Paissandu proíbe críticas nas entrevistas

Por ordem da diretoria, os jogadores do Paissandu estão temporariamente proibidos de falar sobre questões internas do clube nas entrevistas. É a maneira descoberta pelo presidente Luiz Omar de diminuir/abafar a crise interna. Tem jogador insatisfeito porque o salário atrasa para uns, mas é pago religiosamente para outros. Na entrevista de hoje, o jogador escalado foi o zagueiro Ari, um dos mais criticados pela torcida e que tratou de elogiar o presidente e os demais dirigentes.

Tribuna do torcedor

Por Carlos Scardino (carlosscardino@gmail.com)

Prezado Gerson, tenho lido e ouvido seus comentários sobre o Paissandu, e me solidarizo com você na maioria de suas opiniões. Eu, como torcedor bicolor, estou deverasmente decepcionado com a atual diretoria bicolor, por uma série de erros que a cada ano vem cometendo, principalmente trazendo treinadores sem as mínimas condições de dirigir um clube como Paissandu,  que outrora já trouxe as maiores glorias ao futebol paraense. Jogadores medianos, investimentos errados em contratações, sinceramente eu e mais alguns amigos decidimos não ir mais aos estádios enquanto esse treinador estiver no comando com seus esquemas fatídicos com 3 volantes, sem liderança sobre o plantel etc.. Temos também um presidente ausente do clube, que quando chega é somente para apagar “incêndio”. Gerson, por favor comente isso, pois nossa torcida vem diminuindo nos estádios por desmotivação, você sabe disso. Não aguentamos mais. São 5 anos na Série C, temos ganho campeonatos mais pela fragilidade dos adversários do que pela nossa competência. E, para concluir, sou ouvinte de todos os programas de esporte da Rádio clube, e às vezes sou tratado como um torcedor de “última divisão”, talvez por eu ser questionador. Sou graduado em administração pela UFPA, não sou nenhum leigo como alguns pensam, tenho opinião própria, daí minha indignação quanto a essa situação. Peço a você, ao Cláudio Gumarães, ao Ronaldo, Tomazo, Guerreiro e todo o Timão Campeão um pouco mais de consideração e apreço a nós torcedores, mesmo sabendo que muitos agem pela emoção e não pela razão. Me desculpe o desabafo, mas o futebol paraense está precisando de mais seriedade de nossos dirigentes.

Globo muda para continuar na mesma

Por Mauricio Stycer

Com poucas exceções, narradores e comentaristas esportivos da Rede Globo seguem um manual não escrito cujo título poderia ser “A Arte de Não se Comprometer”. Entre as suas regras, destacam-se duas:

1. Em jogo narrado por Galvão Bueno, só ele pode chamar a atenção.
2. Evite dar opiniões firmes, seguras ou categóricas.

Com a saída de Falcão, para dirigir o Internacional, tudo indica que o posto de comentarista número um da emissora deve ser ocupado pelo ex-jogador Caio. Segundo a jornalista Keila Jimenez, da “Folha”, Galvão Bueno já expressou a preferência de trabalhar mais com Caio do que com Casagrande, também do time de comentaristas da casa. Falcão firmou-se como comentarista principal da Globo pelo seu talento em falar pouco, repetir os mesmos três conceitos sobre futebol, sempre constatar o óbvio e, em 99% das situações, concordar com Galvão.

Caio segue pelo mesmo caminho. Ainda que mais despojado e menos formal que Falcão, é outro gênio na arte de pouco acrescentar a quem está assistindo uma partida pela televisão. Concorde-se ou não com Casagrande, o ex-jogador é um dos raros comentaristas da emissora que não respeita integralmente as regras da cartilha global. Tem opiniões contundentes sobre qualquer assunto e, diferentemente de seus colegas Caio e Falcão, não se constrange de criticar jogadores. Alguém poderá lembrar que Arnaldo Cesar Coelho costuma divergir de Galvão. Não é bem assim. As “brigas” do comentarista de arbitragem com o narrador são, na verdade, momentos de humor, no qual Coelho funciona como “escada” para o show de Galvão.

Cercado por Caio e Arnaldo Cesar Coelho, Galvão fica à vontade para continuar fazendo o que mais gosta: narrar, comentar e dirigir a transmissão das partidas de futebol – sozinho, sem ninguém para “atrapalhar”. Essa equipe foi testada no amistoso entre Brasil e França, em fevereiro. A patriotada tradicional de Galvão contou com o apoio incondicional de seus dois escudeiros. Arnaldo insistiu em chamar de “imprudência” o golpe de caratê de Hernanes em Benzema, pelo qual mereceu cartão vermelho, e Caio economizou ao máximo os adjetivos para tratar da atuação pífia da seleção, derrotada por 1 a 0, gol de Benzema.

Moral da história: Falcão pode até ser mais polido que Caio e Casagrande e, eventualmente, até entender mais profundamente de futebol que seus colegas, mas com Galvão Bueno em campo o time atua sempre da mesma maneira.

