Ingressos a preços irreais

Por Gerson Nogueira

A média de público do Campeonato Paraense, que já não era lá essas coisas, desabou em praticamente 30% no ano passado, por força da má qualidade dos times montados por Remo e Paissandu e também pelos efeitos do televisionamento dos jogos disputados em Belém.
E aí, quando todo mundo esperava que os clubes se preparassem para enfrentar esse êxodo do torcedor montando equipes mais competitivas e buscando maneiras de tornar suas apresentações mais atraentes, eis que o Paissandu anuncia que cobrará R$ 20,00 nas partidas do Campeonato Paraense contra adversários medianos. A partir disso, imagina-se que nos clássicos com o Remo o valor do ingresso pode alcançar absurdos R$ 30,00. 
Como era previsível, a reação da torcida foi a mais negativa possível. O alto preço cobrado soa quase como deboche se for levado em conta o pífio desempenho do Paissandu ao longo da temporada passada, quando estacionou na Série C e deixou escapar o tricampeonato estadual para o Independente Tucuruí. 
Mais modesto nas pretensões de faturamento, o Remo estabeleceu o preço em R$ 15,00. Apesar de menos salgado que os ingressos do rival, o valor continua muito acima da realidade do futebol praticado hoje no Pará e não premia a fidelidade da torcida azulina, que não arredou pé nem mesmo com as seguidas decepções proporcionadas pelo time.
Concretamente, essa súbita inflação nos bilhetes para o certame estadual, aliada à transmissão dos jogos da dupla Re-Pa, vai contribuir para esvaziar ainda mais os estádios da capital. A não ser que as campanhas surpreendam e empolguem – cenário improvável diante dos times desenhados no momento –, este será o campeonato dos estádios vazios.
Custo a crer que a ausência do torcedor interesse a alguém. Dirigentes, patrocinadores, FPF e o próprio governo sabem que o êxito do negócio depende diretamente da participação da torcida. O estranho é que ninguém tenha observado que, com tantos fatores negativos a superar, o melhor caminho era baratear os ingressos. Pela cotação das ruas, R$ 10,00 ficaria de bom tamanho.  
 
 
A possível transferência de Montillo para Corinthians ou São Paulo adquire contornos de principal negociação da temporada. Negócio típico da atual entressafra de craques. Habilidoso, sem ser excepcional, o meia-atacante destacou-se no Cruzeiro em 2010 e fez campanha apenas razoável no ano passado. Ainda assim, o crescente interesse dos clubes paulistas inflacionou o custo do negócio, com cifra bem acima do que o jogador realmente vale. 
Na prolongada crise de qualidade que se abate sobre o futebol disputado no Brasil, a busca por reforços se concentra cada vez mais em jogadores de nível apenas mediano. A baixa safra de craques barateia o produto nacional na mesma proporção em que põe nas alturas a pé-de-obra estrangeira. Fato acentuado pelos valores mais acessíveis cobrados por boleiros sul-americanos. Curiosamente, pelo menos quanto aos argentinos, são jogadores praticamente desconhecidos em seu próprio país.
Desde que o craque Carlito Tévez virou ídolo corintiano em 2005, o Brasil se despiu dos preconceitos e abriu em definitivo os olhos para as vantagens de garimpar reforços na Argentina. Logo em seguida, D’Alessandro caiu nas graças da torcida do Internacional. E, em 2010, Conca foi eleito o melhor jogador do Campeonato Brasileiro e rendeu, em seguida, ao Fluminense um negócio literalmente da China. Montillo confirma a tendência e é a bola da vez. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 06) 

16 comentários em “Ingressos a preços irreais

  1. Como o PSC pode querer cobrar 20 reais, para assistir o atual time do PSC no parazão, se o mesmo nem time competitivo tem. Ano passado eram cobrados, exatamente este valor e o que é que nos vimos, os jogos do PSC com pouco público, devido ao valor excessivo do ingresso, além do jogo ser televisionado pela tv cultura.
    Sinceramente, mais um vez o nosso clube ficará a ver navios neste ano de 2012, com uma diretoria retrograda e com um presidente incompetente, onde o amadorismo impera mais do que a razão e o profissionalismo.

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  2. Com mais esse empurrãozinho dos dirigentes e do governo,Belém se aproxima ainda mais no sentido futebolistico de Manaus,onde a torcida há muito tempo pouco comparece aos jogos dos seus times.

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  3. Um estudo mais coerente deveria levar em conta o efeito negativo do televisionamento direto para os locais das partidas. Infelizmente, Remo e Paysandu não falam a mesma língua quando se trata de defender interesses comuns. Somente os dois juntos (os outros viriam por decantação) podem persuadir o Governo do Estado a mudar esta clausula esdrúxula e danosa a saúde financeira dos clubes.

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  4. Concordo com o amigo Gerson. Como se cobra 20 reais sem TV e, querer cobrar o mesmo valor, com TV? Não dá.
    – Continuo dizendo que esse patrocínio do Governo, é a galinha dos ovos de ouro do futebol Paraense, mas pra quem tem visão.
    – Vejam:
    1- No Remo, o HG disse que vai pagar os atrasados, com a renda do 1º jogo.Pode?
    2- No Paysandu, o Zé Augusto não quer mais redução salarial, pois não pagam., mesmo ele reduzindo. Pode?

