Pantera derruba Leão por 3 a 1

Não podia ter sido pior a estreia do Remo no returno do Parazão. Com grande atuação, o São Raimundo venceu por 3 a 1 a partida deste domingo no estádio Barbalhão, em Santarém, assumindo a liderança da competição. O time de Charles Guerreiro saiu em desvantagem, sofrendo um gol de Wellington Silva logo aos 10 minutos. O atacante recebeu lançamento longo de Tiaguinho e de fora da área encobriu Labilá, que saiu precipitadamente do gol.

O São Raimundo não se abalou com o gol e passou a dominar o meio-de-campo, criando várias seguidas oportunidades de gol. O Remo parecia satisfeito com a vantagem parcial e se limitava a tocar bola no meio-campo, diminuindo as tentativas de ataque. Aos 22 minutos, Leandro Guerreiro recebeu bola na entrada da área, livrou-se da marcação e bateu forte, à meia altura, para empatar a partida. Logo em seguida, o próprio Leandro desperdiçou grande chance e Renato Medeiros chutou no canto, mas Rafael Morisco evitou o gol.

Para o segundo tempo, o técnico Paulo Comelli tirou Léo Franco e pôs em campo o estreante Moisés. O Remo voltou disposto a recuperar a vantagem, mas logo aos 8 minutos o volante Luiz André cometeu falta violenta e foi expulso. Em desvantagem numérica, o Remo evidenciou ainda mais a precária condição física de alguns jogadores. A marcação já não funcionava e, aos 15 minutos, Daniel marcou o segundo gol do S. Raimundo, depois de aplicar um belo drible sobre Mael.

Comelli pôs em campo Ratinho e Jailton no lugar de Gleidson e Wellington Silva. O time ficou mais agressivo e rápido no ataque, criou duas chances para empatar (com Rafael Morisco e Tiaguinho), mas abria clarões na retaguarda. Nos minutos finais, quando o Remo estava todo no ataque, Vélber escapou pela esquerda e cruzou para Leandro Guerreiro liquidar a fatura, marcando o terceiro gol santareno. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

Tuna estreia com vitória no Souza

No duelo entre as duas Águias do Parazão, deu Águia Guerreira do Souza, na abertura do returno em Belém, na manhã deste domingo. Sob céu nublado e muito calor, a Tuna derrotou o Águia de Marabá por 1 a 0, gol marcado por Leandro aos 39 minutos do primeiro tempo. A partida teve fraco nível técnico, com poucas chances de gol, muitos passes errados e excesso de faltas para parar jogadas. O primeiro tempo teve a Tuna mais ofensiva, com Felipe Mamão e Adriano Miranda tentando criar jogadas na área marabaense. O gol de Leandro nasceu de um cruzamento da direita, que ele recebeu e finalizou com precisão. No 2º tempo, o Águia buscou o empate, mas sem consistência na criação de jogadas. Para conter o ímpeto do visitante, a Tuna se mantinha recuada e à espera de contragolpes. Num lance de contra-ataque, Danilo disparou em direção à área e foi agarrado por Darlan, que recebeu cartão vermelho. A expulsão reduziu o poder de reação do Águia e facilitou a estratégia tunante de segurar o resultado.

O que atormenta a musa Maria?

Não tem explicação lógica, nem causas de ordem atlética. A boa fase dos últimos dois anos e a volta ao top 10 do ranking não impediram a confirmação de uma marca negativa da musa russa Maria Sharapova. Ela caiu neste sábado diante da bielorussa Victoria Azarenka por 6/1 e 6/4 na decisão do Torneio de Miami. Foi sua quarta derrota seguida em finais. Até o início dessa série – que inclui Birmingham, Stanford e Cincinatti em 2010 e Miami -, o máximo que a russa havia fracassado era em duas finais seguidas. Fã do estilo elegante e sedutor de Maria, o blog continua apostando em sua recuperação.

