A bronca de Luxemburgo

Por Prósperi

Sempre polêmico, Vanderlei Luxemburgo condenou treinadores que se transformam em comentaristas de futebol na imprensa quando estão sem clube para trabalhar e depois voltam a dirigir um time no lugar de um treinador que foi demitido. “Sou contra este trampolim. Se você hoje é comentarista e vira técnico de futebol, não pode voltar a ser comentarista quando, na condição de técnico, é despedido pelo clube”, disse Luxemburgo, nesta segunda-feira, no programa “Redação” do canal SporTV.

O técnico do Flamengo fez este comentário em cima de uma pergunta sobre a decisão de Paulo Roberto Falcão ter trocado a posição de comentarista da Globo para assumir o time do Internacional de Porto Alegre. Amigo de Falcão, Luxemburgo desejou boa sorte ao novo técnico e disse que a volta do ex-jogador gaúcho ao futebol seria um bem para o mundo da bola.

A crítica de Luxemburgo não foi uma indireta a Falcão e sim a outros treinadores que viram comentaristas da noite para o dia, criticam o trabalho dos técnicos e logo em seguida voltam a comandar uma equipe de futebol. Esta polêmica é boa. Treinadores não costumam aceitar críticas da imprensa e, muitas vezes, os comentaristas se acham melhores que os verdadeiros técnicos de futebol.

A frase do dia

“Os jogadores do São Bernardo, que estavam no banco de reservas, conversaram com a gente [jogadores do banco da Portuguesa]. Conversamos com os jogadores [que estavam em campo] e passamos a administrar o resultado. Mas a bola sobrou para o Ananias, que fez o gol. O Ananias diz que até tentou errar [risos]”.

De Henrique, meia da Portuguesa, admitindo que o time tentou ajudar o São Bernardo, que tentava não perder a fim de não ser rebaixado. O jogo terminou 1 a 0 para a Lusa.

Até tu, brutus?

Olha só essa parada.. O ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso, preparadíssimo na língua pátria e em diversas outras, deixou escapar um surpreendente erro de português no artigo em que sugere que o PSDB desista de tentar priorizar a conquista do “povão”, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição desta segunda-feira da Folha. No texto, FHC diz que “existe ou existiu até a pouco certa folga fiscal”. O correto é “existiu até há pouco”.

Fico imaginando o que seria do Lula se fosse ele o autor da escorregada.

Em homenagem a Mestre Telê

Telê Santana da Silva é a personificação do estilo de jogo que pregava: o futebol-arte. “Dentro das quatro linhas do campo, como jogador ou técnico, Telê encantou torcedores e adversários de todos os clubes pelos quais passou, desde o início com as glórias no Fluminense, onde se tornou o ‘Fio de Esperança’ até a formação da inesquecível seleção brasileira de 1982 e aos onze títulos – incluindo Libertadores da América e Mundiais Interclubes – pelo São Paulo Futebol Clube”, diz o texto de apresentação do DVD em homenagem ao técnico mineiro, que completaria 80 anos de idade em junho. Ele é a figura central de “Telê Santana: Meio Século de Futebol Arte”, dirigido pelas jornalistas Ana Carla Portela e Danielle Rosa. O DVD tem previsão de lançamento para o dia 12 de maio, com lançamento nacional pela Imovision. As novidades sobre o filme podem ser encontradas no Twitter @telesantana e na página do Facebook http://www.facebook.com/telesantana, com atualização constante de notícias, informações sobre a pré-venda do DVD e promoções oficiais para o lançamento do filme.

Tribuna do torcedor

Por Adriana Landim (adrianalandim08@hotmail.com)

Olá Gerson, sou marabaense, torcedora do Águia, estive apreciando o último jogo, no sábado, entre Águia e Remo, mas fiquei muito decepcionada, não muito pelo placar do jogo, mas, muito pela vergonhosa e criminosa reação de um membro da comissão técnica do Águia. Não aguentando mais as provocações e protesto da torcida, passou a reagir, ameaçando alguns torcedores, atirando objetos nos torcedores, inclusive atingiu uma criança que estava  no estádio, felizmente a PM retirou o profissional despreparado do banco e parece que o prendeu. Espero que esse desrespeito ao Estatuto do Torcedor e ao Estatuto da Criança e do Adolescente não termine em pizza, pois esse profissional já é reincidente neste tipo de comportamento.

Coluna: Vitórias que enganam

Remo e Paissandu venceram seus jogos, as torcidas estão felizes e os técnicos aliviados, mas a verdade precisa ser dita: o futebol esteve muito abaixo das expectativas. Em Belém, o time de Sérgio Cosme teve alguns lampejos de bom futebol. Com mais capricho nas finalizações, podia até ter goleado a Tuna nos primeiros 45 minutos do clássico jogado no Souza, embora sem fazer por onde.
Até surpreso com o espaço deixado pelos cruzmaltinos, o Paissandu fez o gol logo aos 12 minutos com Rafael Oliveira e, depois disso, cansou de desperdiçar bons contra-ataques. Rafael perdeu mais duas chances, Sidny mandou bola na trave e Mendes quase marcou. Tudo isso, é bom dizer, muito mais pelas facilidades permitidas pelos cruzmaltinos do que por mérito e criatividade dos bicolores.
No segundo tempo, depois de sofrer o gol de empate e tomar uma pressão nos primeiros 20 minutos, Cosme finalmente acertou a mão ao cometer uma imprudência. Trocou Andrei e Alisson por Claudio Allax e Héliton, deslocando Sidny para a armação. O mais habilidoso jogador do time cumpriu seu papel, aproximou-se dos atacantes e garantiu a vitória.
Aos 39 minutos, conduziu a bola com habilidade e bateu da entrada da área no canto esquerdo de Adriano, desempatando a partida quando o ritmo estava mais lento em função do desgaste físico dos dois times. Sidny ainda teve gás para ir à linha de fundo e cruzar para Ari marcar o terceiro, aproveitando o desajuste que tomou conta da defesa tunante.
Quem olha apenas o placar pode ter a impressão de que foi uma vitória fácil. Ledo engano. Apesar das deficiências da Tuna na marcação, o Paissandu não produziu jogadas para alcançar um resultado cômodo. O triunfo veio nos instantes finais, graças às virtudes individuais de Sidny.

 
 
No sábado, em Marabá, o Remo também conquistou uma vitória enganosa. O marcador de 3 a 1 não retrata nem de longe o que foi o jogo, que no primeiro tempo teve quase total controle do Águia. O time marabaense trocou passes à vontade, encurralou o Remo em seu próprio campo e só pecou pela incapacidade de definição das jogadas de área.
Paulo Comelli tirou o lateral Gleison, improvisou Tiaguinho em seu lugar e povoou o meio-campo de volantes. Ratinho era a andorinha solitária na armação de jogadas, naturalmente perdido em meio à marcação e isolado dos esquecidos atacantes Rodrigo Dantas e Tiago Marabá.
Um golaço de Marlon na cobrança de falta abriu o caminho para o triunfo remista. O diabo é que o Águia empatou quatro minutos depois, também em lance de falta. Veio, então, a única grande jogada coletiva da noite: passe de Marlon para Tiago Marabá e deste a Jailton Paraíba, que chutou rasteiro na saída de Inácio. Não satisfeito, o velocista Jailton empreendeu uma arrancada de quase 60 metros, superou marcadores e fez o terceiro gol. Não se viu esquema tático definido, nem jogadas trabalhadas. O Remo, como o maior rival, foi salvo pela iniciativa de um homem só. (Foto 1: NEY MARCONDES; foto 2: CEZAR MAGALHÃES/Bola)

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 18)