Chega com razoável atraso a cruzada das federações estaduais contra a Série D. A verdade é que a competição nem deveria ter sido criada. Sem se dar ao trabalho de fazer um estudo de viabilidade do torneio, a CBF teimosamente instituiu na marra a quarta divisão, despojada das condições mínimas necessárias para sua sobrevivência.
Nas duas edições iniciais, 2009 e 2010, o torneio apresentou baixíssimo nível técnico e sofreu crescente esvaziamento, causado pela pindaíba financeira dos clubes disputantes. Mantidos a pão e água pela CBF, os 40 participantes da D têm sido obrigados a enfrentar viagens penosas, dificuldades de hospedagem e estádios em péssimo estado.
A torcida, que não é besta, foge dos jogos como o capeta da cruz. Nesses tempos de transmissão ao vivo de grandes clássicos europeus pela TV a cabo, ninguém perde tempo pagando para ver as peladas da quarta divisão. Resulta daí um quadro geral de penúria e prejuízo, com partidas assistidas geralmente por testemunhas. Só há público nos jogos de times de maior tradição e torcida, como Remo e Santa Cruz.
Como não costuma jogar dinheiro fora e detesta ser associada a fracassos, a CBF estimula discretamente a movimentação dos presidentes de federações, capitaneados pelo pernambucano Carlos Alberto Oliveira, para ver se sai dessa sem maiores arranhões de imagem.
Diante da cobrança pelo fim da competição, Ricardo Teixeira mostrou-se compreensivo e sensível à reivindicação. Está mais do que óbvio que a Série D já é carta fora do baralho a partir de 2012, mas inda existem dúvidas sobre o acesso à Série C dos clubes tradicionais, como Santa Cruz, ou abaixo dele, como o Remo. Toda a preocupação dos dirigentes gira em torno do resgate dessas agremiações, cujas torcidas apaixonadas lotam estádios e não suportam permanecer no atoleiro.
O mais provável é que a CBF utilize o ranking nacional de clubes como critério para reestruturar a nova Série C. Santa Cruz é 22º, Remo é 27º. Para os clubes, a notícia é alvissareira. No Coral pernambucano, há um projeto de ressurreição em marcha, com várias ações em desenvolvimento para sanear o clube.
No Remo, que ainda batalha para retornar à Série D 2011, o esforço é mais dramático e lento. Com as finanças alquebradas por duas gestões desastrosas, a diretoria que assumiu em janeiro tenta salvar a temporada e reanimar o torcedor, cabreiro após dois anos sem títulos. Caso se confirme o milagre da volta à Série C em 2012, o principal desafio será evitar cair novamente em desgraça.
O Independente, em crise neste returno, é o adversário ideal para o Paissandu depois da eliminação na Copa do Brasil e dos desdobramentos do insucesso. Por mais respeito que o time de Tucuruí mereça, certamente não oferecerá maior resistência dentro da Curuzu. É jogo sob medida para a dupla Rafael Oliveira-Mendes quebrar o jejum de gols.
(Coluna publicada no Bola/DIÁRIO, edição de domingo, 10)
EMBORA eu seja contrário a essas manobras, tenho cá pra mim que o Remo dessa vez não decepcionará, segurando essa oportunidade. Mas, primeiro deve fazer por merecer a D e vencê-la.
Há aí uma lição (ainda que ele possa estar nem aí) ao presidente da nossa Federação, que não se move a favor de nossos clubes.
Um baita de um domingo a todos.
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GERSON, desculpe sair do foco do post, mais uma vez. É que li no blog Vermelho de Paixão uma notícia interessante. É esta:
“O superintente de futebol Sérgio Papellin viaja na próxima segunda-feira para Belém/PA com a missão de conversar com o presidente da Federação Paraense de Futebol para tentar viabilizar a realização de um torneio no final de junho e início de julho, que envolveria as equipes do Remo, Paysandu, América, Fortaleza e Santa Cruz. (Vermelho de Paixão)”.
Obrigado!
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Caro Valentim, acho que seria uma boa, até para testar esses times para os campeonatos brasileiros – embora o Remo ainda esteja buscando vaga.
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Mesmo com essa ajudinha, acredito Remo e Santa Cruz ainda vão amargar muitos anos na 3ª divisão. Descer ladeira abaixo é muito mais facil do que subir a ladeira.
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É amigo Gerson, meu PC foi para o espaço. ainda bem que hoje, tenho o notbook da minha filha(de onde estou postando) e o meu celular, pra não me deixarem mais na mão.
– Quanto ao jogo do Paysandu, acredito que o papão vença e bem. A respeito desse torneio a que se refere o amigo Valentin, se o Remo se classificar para a série D, penso ser uma boa para os dois.
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Só lembrando Gerson que o remo teve apenas a 4ªmédia de publico na serie D , ficando atras de Santa Cruz, Central e até do ASA.
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Mas com aquela campanha chinfrim, Andréia… francamente, foi até sorte ter a quarta média…
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Concordo com o Sr., apesar do remo não ter passado nem da segunda fase, salvo engano.
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Continuo achando que a série B deve ter 32 times para que o acesso do Ceará não custe a queda Fortaleza, o do ABC a do América, o do Santa Cruz a do Náutico e o do Remo a do Paysandu e vice versa. A série B precisa de clássicos regionais, chega de jogar contra Prudente, Ipatinga, Ituano e etc.
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