Gringos de olho no Brasil bom de bola

Por Rafael Reis, da Folha de SP

Há décadas, a Europa vem ao Brasil para colher o que de melhor o país produz no futebol, os jogadores. O movimento parece longe do fim, mas já apresenta variações. No norte do Paraná, terra boa para a agricultura e de farta colheita de grãos, há uma mostra de que o velho continente não quer só o que aqui brota naturalmente. A intenção dos holandeses que ergueram o Laranja Mecânica em Arapongas (a 375 km de Curitiba) é produzir em território brasileiro atletas que sejam atrativos para o mercado europeu, de preferência para a terra da seleção vice-campeã da Copa-2010. A inspiração no time que disputou o Mundial de 1974 vai além do nome. Os 90 meninos de nove a 15 anos que treinam no clube são orientados a praticar, dentro do possível, o futebol total, com troca de passes e muita técnica.

Segundo o dirigente, que passou por estágio de 15 dias no Feyenoord para aprender a filosofia holandesa de jogo, o clube não se importa com os resultados porque pretende trabalhar exclusivamente com formação de atletas. Assim, pode se focar no desenvolvimento da habilidade e da técnica dos jogadores. Características que, para a cúpula do Laranja, deixam seus produtos mais atrativos. “Queremos que os clubes conheçam nosso projeto e procurem nossos jogadores. Um dia, esperamos ter o retorno do que investimos”, diz o ex-jogador Marco Plomp.

O empresário, que não falou quanto investiu no CT, vive no Brasil e é o proprietário mais presente no cotidiano do time. Ele tem como sócios Wim Jansen Jr., filho de jogador das seleções vice-campeãs da Copa de 1974 e 1978, e o ex-juiz Arie Treffers. O Laranja possui parceria com o VVV Venlo, time da primeira divisão holandesa que será o principal receptor dos seus frutos na Europa.

Coluna: A luz no fim do túnel

No começo, parecia apenas mais uma especulação da cartolagem. Nos últimos dias, porém, virou possibilidade concreta. Remo e Paissandu podem sonhar com uma volta à Primeira Divisão do futebol brasileiro bem antes do que se poderia imaginar. Dirigentes dos grandes clubes brasileiros planejam, em parceria com a TV Globo e aval da CBF, criar uma Liga dissidente do Clube dos 13 a partir de 2012. Além dos clubes fundadores, todos da Série A, os líderes já admitem convidar clubes de tradição e, principalmente, grandes torcidas. É justamente aí que surge a brecha para que a dupla paraense seja incluída.
Ao todo, 16 times estão alinhados com o projeto da nova Liga: Corinthians, Flamengo, Fluminense, Botafogo, Santos, Palmeiras, Vasco, Grêmio, Internacional, Cruzeiro, Atlético-PR, Coritiba, Bahia, Goiás, Sport e Vitória. Por enquanto, Atlético-MG e São Paulo estão fora, em função do alinhamento com o Clube dos 13. São os únicos campeões nacionais que ainda resistem à idéia, mas já há negociação em marcha.
O número máximo de competidores previsto seria 20, com duas vagas disponíveis para equipes convidadas. Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro e um dos mais entusiasmados com a iniciativa, em entrevista durante a semana, citou diretamente o Remo como um potencial participante, em função da tradição e da força de sua torcida. Por tabela, rigorosamente pelos mesmos motivos, o Paissandu se credencia a ser lembrado também para esse banquete da elite nacional.
Obviamente, há ainda um longo caminho entre os planos e a execução do projeto da Liga, mas os dois grandes do Pará devem começar a se movimentar nos bastidores, aproximando-se dos organizadores da liga e investindo na melhoria de suas equipes.
Quanto ao formato do novo campeonato, há a clara intenção de Ricardo Teixeira na “terceirização” do Brasileiro, que passaria a ser administrado pela Liga sob os auspícios da Globo. Segundo os dirigentes dos 16 clubes, os dissidentes ainda hesitam entre apenas gerir a competição ou instituir um novo torneio.
Lançada a idéia da Liga, resta ainda definir a forma de disputa. Pela vontade da Globo, o campeonato volta a ter play-offs e super decisão entre vencedores de turnos. Os clubes fundadores discutem ainda um tema espinhoso: manter ou extinguir com o sistema de acesso e rebaixamento. Remo e Paissandu não irão participar dessa discussão, mas podem lucrar bastante com a mudança de rumos do futebol nos próximos meses. 
 
