Uma Seleção com menos volantes?

No Centro de Imprensa, aqui em Joanesburgo, especulou-se hoje que Dunga pode mudar a formação do time para enfrentar a Costa do Marfim, domingo. Em função dos muitos problemas de criação no meio-campo, ele escalaria a seguinte equipe; Julio Cesar; Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto Silva, Elano, Kaká e Robinho; Luís Fabiano e Nilmar. Duvido muito. Dunga é muito aferrado a princípios que só ele (e Jorginho) entende.

Copa 2014: CBF confirma exclusão do Morumbi

Agora é oficial. A CBF anunciou nesta quarta-feira (16) que o estádio do Morumbi está excluído da Copa do Mundo de 2014. A Fifa havia aprovado o projeto enviado pelo São Paulo no último dia 14 de maio, mas o clube não conseguiu aperesentar as garantias financeiras para execução da obra. Pelo projeto, o São Paulo previa gastar R$ 630 milhões para adequar o estádio, localizado na zona sul da capital paulista, às exigências da Fifa para que o Morumbi pudesse abrigar a abertura da competição. Depois, sem conseguir recursos, o clube voltou atrás e apresentou outro projeto, com previsão de gastos de R$ 265 milhões, o que desagradou a CBF. Com o veto ao Morumbi, crescem as chances da construção de uma nova arena na capital paulista para abrigar os jogos da Copa do Mundo de 2014. O bairro de Pirituba, na zona norte da capital paulista, pode ser o local a abrigar o novo palco. Em Johannesburgo, na África do Sul, onde acompanha a Copa do Mundo, o ministro do Esporte, Orlando Silva, disse ao Sportv que a candidatura paulista deve se movimentar para resolver o problema criado com o veto ao Morumbi.

Seleção ganha “parabéns”

Como a torcida não pode entrar nos treinos da Seleção Brasileira na fechadíssima Randburg High School, há quem procure se manifestar de alguma forma. Nesta quarta-feira, os jogadores foram ‘recebidos’ na escola com um cartaz de parabéns e uma bandeira do país penduradas nos alambrados do gramado. A dúvida é sobre o autor da homenagem, depois da fraca estreia brasileira diante da Coréia do Norte.

Zebra passeia em território espanhol

E surgiu a primeira zebra da Copa. Vem com a marca de ferrolho suíço. Apontada por muitos como a principal favorita ao título na África do Sul antes de a Copa começar, a Espanha começou o torneio de maneira vexatória. Nesta quarta-feira, os atuais campeões europeus foram surpreendidos pela Suíça e perderam por 1 a 0, no estádio Moses Mabhida, em Durban, fechando a primeira rodada do Mundial. Com o resultado, os suíços dividem a liderança do grupo H com o Chile, ambos com três pontos. Os chilenos venceram Honduras por 1 a 0, com grande atuação principalmente no segundo tempo e perdendo muitos gols.

A Suíça ainda detém uma marca impressionante: a equipe não leva gols em Copas desde a derrota por 3 a 0 para a própria Espanha em 1994, nos Estados Unidos. O time não disputou as Copas de 1998 e 2002 e foi eliminado em 2006, na Alemanha, sem sofrer um único tento – e também sem marcar nenhum. Contra a Fúria, o time fez o que é sua especialidade: fechou-se lá atrás e não permitiu brechas a Xavi, Torres e Iniesta, que não tiveram talento para furar o bloqueio. Na próxima rodada do grupo H, a Espanha terá pela frente Honduras, no dia 21, às 15h30 (horário de Brasília), em Johanesburgo. A Suíça, por sua vez, encara o Chile no mesmo dia, às 11h, em Porto Elizabeth.

A volta do Leão Azul santareno

Chegam até aqui na África do Sul notícias sobre o São Francisco, tradicional agremiação santarena. Fico sabendo que, na tarde do último sábado (12), o Leão Azul santareno fez amistoso em Parintins (AM), empatando em 2 a 2 com o Amazonas Futebol Clube. O São Francisco começou o jogo com Baggio (goleiro), Wagner Barata, Manito,  Diego Belterra, Limão, Delson, Buiú, Frizo, Peruca, Neguinho e Rodrigão. Durante o jogo entraram na equipe Bertini, Joci, Ricardo. Os gols santarenos foram marcados por Rodrigão (1º tempo) e Ricardo (2º tempo), que substituiu Neguinho. Para o técnico Osvaldo Monte Alegre, o empate foi um bom resultado diante do Amazonas. “Enfrentamos uma excelente equipe, que historicamente coloca muita dificuldade aos adversários, principalmente jogando em casa”, ressaltou o técnico, que monta a equipe para o seletivo do Campeonato Paraense. O próximo amistoso será neste sábado (19) no bairro da Nova República, em Santarém, contra o time do Cianorte, atual campeão do campeonato de bairros.

