Transcrevo trecho de recado do Vitor Birner em seu blog, lamentando o nível rasteiro e ofensivo dos comentários. Cabe perfeitamente para a situação que estamos vivendo aqui no blog e – imagino – em diversos outros espaços de discussão virtuais. Para ler e refletir:
“Danilo Calçavara, do Vírgula, Jora Russo e Coca trabalharam bastante para implementar algumas melhorias que eu pedi no blog. Uma delas é a possibilidade de você responder diretamente o comentário doutro blogonauta. Queria aumentar a interatividade. Minha primeira avaliação é que não obtive sucesso. A interatividade realmente aumentou, mas o resultado me desagradou. O nível dos comentários despencou e o blog piorou para quem gosta de saber as opiniões dos leitores. A troca de informações e pensamentos me ajuda. Dá vida ao blog e abre os horizontes do meu trabalho. Quem acompanha o time no dia a dia bem de perto fica atento aos detalhes. Eu, que sou uma pessoa só, não tenho a pretensão de conseguir observar o que milhões de pessoas reparam individualmente. Infelizmente, a oportunidade de interagir com outros leitores lotou o blog de agressões e palavrões.
Leandro Iamin, responsável pela moderação, trabalha mais do que nunca nela. E mesmo assim não está dando conta. De novo (não será a primeira, segunda, nem terceira vez) sou obrigado a colocar limites. Ainda não sei exatamente quais serão. Pensarei bem durante o fim de semana. Adianto um que me incomoda. Por favor, não chame os outros de burros, idiotas e coisas assim. Nem quando houver burrices e idiotices. Isso é agressão verbal. Argumente, se achar que vale a pena. Não estou pedindo formalidades aqui.
Gosto de simplicidade. Na minha utopia de blog as pessoas conversam como se estivessem no boteco. O assunto pode ir para qualquer lado. Tem provocações, debates ideológicos, discussões sobre paixão clubística, opiniões sejam simples ou mais intelectualizadas, discussões a respeito dos lances, da alma do esporte… Qualquer coisa que não transforme o blog numa metralhadora dos recalques de quem está cheio deles. A internet tem mais corajosos que o mundo do olho no olho. Você, problemático, antes de xingar alguém, finja que está de frente com seu interlocutor. Eu duvido que no dia a dia tratem as pessoas dessa forma. Não há problemas com termos como bambis, galinhas, frangas, gambás, róseos, sardinhas, barbis… Basta usá-los de forma saudável. Claro que há subjetividade nisso. O tempo nos (Eu e o Leandro) ensinará a entendê-la. Obrigado e forte abraço!”.
Como é possível observar, Birner tem os mesmos problemas que outros blogueiros (inclusive este escriba aqui) na administração do espaço. Se optamos pelo sistema aberto, criamos condições para que alguns aleijados mentais soltem seus demônios. Se impomos restrições, aparece logo alguém para reclamar de centura e autoritarismo. Desconfio que, apesar de ser contra, terei que seguir o caminho da filtragem de posts. Em respeito à parcela lúcida e saudável que visita este boteco virtual.