um conselho ao Douglas Tesouro. Não se misture com essa gentalha!

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  3. amigo Claudio Santos, me diga por favor os seis numeros da mega-sena .Num campeonato tão nivelado é muito arriscado se fazer uma previsão,com a maioria dos clubes ainda em formação.

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  4. Sempre que se começa uma competição,também começam a aparecer os videntes fanáticos que com seus comentários só fazem eu ter a certeza de que não é só nosso futebol que está nivelado por baixo.

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  5. Não sabia que além de técnico, e comentarista, o nosso amigo Cláudio Santos agora também é pai de santo. rs.
    Ora, é claro que o Remo não possui uma maravilha de time, mas tem uma defesa de qualidade, um meio campo que ainda não é o ideal, mas que, com a chegada do Magnum tende a melhorar muito, e o ataque, se não é matador(como se costuma dizer), pelo menos não é o pior do campeonato, visto que o Joãozinho não é nenhum perna de pau e o Marciano pode sim ser a solução para a falta de gols, basta melhorar o entrosamento e a parte física. Quanto ao maior adversário do Leão, acredito que possui um bom time ainda que em formação, pois tem jovens valores que irão dar muito trabalho aos demais times, claro que o Paysandú deve mesclar a garotada com contratações pontuais que elevem o nível de maturidade do time.

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  6. O amigo claudio é contrário a atual diretoria do Clube do Remo , seu candidato levou peia na eleição passada, e com isso ele leva esse ranço para seus comentarios, vamos dar um desconto.

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  7. Meu time é hoje talvez o menos qualificado do campeonato (?) paraense, mas os outros sete não são nenhuma maravilha.

    Esse talvez venha a se transformar no pior campeonato paraense de todos os tempos (justamente o 100º), onde o líder isolado ganhou os três jogos com dois gols de bola oarada e um de contra-ataque nascido de um chutão e que contou a trapalhada do zagueiro com o goleiro do time adversário, levando sufoco para garantir os placares.

    A torcida paraense merece alguém bem melhor do que está lhe sendo oferecido.É duro!

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  8. Rogério, salvo quanto à defesa do Remo, estou de acordo com a sua opinião, inclusive no que diz respeito ao time do maior rival. Mas, de fato, os dois grandes vêm jogando um péssimo futebol, até agora, e por isto estão longe inspirar favoritismo. Aliás, mesmo que mantenha a ponta até a decisão do primeiro turno, o Remo, ainda assim, muito dificilmente conseguirá inspirar favoritismo. Todavia, afinal, o que vai importar mesmo, a curto prazo é que ele consiga garantir o primeiro turno, mesmo sem favoritismo. Aí, quem sabe, com o segundo semestre garantido, não chegue a vez Dele dar um outro passo e elevar um pouquinho o nível das contratações. Nesta economia de ponta de lenço, me parece que é só o que dá pra fazer.

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  9. Gerson, realmente nos últimos campeonatos o equilíbrio entre as equipes foi evidente, nivelado por baixo. As equipes do interior passaram a ter preparo melhor e os “grandes” pior, mas acho que tem um outro diferecial a ser levado em conta, que é, a arbitragem, que melhorou bastante apesar de ainda encontramos uns despreparados e outros apaixonados apitando jogos.

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  10. Realmente este é o pior campeonato paraense desses 100 anos. Só vi 15 minutos de um jogo do Remo, por isso minha opinião pode ser considerada míope. Esse time azulino se iguala em ruindade aos demais. Nesse pouco tempo que vi, o Betinho errou muitos passes e não me passou a qualidade cantada em verso e prosa pela imprensa. De resto, me passou ser um time igual aos outros: ruim. Quanto ao Paysandu, que assisti a todos os jogos até aqui, também mostrou ser bem fraco competitivamente. Mas parece que se for bem treinado (com um tempo mínimo) pode vir a dar caldo e – conforme o técnico – ser um time rápido. Mas não para esse campeonato. Quem sabe em 2013.

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  11. Realmente este é o pior campeonato paraense desses 100 anos. Só vi 15 minutos de um jogo do Remo, por isso minha opinião pode ser considerada míope. Esse time azulino se iguala em ruindade aos demais. Nesse pouco tempo que vi, o Betinho errou muitos passes e não me passou a qualidade cantada em verso e prosa pela imprensa. De resto, me passou ser um time igual aos outros: ruim. Quanto ao Paysandu, que assisti a todos os jogos até aqui, também mostrou ser bem fraco competitivamente. Mas parece que se for bem treinado (com um tempo mínimo) pode vir a dar caldo e – conforme o técnico – ser um time rápido. Mas não para esse campeonato. Quem sabe em 2013.

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  12. Gerson, aproveitando o momento do interior e a for¢a da Clube e indo de encontro ao separatismo, que continua a espreita, que tal aproveitar uma ida a Santarem ou Maraba e emendar uma ” Turma do bate papo” direto de la com convidados locais, jornalistas e atletas, e do time da capital? E o ” Camisa 13″, tem urna por la? Na verdade, nem sei se ja nao rolou algo assim.

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    1. Grande sacada, amigo Maurício. Repassarei ao Guerreiro sua sugestão, pois o divisionismo está só à espreita e precisamos fazer o que estiver ao nosso alcance para manter esta gente unida.

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  13. Amigos, Sérgio, Wagner e Antônio, os meus candidatos a Presidência, tanto para Remo, como para Paysandu, sempre serão os que eu penso serem melhores para esses 2 clubes. Vamos dar tempo ao tempo e, veremos se tenho razão, ou não. Uma coisa é certa, apesar de meus posicionamentos em relação a esses 2 clubes, nunca torcerei contra eles, apenas estou sendo realista.

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