O Remo, que faz estréia de alto risco neste domingo em Santarém, contra o S. Raimundo, contratou cinco reforços às vésperas do prazo final para inscrição no segundo turno. Até aí tudo bem. O problema foi a decisão de manter todos os demais atletas. O elenco, inchadíssimo, já tem 42. Só para o meio-de-campo, Paulo Comelli dispõe hoje de uma multidão: 18 jogadores, entre volantes e meias. Dá para formar quase dois times só com meio-campistas. É muito.  

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 3) 

Mendes salva Paissandu de derrota em Castanhal

Pode-se dizer que o Paissandu laçou o boi contra o Castanhal. A estreia, sábado à noite, no estádio Maximino Porpino, poderia ter marcado a primeira derrota do time depois da conquista do primeiro turno do Parazão. Poderia… Depois de sofrer um gol aos 45 minutos do primeiro tempo, o Paissandu conseguiu arrancar o empate aos 40 do segundo tempo em lance de oportunismo e categoria do centroavante Mendes. Desfigurado sem sete titulares, o Paissandu comportou-se ao longo da partida como um bando, errando passes e sem conseguir organizar jogadas simples de saída da defesa ao ataque. O meio-de-campo não funcionava porque o estreante Martín Cortez mal pegava na bola e, quando isso acontecia, não tinha inspiração ou categoria para criar boas jogadas. Os raros momentos de lucidez da equipe só surgiam quando Mendes tentava organizar o jogo, recuando até o meio-campo e acionando companheiros desmarcados. Para piorar, o setor defensivo ficava frequentemente exposto pela má cobertura dos volantes.

O Castanhal, que estreava o novo técnico, Valter Lima, foi superior em tudo e durante pelo menos 90% da partida. Teve total domínio territorial e da posse de bola, mas cometeu um erro crasso e imperdoável em futebol: falhou na hora de definir. Antes de marcar nos instantes finais da primeira etapa – Diguinho, contra -, o Japiim teve inúmeras chances, sendo que a mais clamorosa foi aos 22 minutos, quando Diguinho entregou de graça a bola nos pés de Helinho, que avançou até a entrada da área e disparou chute forte, que estourou no poste esquerdo de Alexandre Fávaro. No rebote, Kevson pegou mal na bola com a trave escancarada. Aos 35, o único lance de perigo criado pelo ataque do Paissandu: Héliton tocou na área para Marquinhos, que invadiu pela direita e chutou forte para defesa assustada de Ângelo.

No segundo tempo, Sérgio Cosme começou com Andrei no lugar de Marquinhos. Logo no primeiro ataque, a zaga castanhalense se atrapalhou e Mendes, livre, chutou a bola no travessão. Outras jogadas se repetiram com Andrei buscando aproximação com Mendes, mas sem qualquer resultado prático. O Castanhal mostrava-se ainda mais organizado, com contra-ataques organizados por Soares e puxados por Helinho e Tiago Gaúcho. As chances foram aparecendo – aos 19, com Helinho; aos 22, com Kevson; e aos 30 e 35, com Branco (que substituiu Kevson). Fávaro novamente apareceu bem e evitou pelo menos dois gols castanhalenses. Até que, aos 40, quando a derrota parecia inevitável, Vanderson lançou a bola em direção à área do Castanhal, Preto Barcarena falhou na antecipação e Mendes recebeu de frente para o gol. O atacante, que aniversariava ontem, dominou a bola e bateu de pé esquerdo, no canto de Ângelo. 1 a 1. (Foto: NEY MARCONDES/Bola)