Até a rodada do último domingo, os representantes paraenses na Série C não podiam se queixar de prejuízos causados pelas arbitragens. Não que tenhamos juízes de primeira linha em todos os jogos. Longe disso. Acontece que, por sorte ou mera coincidência, os erros não têm sido grosseiros a ponto de alterar resultados.
A exceção ocorreu no jogo do Águia contra o Rio Branco. As imagens confirmam a impressão inicial de que o time paraense foi mesmo garfado na Arena da Floresta. A falta sobre Rodrigão pode até ter acontecido, vá lá que seja, mas no mesmo lance houve primeiro um puxão na camisa de um beque (Carlão) marabaense.
Velho calo a atormentar nossos times em momentos mais agudos em qualquer competição nacional, a arbitragem acabou pendendo para o lado dos donos da casa, prejudicando o representante paraense. João Galvão reclamou bastante também dos auxiliares, que, segundo ele, pareciam aquele personagem antigo de Jô Soares, que vivia com o braço engessado.
Nada disso, porém, exclui a responsabilidade aguiana em relação ao andamento do jogo. Com a vantagem de um homem a mais durante quase todo o segundo tempo, conseguiu empatar, através de Marquinhos Marabá, e poderia ter sido mais resoluto na busca do gol da vitória.
Teve chances, mas acabou deixando o tempo passar, conformando-se com o empate, resultado que parecia inevitável até o momento da lambança na área, aos 46 minutos.
O certo é que, para desprazer de sua torcida, o Águia deixou no Acre a liderança do grupo, recolocou o Rio Branco na disputa e ganhou sérios obstáculos para uma classificação que era quase certa depois da vitória sobre o Paissandu.
Nem tudo está perdido, as possibilidades permanecem vivas e o time só depende de seu próprio esforço, mas terá que superar o Araguaína, em Marabá, e buscar pontos fora de casa na última rodada desta fase. O jogo final é contra o Luverdense, concorrente direto por uma vaga e um time cascudo, como se sabe.
Acostumado a se superar, o Águia pode obter o resultado que lhe interessa, mas, para isso, será preciso que seu ataque volte a funcionar. Mendes, seu grande reforço, principalmente.
Boa opção para os times paraenses, sempre necessitados de um meia-armador que saiba lançar e finalize bem. Edu Chiquita, que ajudou a afundar o Paissandu aqui jogando pelo Salgueiro no ano passado, acaba de ser dispensado pelo Carcará e vai disputar a Copa União pelo Imperatriz (MA). A não ser que tenha desaprendido, encaixaria direitinho na meiúca de Paissandu, Águia, São Raimundo, Independente e até do Remo.
Outro nome que chegou a ser namorado pelo Paissandu também estreou em plagas maranhenses, e fazendo gol. Trata-se do veterano Kleber Pereira (ex-Atlético-PR, Santos e Internacional), que está no Moto Clube e fez a promessa de que pendura as chuteiras em dezembro.
Direto do blog
Do Claudio Santos, técnico do Columbia de Val-de-Cans e remista entediado: “Parabéns aos torcedores do Papão pelo espetáculo nos estádios. Agora, essa do LOP colocar a culpa no melhor parceiro dele (TV Cultura). Te dizer…. Nunca vi isso.”
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 31)