Paissandu reintegra jogadores dispensados

Na surdina, o Paissandu está reintegrando os jogadores Elton Lira, Alex Oliveira e Nei Baiano, conforme o blog antecipou ontem no começo da tarde. O trio havia sido dispensado na semana passada, logo depois da derrota para o Bahia, em Salvador. A pressão teria sido feita junto ao presidente Luiz Omar Pinheiro pelo próprio grupo de jogadores, tendo à frente Mendes e Sandro. Pesou, ainda, o fato de o Paissandu não poder mais inscrever para o Campeonato Paraense e a ausência de jogadores para as posições dos afastados. Segundo informações de um conselheiro do clube, Alex Oliveira foi o último a concordar com a reintegração, chegando até a impor algumas condições para voltar. O técnico Sérgio Cosme se manteve alheio à movimentação, evitando se envolver diretamente com o problema, mas se manifestou satisfeito com a volta do trio. Alex e Lira já se apresentaram para treinar, pela manhã, no campo do Kasa. Baiano não deu as caras. (Com informações da Rádio Clube)

O tamanho de uma paixão

A torcida do Peñarol mostrou nesta terça-feira antes do jogo com o Independiente, no estádio Centenário de Montevidéu, uma bandeira de 15 mil metros quadrados, considerada desde já a maior do mundo. O bandeirão tem 309 metros de comprimento e 45,8 de largura e ocupou mais de um terço do estádio, que tem capacidade para mais de 60 mil espectadores. Os torcedores investiram 400 litros de tinta e cerca de US$ 35 mil (R$ 55 mil) para fazer a bandeira, que pesa 1.800 quilos. No jogo, o Peñarol perdeu por 1 a 0, mas já estava classificado para as oitavas de final do torneio.

Potiguar se adapta ao futebol chinês

Tiago Potiguar já começa a se adaptar melhor ao futebol asiático, defendendo o JianyeFC no campeonato chinês da primeira divisão. Depois de enfrentar problemas com a alimentação assim que chegou à China, o ex-jogador do Paissandu já se mostra mais à vontade. Titular da equipe, Potiguar tem  realizado boas partidas e agradado aos dirigentes e torcedores do Jianye. (Fotos extraídas do blog Terra da Xelita)

Coluna: A elegância está de volta

Torço por Paulo Roberto Falcão no comando técnico do Internacional. Pelo fato cristalino de que é sempre bom ver um ex-craque cuidando de um time de futebol. Por tabela, no sentido oposto da coisa, era a mesma razão para não torcer por Dunga no escrete. Não podia acabar bem – como se viu – um projeto entregue a volante brucutu, escravo dos resultados e do estilo bate-estaca. A opção feita pelo Internacional e anunciada ontem poderia ser uma saudável contribuição para o estágio atual do futebol brasileiro.
Acontece que nem sempre as coisas são tão cartesianas assim quando o assunto é futebol. Vem daí a minha desconfiança de que Falcão, nessa segunda incursão no ofício de treinador, não vai longe. A cobrança por vitórias e títulos, inteiramente normal em clubes de massa, pode atrapalhar sua reentrada na profissão.
Articulado e culto, um cavalheiro dentro e fora dos gramados, Falcão certamente tem muito a ensinar e contribuir, mas talvez precise aprender a conviver com as novas regras impostas pelo mercado da bola. À distância, parece um peixe fora d’água, pouco preparado a conviver com o costumeiro festival de pressões e golpes baixos próprio do relacionamento com dirigentes, atletas e agentes.
Como Zico, Junior e Leonardo, Falcão pertence a uma geração de boleiros que cultivou a classe e a educação como normas de convivência, em todos os aspectos. Como técnico, terá que se nivelar às escaramuças normais de um clube de futebol. Por sorte, escolheu o Internacional, onde deu seus primeiros chutes, construiu portentosa carreira e cuja torcida o venera desde sempre. O problema é que coração de torcedor é um território misterioso. Se o time vai bem, aplaude e endeusa a todos. Diante do fracasso, o treinador é o primeiro a ser colocado no pelourinho.
Há, ainda, outro aspecto a considerar. Falcão passou os últimos 20 anos trabalhando do outro lado do balcão. Como comentarista, nunca foi ferino nas análises, nem mesmo polêmico. Preservou sempre a diplomacia na hora de emitir opiniões, toureando temas mais ácidos.
Ainda assim, deve ter deixado escapar críticas e reparos à atuação deste ou daquele jogador, confraria que nem sempre assimila o julgamento de um ex-companheiro. O recente imbróglio entre Ronaldo Fenômeno e Neto serve como exemplo dessa animosidade disfarçada.
Num cenário ideal, Falcão seria aposta certeira para treinar qualquer time no Brasil e no mundo. No mundo real, nem mesmo o profissionalizado Inter está imune às picuinhas e ao imediatismo que balizam o mundinho do futebol. Mais do que a elegância dos ternos, Falcão precisará ter nervos de aço para agüentar o tranco.  
 
Outro Paulo, também craque, é personagem de uma novela de final imprevisível, que se arrasta há três meses. Trata-se do nosso Ganso, em conflito com a diretoria do Santos. No meio, como intruso, o Corinthians. Pairando, acima de tudo isso, uma discussão feroz em torno de valores contratuais e cifras milionárias. Seja qual for seu destino, Ganso não pode esquecer a velha lição: mostrar ao dinheiro quem realmente manda. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 13) 

A frase do dia

“Não me preocupo com isso. As pessoas falam que o Ronaldinho tem que dar mais em campo. Ele tem muita experiência, ficou 12 anos fora do Brasil e as pessoas querem que ele se readapte em três meses. Ele nunca deixou de fazer jogadas de calcanhar, puxar um bom contra-ataque e virar as jogadas. Ele está se readaptando, evoluindo e mostrando o quanto é importante para todos nós”.

De Vanderlei Luxemburgo, técnico do Flamengo, limpando a barra de Ronaldinho Gaúcho.