    -Enquanto isso, o Tourinho, na Tuna, antes de montar o seu elenco, definiu primeiramente(e, corretamente) o orçamento que vai trabalhar, para ser campeão e, correu atrás de empresas, para bancarem esse orçamento e, já conseguiu 2: Vale do Rio Doce e Big Ben. Vejam se ele vai se queixar de público, mesmo quando jogar com Remo e Paysandu.Duvido.
    – Então, dirigentes do futebol Paraense, Lápis e Papel na mão, as aulas do Professor Tourinho, Já começaram. Aprendam a ser, competentes, a hora, é agora e, é de graça.
    – Te dizer….

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  5. E ainda se acredita que rendas dos jogos representa uma grande parte da receita dos clubes. Servem apenas para proporcionar a alegria de alguns espertalhões, inclusive e principalmente dentro dos próprios clubes.

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  6. Sr. Cláudio Santos

    E qual foi o acerto, o senhor poderia informar, por favor?

    Gozado… leio o Diário e ouço a PRC5 diariamente e não li nem ouvi nada a respeito.

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  7. Vai começar o “milionário” campeonato paraense, fora o RexPa jogos com 100 (cem) torcedores , estádios sem a mínima condição e finalmente um desfile de pernas de pau de fazer inveja.Estão matando o futebol paraense. A pensar que por aqui ja desfilaram Amoroso, Alcino,Julio Cesar,Dario,Chico Spina e etc.Triste fim

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  8. Pô se o LOp aceitou a transmissão para os locais dos jogos é uma loucura total cobrar ingressos a 20 reais, pra assitir um futebol de 5ª e sem nem sequer poder tomar uma cervejinha.

    a média de público para os jogos do papão vai ser baixíssima e futebol vai perder seu maior encanto que é a participação da torcida.

    esse contrato é uma assassinato lento e premeditado do futebol paraense. uma loucura, um tiro no pé.

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  9. FALANDO SÉRIO,
    Atenção Senhor Gerson e todos vocês que leram essa reportagem é postaram comentários a sobre isso neste BLOG: O verdadeiro sentido deste valor absurdo de preço de ingresso no paraense 2012 é simplesmente visar os RExPA no qual esse dirigentes estão com idéia fixa ha muito tempo que campeonato paraense se resume somente a REXPA REXPA e mais nada. Ou seja, através de um desrespeito total aos outros participantes, essas caricaturas de dirigentes de REMO e Paysandu, com uma ajudinha da FPF criam tabela imaginária no campeonato paraense a apartir da tabela oficial da federação, em cuja imaginação deles o campeonato paraense terá os 3,4,5 jogos REXPA previstos na tabela oficial, onde eles pensam equivocadamente, que é so eles que estão disputando a competição, os outros times não tem condição de chegar e assim poderão disputar todos esses clássicos e nadarem no dinheiro. Daí vem depois a triste realidade dos últimos tempos, onde a TUNA, não tem conseguido sequer vaga neste campeonato, o REMO não ganha um turno sequer deste campenato ha 3 anos, por mais incrível que possa parecer, e o Paysandu deixou o Independente, um time desprezados desses do interior, ganhar o campeonato de 2011 e quebrar um tabu de 100 anos. Então na minha modesta opinião, alem da ignorância e despreparo desses dirigentes, da incompetência, do pensar grande e pequeno no momento errado e da falta de profissionalismo, ainda impera, no meu modo de ver, o desrespeito aos adversários. Lembrem que Hamilton do REMO Hamilton Gualberto, falou em alto e bom som em todas as emissoras de rádio de Belém, antes mesmo de assumir o REMO todo esculhambado, que em 2012 ele tinha a certeza de pelo menos 3 REXPA nas semi finais e 2 na decisão, ou seja , a certeza de 5 REXPA neste campeonato 2012. Jó o outro aLOPrado do Paysandu concordou com ele e disse que o campeonato deveria ser so REXPA. Daí entendemos que não por acaso, o nosso futebol está entrando em decadência em queda livre a cada ano ( a TUNA já está fora do paraense e de nacionais ha muito tempo, O REMO, não ganha vaga no nacional e um turno de paraense a 3 anos, o Paysandu pelo jeito tá com indereço certo na quarta divisão em 2012 e em 2011 o titulo paraense foi para o interior) e não retornará aos seus bons tempos enquanto imperarem nele esses senhores, que mesmo com todo o repeito que devemos ter aos idosos, mas digo que estes que tem dirigido os nossos clubes de Belém nos últimos tempos, nada tem acrescentado de inovação para engrandecimento e so têm mesmo acelerado esta decadência.

    Um bom final de semana a todos

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  10. Sinceramente penso que o preço do ingresso para o futebol não está alto. Trata-se de um evento de grande investimento.
    O que deveria ter sido feito era se preocuparem em promover outras fontes de renda, como, p. ex., a atração do associado em massa, que por si só seria a maior arrecadação de uma agremiação de futebol; em segundo as publicidades, e só em último a bilheteria.

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