Robgol tinha meio milhão de reais em casa

Promotores públicos e policiais civis apreenderam R$ 500 mil em espécie e o equivalente a R$ 40 mil em tíquetes de alimentação na casa do ex-deputado e ex-jogador de futebol José Róbson do Nascimento (PTB), o Robgol, de 41 anos. Robgol não foi encontrado para explicar a origem do dinheiro, mas será convocado a depor. Eleito deputado estadual em 2006, ele não conseguiu se reeleger nas eleições do ano passado. Ídolo da torcida do Paissandu, foi um dos integrantes do time que disputou a Libertadores em 2003 e destacou-se como artilheiro no Brasileiro da Série A, em 2005. 

Além dele, quatro funcionários da Assembleia Legislativa foram detidos pela manhã em operação do Ministério Público e da Polícia Civil para investigar fraudes na folha de pagamento da Casa. Segundo a Promotoria, eles integram um esquema que empregava pelo menos 14 “funcionários fantasmas” na AL – todos moradores da região metropolitana de Belém que nunca ao menos entraram no local tinham salários até R$ 16 mil. Os servidores detidos: Jorge Moisés Caddah, Semmel Charone Palmeira, Daura Irene Xavier Hage e Euzilene Araújo. Eles foram conduzidos à sede do Ministério Público Estadual, onde prestaram depoimento ao delegado Rogério Moraes, da Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil (DIOE). 

Além do grupo, o ex-presidente da AL, Domingos Juvenil, e o diretor do Detran, Sergio Duboc, ex-diretor da Assembleia, são alvos da operação desencadeada pelo MPE e Polícia Civil. (Com informações de Aline Brelaz/DIÁRIO DO PARÁ)

Quirino a caminho da Curuzu?

Circulou na manhã desta terça-feira, na Curuzu, o boato de que o Paissandu estaria contratando o atacante Quirino, 32 anos, para a disputa do Brasileiro da Série C. O artilheiro teria se desligado do Santa Cruz de Currais Novos (RN), ficando livre para firmar contrato com outro clube. Seria o segundo reforço do Paissandu para a Terceirona. O primeiro, com pré-contrato assinado, é o meia-armador Robinho, atualmente no Cametá.

Comparações que incomodam

A título de recordação, um antigo colaborador do blog chama atenção para um determinado período da história do nosso futebol. Em 2002, quando o Paissandu chegou ao topo de sua história tornando-se Campeão dos Campeões e classificando-se para a inédita disputa da Taça Libertadores. “Alguém lembra da defesa do Cruzeiro nos jogos finais do torneio? Pois é: Jefferson (Botafogo e Seleção Brasileira); Maicon (Inter de Milão e Seleção Brasileira), Luizão (Benfica e Seleção Brasileira), Cris (Olimpique de Marselha e ex-Seleção Brasileira) e Jorge Wagner (ex-São Paulo)”, escala, sem pestanejar.
De fato, eram bons tempos aqueles, diriam os saudosistas mais lúcidos. 

Outro fato importante: como era constituída a Diretoria do Paissandu? Vamos à escalação:
Presidente: Arthur Tourinho (hoje presidente da Jucepa).
Vice-presidente: César Neves (hoje presidente da Unimed Belém).
Diretores de Assuntos Jurídicos: Alberto Maia, consagrado advogado trabalhista, que tinha a assessoria de José Mauro Couto Filho (filho do advogado particular do presidente da CBF, Ricardo Texeira).
Diretor de Futebol Profissional e Amador: Paulo Oliveira (professor da UFPA e sócio da maior construtora de pontes do Pará).
Diretor Médico e Diretor Náutico: Joaquim Ramos (conceituado médico ortopedista e sócio do Hospital Porto Dias).
Relações Públicas: Carlos Estácio (veterano cronista esportivo, pertencente à equipe da Rádio Clube). 
Diretor de Informática: Abibe Ferreira Jr. (hoje superitendente geral do Aeroporto do Galeão, no Rio, o mais importante do país até a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016).
Ouvidor: José Ângelo Miranda (ex-secretário estadual de Esporte e Lazer e atualmente vice-presidente da FPF e diretor financeiro da construtora Leal Moreira). 

Será que as conquistas daquele período foram produto de puro acaso?

Coluna: Futebol exige bons campos

Recebi imagens e fotografias do gramado (?) do estádio Parque do Bacurau, registradas na partida de domingo entre Cametá e São Raimundo, que não deixam margem a dúvidas: é o pior campo deste campeonato, superando até o da Curuzu e do Zinho Oliveira, também em precárias condições. Consciente da gravidade do problema, o Paissandu não quer mais jogar em seu próprio estádio.
Tenho insistido na cobrança por gramados decentes porque deveria ser o primeiro dos itens verificados pelas comissões de vistoria organizadas pela Federação Paraense de Futebol. Não é por mero acaso que a Fifa, ao editar suas célebres 17 regras, entendeu de começar pelo campo de jogo.
O campo é a primeira preocupação porque os bons espetáculos dependem de uma superfície plana e recoberta de grama regular. Em terrenos esburacados, como é comum no Campeonato Paraense, o bom futebol é a primeira vítima e os atletas correm sérios riscos de lesões. 
Todos se nivelam por baixo, ninguém escapa, nem mesmo os mais aquinhoados de talento. Jogadores como Leandro Cearense e Robinho são verdadeiros fenômenos por conseguirem mostrar qualidade apesar do campo enlameado e cheio de depressões do Parque do Bacurau.
A maior das ironias é que o Cametá tem provavelmente o conjunto mais afinado do Parazão, com ênfase na troca de passes, manobras rápidas e jogadas de efeito. Como seus jogadores se esmeram no toque de bola e lançamentos, acabam prejudicados dentro de casa.
Os árbitros também sofrem. No Parque do Bacurau e na Cuzuru, principalmente, as barras demarcatórias da grande área e da linha de fundo praticamente desaparecem em dias chuvosos. Com isso, lances de extrema importância, como pênaltis, podem ter sua interpretação prejudicada. E ninguém poderá culpar a arbitragem por isso.
A situação geral é tão grave que campos apenas razoáveis, como os do Barbalhão e Souza, são citados como exceções. Sabe-se que o Parazão é disputado sob as fortes chuvas do inverno, mas um problema de origem natural não pode servir de desculpa para a incúria e a negligência dos clubes. O futebol, que já não é lá essas coisas, fica ainda mais feio quando jogado em gramados de várzea. 
 
 
O amigo desportista Ubirajara Lima, que visitou Manaus no fim de semana, voltou impressionado com a ausência quase total de notícias do futebol amazonense na imprensa baré. Predominância quase total de informações sobre campeonatos cariocas, paulistas e torneios europeus.
Depois de muito pesquisar nas páginas dos jornais, conseguiu descobrir os resultados da rodada do certame nativo: Nacional 1 x 1 Penarol e Rio Negro 0 x 3 América. Diante disso, entusiasmado, Bira conclui: “Viva nossa criticada imprensa paraense!”. Pois é…

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 19)