Dia: 20 de abril de 2011
Remo vence Castanhal e assume liderança
Com um gol de Léo Franco aos 40 minutos do segundo tempo, completando um passe de Finazzi dentro da área, o Remo derrotou o Castanhal na noite desta quarta-feira no estádio Baenão, alcançando 9 pontos na tábua de classificação do returno. Durante o primeiro tempo, o Remo dominou amplamente a partida, perdendo inúmeras chances através de Tiaguinho, Rodrigo Dantas e Jailton Paraíba. O Castanhal, apesar de retrancado, saía em contragolpes perigosos, levando perigo em lances isolados. No segundo tempo, o Japiim voltou melhor e chegou a ameaçar nos primeiros 15 minutos. O goleiro Lopes apareceu bem, evitando o gol castanhalense. Para mudar o panorama do jogo, Comelli substituiu Tiaguinho por Léo Franco e Rodrigo Dantas por Finazzi. Aos poucos, o Remo foi envolvendo o Castanhal novamente e perdeu boas oportunidades, com o próprio Finazzi e Ratinho (depois substituído por Fininho). Aos 40 minutos, quando o empate parecia inevitável, o volante Mael lançou bola na área e Finazzi tocou de lado para a chegada de Léo Franco, que chutou rasteiro no canto esquerdo, definindo a vitória remista. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)
“Assalto” e delírio
Por Rica Perrone
Eu não vou entrar no lado tático, na briga do fim, na eterna mania de perseguição do torcedor que tem chegado aos gramados. Vou direto ao ponto, sem firula. O Botafogo, hoje, foi roubado em Floripa. O arbitro cometeu um “erro” dos mais grotescos pois resolveu uma classificação e um semestre com ele.
Não foi um lance aos 20 do primeiro tempo. Foi aos 42 do segundo, com o jogo praticamente resolvido a favor do Botafogo, que salvaria seu semestre e ainda teria o lucro de ter 2 grandes jogos com o SPFC, caso o time paulista passe. O árbitro ficou em dúvida num lance antes, ontem o atacante do Avaí, espertão, ao invés de tentar o gol vira pra linha de fundo e leva a bola pra lugar nenhum, esperando um toque pra cair.
Ele recebe o toque, mas não a falta. A torcida levanta, o time do Avaí cai no juiz e ele treme. Não dá amarelo, que deveria ter dado. Ali qualquer meio conhecedor de futebol sabia:
– Ele ficou em dúvida se errou
– No primeiro cruzamento na área alguém do Avaí ia se jogar.
Não deu outra. O sujeito entrou se jogando e o covarde árbitro, que não deu amarelo mostrando convicção no lance anterior, piorou a situação ao dar o pênalti. Mudou o resultado, a história e o semestre de 2 clubes. Eis um típico caso onde um time pode dizer que está fora por culpa da arbitragem. Não sou guru pra saber o que aconteceria dos 42 aos 45. Mas até então, a vaga era do Botafogo.
E assim deveria ter sido, não fosse um árbitro fazedor de média que disse ter visto um pênalti que NINGUÉM viu. Só ele. E pior do que isso, mais irritante ainda, é no fim do jogo ouvir jogador falando que não pode arbitro gaúcho (jogo de ida) porque eles querem se separar do Brasil. Tudo a ver, hein parceiro? O delírio, que antes era exclusividade do torcedor doente, hoje é rotina pro jogador e pro dirigente. Uma pena. Se fosse pra nivelar, que fosse por cima.
Hoje é o dia nacional de mentir pro patrão
Por André Barcinski
Véspera de feriado é um dia estranho. Hoje, quarta-feira, 20 de abril, os vírus vão se espalhar mais rapidamente pelo ar. A poeira causará mais irritação que em outros dias. Tosses. Gripes. Viroses. Resfriados. O sistema imunológico da população está em frangalhos. Em dias assim, parentes ficam mais doentes. Mães, pais, tios e cachorros de estimação adoecem aos montes. Alguns até morrem. E outros, estranhamente, morrem várias vezes.