Faixa contra Galvão é retirada da arquibancada

Exibida com destaque logo que a bola rolou na estreia brasileira na Copa, contra a Coreia do Norte, em Johannesburgo, uma faixa com a frase “Cala a boca, Galvão!” foi recolhida rapidamente nas arquibancadas do estádio Ellis Park. O adereço estava colocado exatamente no centro do campo, pouco acima das placas de publicidade, e endossava campanha iniciada no Twitter, desde a última sexta. Não se sabe se a faixa foi retirada por funcionários da Globo ou por fiscais da Fifa. Foi só começar o jogo inaugural do Mundial na África do Sul, entre a equipe da casa e o México, que os temas ligados ao torneio já estavam entre os dez mais comentados no microblog. E o assunto que liderava o ranking era justamente “Cala boca Galvão”, referindo-se ao festival de gafes do locutor esportivo.

Conexão África (9)

Sob a marca da eficiência cega

Quando um técnico usa o termo eficiência para definir a meta da Seleção Brasileira numa Copa do Mundo há algo de muito estranho no ar. Saísse da boca do treinador do Paraguai, do Uruguai ou mesmo da Coréia do Norte a frase seria absolutamente normal. Compreensível até, diante das carências de suas equipes. Não é o caso do Brasil, um país que frequenta Copas desde que o torneio foi inventado e tem por hábito se apresentar bem. Não só vencendo, mas jogando bola. Mas esse conflito entre a tradição nacional e as crenças do técnico da Seleção é por demais conhecido. Estamos cientes, há quatro anos, da filosofia do técnico Dunga, um cultor do futebol de resultados. Nesse sentido, a estreia brasileira não poderia ter sido mais coerente
com seu comandante. Futebol taticamente pobre, previsível e sem alternativas para superar um adversário limitado, que se manteve sempre em duas linhas de quatro homens, com o objetivo de dificultar as ações do time favorito e mais qualificado. O problema é que, como ocorre de vez em quando, a equipe inferior aos poucos foi ganhando consistência, à medida que o bicho-papão não conseguia se impor. Eram tantos passes laterais nos primeiros 20 minutos que deu sono. Kaká, Elano e Robinho, os mais acionados, não conseguiam completar uma jogada sequer. No único instante em que levantou a torcida com a possibilidade de uma pedalada, Robinho foi mal auxiliado por Kaká e a bola se perdeu pela linha de fundo.
É bem verdade que Robinho seguiu insistindo. Tentou voltar ao meio-campo quando percebeu que a bola nunca o alcançava lá na frente. Caiu pelos lados, tentando jogar com Maicon, aproveitando o recuo dos marcadores norte-coreanos. E até buscou chutes de média distância diante da impossibilidade de entrar na área. Só não fez o que todo mundo queria ver: a persistência nos dribles como forma de furar o bloqueio adversário. Como quase todos que estão sob as ordens de Dunga, Robinho sabe que não pode ousar muito. Está atento aos ensinamentos do mestre, que enaltece os eficientes, mas não aplaude molecagens (no bom sentido) em campo.
Pela própria formação e histórico profissional, Dunga admira o futebol marcado e repetitivo como um bate-estaca. Tudo que foge ao programado
é imediatamente visto como desorganização. A surpresa, virtude fundamental num esporte tão aberto a variáveis, não é exercitada pelo time brasileiro. Contra times mais modestos, o Brasil se apequena, desaprende tarefas banais, como investir nas tabelinhas rápidas para confundir os defensores. Esquece até do feijão-com-arroz para jogos de forte marcação: buscar esticar o jogo até a linha de fundo para abrir defesas.
Em determinado momento, olhando o jogo lá do alto das tribunas do Ellis Park, o desenho exposto no gramado era curioso e engraçado: oito norte-coreanos em formação quase militar formando uma parede contra oito brasileiros que não conseguiam sair da armadilha. Seleções de nível não se atrapalham com tão pouco. Usam a velocidade e a pressão ofensiva para provocar erros e demolir esquemas fechados. O Brasil de ontem à noite não teve recursos para isso. E talvez a explicação esteja no baixo rendimento de seu meio-campo, onde Kaká é a referência e não se apresentou com o brilho que uma estrela de seu porte deve ter.
Elano, que é apenas eficiente, como defende Dunga, foi quem mais tocou na bola em toda a partida. Acabaria premiado com o segundo gol, depois de um passe precioso de Robinho, que incorporou a persona de meia clássico e encaixou uma bola que nenhum dos armadores em campo conseguiu em toda a partida. Pena que tenha sido uma tentativa solitária. Se repetida, poderia ter permitido mais facilidades à Seleção.
O gol da Coréia do Norte, nos instantes finais, foi justo na medida em que evidenciou a obstinação da equipe, que se tornou mais confiante a partir do pálido primeiro tempo brasileiro. O gol, ao mesmo tempo, permite ver com clareza os pecados do time de Dunga. Se o placar fosse 2 a 0 pareceria um resultado cômodo e tranquilo para um jogo que esteve longe de estar sob total controle. Há muito a fazer para avançar na Copa e os treinos fechados soam como piada diante da ausência de jogadas e do desentrosamento entre os jogadores.

