Remo cede dois juniores ao Vitória

Sem chances com o técnico Paulo Comelli, o Remo liberou para o Vitória-BA, por empréstimo (com prioridade de compra) de três meses, os juniores Jaime (18 anos) e Joãozinho (17). Jaime, que chegou a ser usado no ataque remista no primeiro turno, tem contrato com o clube até 2015, com multa rescisória de R$ 1 milhão. Já o zagueiro Joãozinho tem contrato até 2012, com multa rescisória de R$ 300 mil.

Pensata: Folha e Globo querem lulismo sem Lula

Por Rodrigo Vianna, do blog Escrevinhador

A estratégia da velha mídia parece cada vez mais evidente: diante da força de Lula (que tem o carisma e a história recente) e de Dilma (que tem o poder e o apoio de Lula), procura-se fraturar o lulismo. A idéia é abrir uma cunha entre os dois. A operação está clara desde os primeiros dias do governo Dilma:

– elogios à postura de “estadista” de Dilma (“discreta”) em contraposição ao “populismo” de Lula;

– elogios à forma como Dilma conduziu a política econômica (aumento de juros, freio nos salários, corte de gastos), de forma “responsável”, em contraposição à “gastança” de Lula;

– elogios à “nova política externa” de Patriota, em contraposição à dupla Amorim/Lula.

Editoriais elogiosos foram a face visível dessa operação. A face invisível são conversas ocorridas nos bastidores – conversas que têm como objetivo aproximar Dilma da velha mídia (por isso, ela foi à festa da “Folha”, por isso ela almoçou com a direção da Globo depois de participar do Ana Maria Braga). Dilma mandou o recado: quero normalizar as relações com vocês. A velha mídia aceitou a sinalização. Vê com bons olhos o movimento, porque em algum momento precisará da força do governo para se contrapor à grana das teles. Sem apoio político, Globo+Abril+Uol não fazem frente às teles. Por isso, o jogo está sendo jogado, com suavidade. Aceita-se Dilma, e tenta-se vender a idéia de que Dilma é um lulismo melhorado. É um lulismo sem Lula.

Ok. Mas a velha mídia não brinca em serviço: enquanto afaga Dilma, ataca Lula.  A matéria de “Época” foi apenas o ensaio do que virá por aí. Sem o poder, imaginam os barões da velha mídia, Lula não terá como reagir. Imaginam, também, que Dilma não saírá em defesa do líder, deixará que ele se defenda sozinho. A estratégia é descontruir Lula agora. Tolerar Dilma. Mais à frente, se necessário, parte-se contra Dilma. Aécio estará à espreita, preparado para entrar no jogo. A movimentação na oposição mostra que a vez será de Aécio em 2014. Os outros sofrem…

– Serra está sob pressão. Alckmin quer empurrá-lo para a Prefeitura em 2012. Se aceitar, Serra terá contra si a pecha de assumir mandato e largar pelo caminho (como fez em 2006, largando a Prefeitura para concorrer ao governo). Se não concorrer, não terá máquina para se contrapor ao alckmismo em São Paulo.

– Alckminn tem que lutar pela sucessão em 2014; enfrentará PT e ainda Kassab (que pode fazer jogo duplo – apoio do lulismo e do serrismo por baixo do pano).

Aécio é quem tem a casa mais arrumada. Anastasia é bom gestor, afinado com Aécio. Não há disputa em Minas. Resta a Aécio convencer a classe dominante brasileira de que ele pode gerir o país. Há quem não goste do jeito “collorido” do mineiro – afeito às festas e às aventuras amorosas. Se Aécio se mostrar confiável, terá o apoio da velha mídia. Do contrário, o plano parece ser capturar Dilma para um lulismo sem Lula. Os colunistas de jornal acreditam tanto nisso que chegaram a brigar para manter Agnelli (desafeto de Lula) na Vale. Como seria impossível, contentaram-se em “nomear” Tito Martins para o cargo. A Folha deu como certo que ele era o nome para comandar a mineradora no lugar do Agnelli. Dilma agiu por outros caminhos. Nomeou Murilo Ferreira para o cargo. Parece que a família Marinho e os Frias não mandam como gostariam no governo de Dilma. Eles queriam lulismo sem Lula e dilmismo sem Dilma. Não terão nem um nem outro.