Você está no trabalho? Então olhe para o lado: quantos colegas faltaram hoje? Muitos? Repare no silêncio, nas mesas vazias… A solidão dos escritórios contrasta com a movimentação frenética das rodovias. Pode ter certeza: para cada mesa vazia há um automóvel cheio, zarpando em direção ao litoral.
Porque hoje é véspera de feriado.
Qualquer um que tenha um negócio ou que já tenha passado por algum cargo de chefia sabe que hoje é um dia especial. Há alguns anos, eu chefiava uma redação. Cansado de ver o sofrimento dos funcionários, fiz uma circular proibindo-os de ficar doente às sextas, segundas e vésperas de feriado. A circular deu resultado: no mesmo dia, mais da metade da redação veio à minha sala, justificar alguma ausência recente.
A mensagem teve um efeito terapêutico milagroso: depois dela, a saúde da equipe melhorou a olhos vistos. Um verdadeiro elixir. Não sei que desequilíbrio cósmico causa tantos acidentes e tragédias em vésperas de feriados. Será alguma maldição? Alguma bruxaria? No creo, pero que las hay, las hay…
Tive um funcionário que, mal se aproximava o feriado, começava a sentir dores terríveis nos dentes. Tão terríveis que ele faltava por três ou quatro dias. Pra piorar, o coitado retornava ao trabalho tostado de sol, certamente por ter ficado horas ao relento, na fila do posto médico. O curioso é que o atestado era sempre assinado por um dentista com o mesmo sobrenome dele. Seria um parente? Creio que não. Ninguém deixaria um parente sofrer tanto na fila.
Outro fato curioso sobre vésperas de feriado: elas parecem ter um efeito nocivo em nossa rede de transporte público. Como explicar a incrível quantidade de trens que atrasam, metrôs que não chegam, táxis que não param e ônibus que enguiçam? É o verdadeiro poltergeist. Os óbitos também aumentam muito. Especialmente de parentes distantes. Lembro de um funcionário que perdeu pelo menos quatro ou cinco avós em diferentes feriados. Uma tristeza.
Portanto, aqui vai meu alerta: hoje o bicho está solto. Todo cuidado é pouco. Canja de galinha não faz mal a ninguém. E pra quem fica, bom feriado, e até segunda.
S. Raimundo de Charles bate firme no trio de ferro
A vitória sobre a Tuna garantiu ao São Raimundo uma façanha rara no Campeonato Paraense: um clube do interior venceu todos os grandes da capital num mesmo torneio. Na fase classificatória do primeiro turno, o Mundico bateu o Paissandu por 3 a 2, no estádio Barbalhão. Na abertura do returno, meteu 3 a 1 no Remo, também no Barbalhão. E agora, no Souza, goleou a Tuna por 4 a 1. Marcou 10 gols e levou 4. Detalhe: todas as vitórias sob o comando de Charles Guerreiro.
Mundico goleia Lusa dentro do Souza
Uma goleada surpreendente foi aplicada pelo São Raimundo na Tuna, na manhã desta quarta-feira, no estádio do Souza. O Mundico venceu por 4 a 1, marcando 2 a 0 ainda no primeiro tempo e complementando a vitória tranquila no começo da etapa final. Rodolfo Soares (de cabeça) abriu o placar aos 22 minutos. O centroavante Leandro Guerreiro, aproveitando rápida manobra do S. Raimundo, ampliou aos 32 minutos. No segundo tempo, Aldivan assinalou o terceiro gol logo aos 6 minutos, quando a Tuna tentava esboçar uma reação. Aos 18 minutos, em contra-ataque, o São Raimundo chegou aos 4 a 0, através de Andrei. O atacante Adriano Miranda, aos 24 minutos, descontou para a Lusa.