Uma falsa torcida em verde-amarelo

Quem chegou cedo ao Ellis Park, ontem, observou a chegada da torcida brasileira em bom número, mas não em quantidade suficiente para preencher 54 mil assentos de arquibancada. A explicação talvez esteja na saída encontrada pelo comitê organizador da Copa: distribuição de ingressos para escolas e associações sul-africanas, que fazem com que muitas pessoas possam ter acesso aos jogos, sem ter que desembolsar 400 euros por um bilhete. O problema é que, de uniforme verde-amarelo, os “torcedores” locais parecem brasileiros, mas aplaudem qualquer jogada perigosa, contra ou a favor do Brasil. E, obviamente, usam as vuvuzelas a todo instante, o que ensurdece todo mundo no estádio e acaba sendo conveniente para abafar vaias, como a da torcida brazuca de verdade no final do primeiro tempo.

Fica para a próxima Copa

Em entrevista ao repórter Giuseppe Tomaso, da Rádio Clube, na tumultuada passagem pela “zona mista” depois da partida, o atacante Robinho não deixou de registrar seu carinho pelo paraense Paulo Henrique Ganso. Disse que espera estar com o talentoso meia na próxima Copa do Mundo. Desejo que não é só dele, a levar em conta a opinião da maioria dos jornalistas (até estrangeiros) que viram o Brasil estrear e saíram frustrados com a ausência de talento na meia-cancha.

Todos de olho na Fúria

Depois que o Brasil desceu para os vestiários do Ellis Park firmou-se uma convicção entre os jornalistas que cobriram a estreia. A Copa ainda não teve seu grande jogo e não surgiu a seleção francamente favorita ao título. Esperava-se que fosse a brasileira, pelas expectativas que sempre cercam o time canarinho, mas a atuação irregular e pouco convincente baixou o entusiasmo. A partir de agora, as atenções se voltam para a Espanha, cantada em prosa e verso pelos craques que tem. Hoje, a Fúria encara a Suíça, sob os olhares ansiosos de todos que sonham em ver um futebol bem jogado.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 16)

NBA tem decisão empolgante

O Los Angeles Lakers venceu o Boston Celtics na noite desta terça-feira e a final mais empolgante da NBA nos últimos anos será decidida no sétimo e último jogo, quinta, às 22h de Brasília (transmissão da ESPN). Com sobras, o time de Kobe Bryant e Pau Gasol foi para o intervalo com 20 pontos de vantagem, e praticamente só administrou o sexto jogo no segundo tempo até fechar em 89 a 67. A inspirada dupla dos Lakers comandou o placar mais elástico da série decisiva: Kobe foi o cestinha com 26 pontos e mais 11 rebotes, enquanto Gasol foi o melhor reboteiro do jogo, com 13, e colaborou com 17 pontos no jogo. Ron Artest, com 15, foi o terceiro maior pontuador do time. Pelo lado do Boston, que teve a pior atuação ofensiva da série, Ray Aleen anotou 19 pontos, seguido por Paul Pierce, com 13, e Kevin Garnett, com 12. A partida dos Celtics foi tão discreta que os titulares, juntos, pegaram apenas 18 rebotes. A decisão da liga norte-americana de basquetebol chega ao sétimo jogo depois de cinco anos. Em 2005, o San Antonio Spurs venceu o Detroit Pistons por 4 a 3; nas últimas finais, Miami (4 a 2), San Antonio (4 a 0), Boston (4 a 2) e Los Angeles (4 a 1) conquistaram o título em menos partidas. Como já é tradição na NBA, o jogo atraiu uma legião de celebridades, entre os quais os atores Diane Lane (foto ao lado), Jack Nicholson, Jack Brolin, o cineasta Spike Lee e os cantores Snoopy Dog e Puffy Daddy, além da primeira-dama Michelle Obama.