Não era meu técnico preferido para o escrete depois da passagem do indigesto Capitão do Mato por lá. Apostava mais em Vanderlei Luxemburgo, que preserva quase solitariamente a preocupação com o ataque. Mas, admito, as primeiras falas de Mano Menezes como treinador da Seleção Brasileira têm sido auspiciosas.
O compromisso assumido com o futebol de bom nível, desprezando o apego ao defensivismo, tão caros a Dunga e Parreira, sinaliza a chegada de uma nova mentalidade. Mano ganha pontos por abdicar publicamente do nefasto pragmatismo que deu ao Brasil a discutível honra de ter a melhor defesa do mundo.
Em entrevistas a vários canais de televisão, anteontem, o técnico observou que o resto do mundo está buscando jogar como o Brasil já jogou um dia. Em sentido inverso, os brasileiros procuram copiar o que não deu certo lá fora. Resulta que, em duas Copas (2006 e 2010) a Seleção patinou e foi uma pálida representação do verdadeiro futebol brasileiro, merecendo fracassar na metade do caminho. Pelo que se depreende das palavras de Mano, há a determinação para mudar o atual estado de coisas, fazendo com que o Brasil volte a ser protagonista da cena boleira mundial.
Chega de conservadorismo tático e insistência com o conceito de privilegiar astros. A palavra de ordem parece ser a de priorizar o talento. Que Mano continue pensando assim. Melhor: que coloque imediatamente essas idéias em prática.
Lá se vão oito anos da maior conquista do Paissandu em todos os tempos. Na tarde de 4 de agosto de 2002, um sábado, Vandick e seus companheiros surpreenderam o Cruzeiro e levantaram a taça da Copa dos Campeões. A decisão do torneio, no estádio Castelão, em Fortaleza, tinha a equipe mineira como franca favorita, depois de vencer o primeiro jogo por 2 a 1.
Naquelas reviravoltas que só o futebol é capaz de proporcionar, o Paissandu aliou competência e raça para dobrar os comandados do técnico Marco Aurélio, ganhando no tempo normal e provocando a disputa nos penais, quando prevaleceu a perícia (e sorte, por que não?) do goleiro Marcão, com três defesas decisivas.
Talvez nem os próprios dirigentes acreditassem na façanha. Como sempre, o caderno Bola acreditou, enviando o fotógrafo Mário Quadros, para captar as imagens exclusivas do sensacional feito alviceleste.
Um velho companheiro de labuta jornalística renasceu nos últimos dias. Abro um pequeno espaço na coluna para saudar sua vitória pessoal. Acometido de graves problemas renais, Antonio José Soares, repórter dos bons, passou por maus pedaços no final de julho. Teve forças, porém, para dar a volta por cima e já se prepara para retomar atividades, para alegria de seus muitos amigos.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 4)
Preste mais atenção no Serra que voce voltará a escrever nestes moldes.
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Aproveito para compartilhar a satisfação pelo restabelecimento da saúde do amigo-irmão Antonio José, figura humana extraordinária de volta ao nosso convívio.
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O jogo foi num domingo, Gérson. Inesquecível, emocionante. E não foi só a maior conquista do Paysandu, mas do futebol do Norte.
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Insisto, caro Diogo. Foi num sábado, pode verificar. Confio nas minhas anotações.
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Amigos Diogo e Otávio: mil perdões pela casmurrice. Consultando melhor minha agendinha, constatei que realmente a conquista do Papão ocorreu no domingo, 4. E vou tratar de corrigir no texto da coluna. Obrigado pela dica.
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Nobre conduta caro Gerson, equívocos está ao alcance de todos e a memória é a maior traiçoeira.
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Foi num domingo e eu estava lá.
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Consulte novamente sua agenda, caro Otávio. Pelas minhas anotações, inclusive com o controle da saída do fotógrafo aqui de Belém, foi num sábado.
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Foi num domingo com certeza. Aos domingos o mercado central de Fortaleza não abre, ou não abria, e neste dia abriu, só atender a invasão de torcedores do Papão, foi um dos donos de box do mercado que me deu a informação e isto ficou gravado na minha mente.
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