Clubes discutem “extinção amigável” do C-13
Representantes de 13 dos 20 clubes filiados ao Clube dos 13 reuniram-se no hotel Copacabana na terça-feira para definir uma estratégia para acabar com a entidade criada por parte deles em 1987. A ideia é chegar a uma saída pacífica de Fábio Koff, que preside a instituição. A informação é da “Folha de S. Paulo” em sua edição desta quarta-feira. O texto diz que no encontro foi nomeado pelos advogados das agremiações o diretor do Goiás, João Bosco, para cuidar da saída de Koff, com quem deve se encontrar em breve. “O Clube dos 13 foi muito importante, mas a entidade já não tem mais razão de ser. E queremos uma extinção de forma amigável”, disse o representante do Vasco, Marcelo Macedo. Corinthians e Flamengo não mandaram ninguém ao encontro.
Capa do DIÁRIO, edição de quarta-feira, 20
Coluna: Remo busca afirmação
O Castanhal, segundo pior time do campeonato, queima contra o Remo seus últimos cartuchos para tentar chegar à semifinal do returno. Essa condição de desespero transforma o jogo de hoje em verdadeira decisão para a equipe de Valter Lima e aumenta o grau de dificuldades para os comandados de Paulo Comelli, que buscam confirmar o bom momento.
A vitória do Remo sobre o Águia em Marabá trouxe de volta o entusiasmo do torcedor, apesar da fraquíssima atuação nos primeiros 45 minutos do jogo no estádio Zinho Oliveira. Comelli, que era abertamente questionado desde a eliminação nas semifinais do turno, voltou a respirar otimismo no comando e o grupo demonstra ter recobrado a confiança.
E aí entra em cena um daqueles fenômenos próprios do futebol e desses tempos de julgamentos apressados. De um momento para outro, o técnico até então execrado (chegou a ser peitado por torcedores no Baenão) passa a ser cultuado como gabaritado estrategista. Obviamente, Comelli não merece nenhuma dessas manifestações. É um treinador aplicado, sujeito aos altos e baixos do ofício, não mais que isso.
Depois dos problemas iniciais para montar o time, principalmente na parte ofensiva, o técnico desfruta hoje de alguma fartura de opções. Tanto que, mesmo sem quatro titulares, poderá escalar hoje um time interessante: Lopes; Rafael Granja, Diego Barros, Morisco e Edinaldo; Mael, Moisés, Ratinho e Tiaguinho; Rodrigo Dantas e Jailton Paraíba. Caso precise, pode também lançar mão de reservas de bom nível, como os armadores Fininho e Léo Franco e o atacante Finazzi, cujo aproveitamento é incerto.
Poucos treinadores no atual campeonato dispõem desse leque de alternativas existente no Remo. O próprio Valter Lima, ameaçadíssimo no Castanhal, tem sérias dificuldades para estruturar uma equipe consistente, principalmente com o saldo dos problemas disciplinares verificados em Tucuruí, sábado, depois da derrota para o Independente. Os atacantes Branco e Kevson foram desligados do elenco, agravando ainda mais os já terríveis aperreios do time – e de Valtinho.
A monumental trapalhada envolvendo a assinatura de contratos de exclusividade com duas empresas concorrentes, tornada pública ontem pela empresa Big Ben, expõe com terrível crueza a situação administrativa dos principais clubes paraenses. O fato é que Remo e Paissandu simplesmente não têm profissionais habilitados cuidando dessa área tão crucial para o negócio futebol: o marketing.
Desperdiçar parcerias comerciais com LG, Claro, Yamada e Big Ben, por crônico amadorismo, é como atirar dinheiro pela janela.
E ainda há dirigente capaz de atribuir culpa à imprensa pelas próprias lambanças…
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 20)
Capa do Bola, edição de quarta-feira, 20
Som na madrugada – Roberto Carlos, A Namorada
A frase do dia
“Eu tomei a iniciativa de procurar a comissão técnica a respeito disso. Estou com dois cartões amarelos e não estou só com medo de levar o terceiro (e ficar fora do Re-Pa), mas também porque o árbitro pode cometer um equívoco e me advertir. Estamos conversando, mas vai ser uma decisão que será tomada em comum acordo com a comissão técnica e diretoria. Aquilo que for decidido, será o melhor para mim e para o clube”.
Do atacante Mendes, do Paissandu, defendendo uma folga contra o Cametá, pois teme se descontrolar e levar o terceiro cartão amarelo.