Fávaro é dúvida para jogo contra o Bahia

A possibilidade de um desfalque inesperado preocupa o técnico Sérgio Cosme. O goleiro Alexandre Fávaro, que saiu contundido do jogo com o Castanhal no sábado à noite, é dúvida para o confronto decisivo de hoje contra o Bahia, em Salvador. Ele foi poupado dos treinos de ontem à tarde e, segundo o departamento médico do clube, continua em observação. A informação foi repassada pelo amigo Guilherme Guerreiro, da Rádio Clube.

Coluna: Os caminhos do coração

Jovens são apressados e naturalmente impacientes, sabemos bem disso. O rock já expôs, em cores vivas, ídolos que levavam ao pé da letra o conceito de urgência radical. Há uma geração de torcedores surgida nos últimos 20 anos que tem muita pressa, que cobra resultados e não perde tempo acumulando frustração. Esse novíssimo torcedor representa um tremendo dilema para os clubes que se divorciaram das vitórias, habituando-se a chegar e não levar ou – pior ainda – a nem chegar.
Essa realidade aponta para um divórcio inevitável: os times podem se acostumar com as derrotas, mas os torcedores tomarão outro rumo. É improvável que deixem de cultuar a bandeira de origem, mas transformam rapidamente o sentimento em amor puramente platônico, dedicando atenção maior aos novos objetos de admiração. 
O distanciamento da paixão local conduz à preferência por clubes de outros Estados ou até países, como a atual febre que se alastra em todo o mundo em torno de agremiações européias. Barcelona, Real Madri, Manchester e Milan são grifes de alcance mundial, muito pela força de suas conquistas e super exposição na mídia, mas também pelas frustrações represadas de torcidas que desaprenderam a ganhar e cansaram de perder sempre.
No passado, por absoluta falta de alternativas, o sujeito até conseguia ficar preso a uma paixão solitária, cultivada desde a infância por influência dos pais. Hoje, no apogeu da era digital, com a facilidade de acesso à informação e a quebra das barreiras geográficas, torcer pelo Real Madri ou pelo Milan tornou-se hábito tão natural (e próximo) para o garoto da Cremação quanto para os moleques de Madri ou Milão.
Claro que há um oceano a nos separar dos gigantes europeus, mas o fervor ganha asas com as transmissões ao vivo de jogos de La Liga, do certame italiano e da Premier League. De certa forma, é até mais fácil acompanhar a campanha desses times quanto a dos clubes paraenses. E uma cruel diferença estética se estabelece: o glamour dos jogos, quase cinematográficos diante da produção mambembe do nosso campeonato.
Sim, ainda há luz no fim do minhocão: a identificação com a história dos clubes paraenses alimenta a rivalidade centenária e passa como herança de pais para filhos. Mas, para não perder o amor dos jovens, Remo e Paissandu precisam rever conceitos e entender que no futebol (e na vida) não há paixão que resista a tantas decepções. Ainda há tempo.
 
Quem diria que Alisson, de rejeitado nos primeiros momentos, viraria figura indispensável ao esquema de Sérgio Cosme? Pois a escalação do meio-campo para o jogo decisivo com o Bahia, hoje à noite, terá Alisson e mais três. Dois são conhecidos: Alexandre Carioca e Billy. Mas o parceiro de Alisson na armação ainda é uma incógnita. Alex Oliveira é o mais cotado, mas Marquinhos e Martín Cortez também disputam a posição. Tudo porque Alisson mostrou regularidade e disciplina tática desde que entrou na equipe, virtudes que faltam a Alex. No ataque, Héliton só não entra jogando se Cosme adotar Dunga como guru. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 6)